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“Em um Flash”, por Demetrius Jackson

Loja de camisas da NBA

Com a 45ª escolha no 2016 NBA Draft, o Boston Celtics selecionou o armador Demetrius Jackson, da Universidade de Notre Dame.

Pouco antes do recrutamento realizado no dia 23/06/2016, o, agora, calouro celta compartilhou com os leitores do portal The Players’ Tribune, uma experiência vivida durante uma reunião com uma equipe da NBA.

Segue, abaixo, a história contada pelo novo jogador do Boston Celtics:

Após a realização do Draft Combine (evento no qual os calouros têm suas medidas registradas e têm seus primeiros contatos com equipes interessadas), eu comecei a entrar no mundo da NBA. Eu já estava precavido e havia me preparado para os treinos físicos, mas confesso que as entrevistas me surpreenderam. Afinal, foi a primeira vez que me encontrei em uma “entrevista de emprego”.

De cara, eu conversei com uma equipe em particular. Na verdade, foram duas reuniões no mês de Junho. No segundo encontro, eu fui até ao centro de treinamento deles.

Qualquer um que me conheça, sabe que sou fascinado por super-heróis. E, ao que tudo indica, esse time também sabia dessa particularidade (o que não chega a ser muito difícil, já que boa parte dos meus posts nas redes sociais são a respeito disso).

Bem, eu me reuni com os dirigentes dessa equipe na sala de reunião deles. A sala estava cheia, havia cerca de 10 dirigentes, todos de terno e bem sérios.

Eu, por outro lado, estava vestindo uma camisa do Flash.

De repente, a sala ficou em silêncio. Um dos dirigentes desse time – lembre-se, muitos deles já haviam me conhecido no Draft Combine -, olhou de forma incisiva para mim e me encarou por um bom tempo.

“Vamos aos negócios”, ele disse. “Eu tenho uma pergunta muito séria para você”.

Logicamente, eu comecei a ficar nervoso.

“Para você, quem é o melhor super-herói de todos os tempos?”

Cara, eu não entendi nada. Que pergunta é essa?

Quer dizer, se eles tivessem me perguntado algo relacionado ao mundo de basquete, eu responderia instantaneamente. Mas me perguntar isso?! Quer que eu faça um ranking de super-heróis? Isso não é algo que se peça.

Eu travei. Pensei durante uns 30 segundos, e todos os olhos da sala estavam direcionados para mim.

“É muito difícil escolher apenas um”, eu respondi.

E se você gosta de história em quadrinhos, você vai concordar comigo.

“Bom, para ser sincero, eu acredito que seja o Flash”, eu disse, tentando aparentar confiança, apontando para o herói que estampava minha camisa.

Em seguida, eu fundamentei minha escolha para eles. Para começar, o Flash é subestimado. Ele nem sempre aparece no top-3, ou até mesmo top-5, das listas de melhores super-heróis da história. Entretanto, as habilidades do Flash são únicas. Ele é o homem mais veloz do mundo – ele consegue romper a barreira do som e gerar eletricidade com seus movimentos. No entanto, acima de tudo (e essa característica é deixada de lado por muitos), sua inteligência é única também. Ele é extremamente bondoso e sábio. Longe de mim, querer dizer que tenho as mesmas características, mas eu sempre admirei o fato do Flash combinar velocidade e inteligência. Eu sempre valorizei essas qualidades.

Cara, eu comecei a dar uma de nerd na frente dos dirigentes. Eu havia me esquecido que estava diante de uma sala repleta de dirigentes da NBA.

“Em contrapartida, o Flash também tem suas fraquezas”, eu prossegui. A partir daí, eu listei os contraargumentos para o Flash não ser o melhor.

Eu viajei mesmo. Eu te disse.

Quando eu terminei minha (longa, longaaa) resposta, eu caí na real e olhei para todos. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, os dirigentes passaram a dizer seus super-heróis favoritos: Que tal o Batman? E o Wolverine? Superman não tem vez? Repentinamente, cada dirigente passou a defender seu herói predileto. Foi inesquecível. Eles não me fizeram outras perguntas, todos ficaram ocupados demais debatendo qual o melhor super-herói.

Foi incrível.

Quando o debate acabou, um dos dirigentes disse algo que ainda está bem vivo na minha mente.

“Eu gostei da sua resposta. O Flash, definitivamente, tem algumas fraquezas, é verdade, mas é por isso que ele tem um time”.

Isso me pegou em cheio.

Ele estava, praticamente, dizendo que todos nós temos qualidades, mas todos também possuem suas kryptonitas.

Eu pensei e vi como isso remete à natureza humana: cooperação é uma necessidade humana básica e primordial. Quando trabalhamos juntos, nós somos melhores.

Isso é algo que aprendi durante a faculdade. Meu time da última temporada foi mais unido do que qualquer outro time que já integrei. Conquistar algo, por conta própria, é sensacional. O sentimento de missão cumprida te faz sentir ótimo consigo mesmo. Contudo, quando você conquista algo em conjunto com outras pessoas – como um time -, é muito mais especial.

E é por esse motivo que eu gosto de história em quadrinhos – porque elas exploram as qualidades humanas dos superhumanos.

Foi uma ótima entrevista. Eu não sei se esse time em questão vai me selecionar no Draft, mas qualquer time que venha a me recrutar, pode saber que estará adicionando um jogador que valoriza o coletivo. Que quer fazer parte de uma família.

Por fim, se você (time que estiver lendo isso) vier a me selecionar, pode dormir tranquilo, sabendo que, em poucos meses, o seu time será, de longe, o mais instruído na NBA, quando o assunto for história em quadrinhos.

Eu te prometo.

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