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De “coadjuvante com potencial” a All-Star em 6 meses: o que explica a grande evolução de Jayson Tatum?

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No último jogo antes do chamado All-Star Break, o Boston Celtics bateu o Los Angeles Clippers no TD Garden, com direito a duas prorrogações. Quem desequilibrou o confronto foi Jayson Tatum, que terminou com 39 pontos, 9 rebotes e 61% de aproveitamento nos arremessos. Além disso, o ala vindo de Duke teve importante atuação defensiva diante de Kawhi Leonard, que teve grande dificuldade nos momentos finais da partida, não sendo eficiente para a franquia de LA.

Mais uma vez, vemos Tatum chamar a responsabilidade em jogos equilibrados e sair com a vitória. Vemos a mídia exaltar o grande jogador que ele se tornou e o potencial que pode atingir, e até mesmo vemos torcedores de franquias rivais criarem admiração ao vê-lo jogar. Soma-se a isso o fato de ter sido indicado pela primeira vez para compor o elenco do jogo das estrelas, o que tende a se tornar algo comum em sua carreira a partir de agora. Até a parada pro All-Star Weekend, Jayson está com 22.4 pontos e 6.9 rebotes por jogo, um salto enorme dos 15.7 pontos por jogo que atingiu na temporada anterior. Consequentemente, a boa campanha do Celtics, que segue firme na briga pela segunda colocação da Conferência Leste, com quase 71% de aproveitamento (38 vitórias em 54 jogos), passa por esses números do ala.

No entanto, se olharmos um pouco para trás, lembramos que falávamos de um Tatum inconsistente, que tinha graves problemas em selecionar seus arremessos e que, por muitas vezes, não tinha a mesma liberdade para ser protagonista e decidir jogos. Mas o que mudou de um ano pra outro? O que fez com que houvesse toda essa evolução que está fazendo com que todos se impressionem tanto? Isso é o que tentarei resumir aqui, por meio de algumas muitas palavras.

Offseason

Por mais trivial que pareça ser, isso deve ser apresentado em primeiro lugar, já que é o ponto inicial da evolução.

Logo no início das férias de Jayson Tatum, o jogador se reuniu com Drew Hanlen, seu treinador pessoal desde os 13 anos de idade, e chegaram a um consenso: Tatum deveria ter como prioridade melhorar sua capacidade de seleção de arremessos. Para isso, o treinador já tinha uma ideia em mente: preparar uma rotina de treinos semelhante a que foi aplicada a Bradley Beal há alguns verões atrás. Na ocasião, o ala-armador do Washington Wizards obteve grandes saltos de desempenho na temporada seguinte à offseason em que realizou esses treinos, e foi seguindo numa crescente que, hoje, o transformou em um jogador com mais de 29 pontos por jogo, em média.

Os treinos se baseiam no aprimoramento de áreas específicas para o aumento do seu arsenal ofensivo. O objetivo desse método é adicionar uma coisa ao seu jogo de cada vez, a fim de que o atleta de fato domine tais áreas ao final de todos os treinamentos. No caso de Tatum, 13 áreas foram exploradas mais a fundo desses treinos. “Especialmente durante a temporada, você quer fazer coisas que você sabe que são seus pontos fortes. No verão, você pode trabalhar em coisas que não estão fluindo tão bem”, disse Tatum.

Dentre os destaques mais relevantes dessas 13 áreas, incentivou-se que Jayson:

  • Trocasse os bolas longas da mid-range por arremessos de 3 pontos, já que esse tipo de arremesso fazia com que o aproveitamento do ala diminuísse consideravelmente. Como resultado, arremessa 3 bolas a mais no perímetro por jogo que na temporada passada (de 3.9 pra 6.9).
  • Infiltrasse mais, já que em muitos jogos, Tatum se limitava a arremessos de média e longa distância, demonstrando pouca agressividade. “Estar apto a arremessar de 3 sem penetração é importante, mas infiltrar segue sendo de extrema importância para tornar o jogador ativo durante o off-ball, tendo capacidade de correr na transição com mais eficiência”, disse Jay Larrañaga, um dos membros da comissão técnica do Celtics. A princípio, é notório que Jayson se movimenta muito mais a fim de buscar a infiltração.

Além dos dois tópicos acima, é interessante citar mais um tipo de arremesso, por mais que considere muito específico. Neste verão, o Side Step-Back 3 foi algo melhor desenvolvido por Jayson Tatum. Na temporada passada, ele passou a utilizar esta forma de arremesso mais constantemente, mas com aproveitamento de apenas 27%. Agora, o arremesso é utilizado em menor quantidade pelo ala, mas é usado mais inteligentemente.

Podemos lembrar do Game Winner contra o New York Knicks, em que usou tal arremesso para garantir mais uma vitória do Celtics:

Com um Side Step-Back de Tatum faltando menos de 2 segundos, o Celtics levou contra o Knicks: 104×102.

Vale lembrar que Tatum ainda possui certas limitações em seu jogo, mas que certamente serão aprimoradas no futuro e, a princípio, não são tão gritantes a fim de comprometer todo um sistema de jogo. Um dos casos é o passe, em que ele é o 116° dos 120 jogadores com mais de 20 posses por jogo em número de assistências, mas que já é um fundamento em que ele se arrisca mais no decorrer dos jogos e já aparenta ser mais produtivo. Outro caso é a defesa, em que apresenta certa inconstância em alguns momentos, mas que nesta temporada já teve performances espetaculares, como quando teve que marcar Kawhi, no último confronto contra o Clippers, como citado no início do texto.

Mudanças no elenco

O fracasso na temporada 2018/19 passa pelo relacionamento tóxico entre os jogadores. Vimos declarações abertas de jogadores reclamando de outros colegas de time, e um líder que não deixava seus companheiros chamarem a responsabilidade para decidir jogos. Além de não colaborar nada com o desenvolvimento dos jovens, foram várias as críticas à época a Jayson Tatum e Jaylen Brown, alegando que eles não tinham capacidade de ser a 1ª opção de ataque em um time competitivo.

Kyrie Irving reclama com Brad Stevens e seus colegas de equipe por não passarem a bola pra ele no último lance da derrota contra o Orlando Magic: um dos símbolos de sua toxicidade pro Celtics.

Vendo essa situação caótica dentro do próprio elenco, naturalmente haveriam mudanças. Saíram Kyrie Irving, Al Horford, Terry Rozier e Marcus Morris. Chegaram Kemba Walker e Enes Kanter. A mensagem era clara: se livrar dos problemáticos para trazer jogadores de boa convivência. O elenco, na teoria, estava enfraquecido, mas a paz estaria de volta às instalações do Boston Celtics.

Hoje, vemos que a troca na liderança foi extremamente positiva. O novo líder, Kemba Walker, se encaixou perfeitamente no sistema de jogo de Brad Stevens: acredita que nem sempre ele deve decidir os jogos, e sempre tenta dar confiança a seus companheiros, pedindo que não parem de arremessar quando estão quentes no jogo. E isso foi fundamental na evolução do jogo de Tatum, que hoje até tem uma média de pontos superior a Kemba. “Estou tentando encorajá-lo a fazer mais isso. Ele vai se tornar o grande matador que ele é. É muito divertido assistir a ele e a Jaylen, cara. E é mais divertido ainda fazer parte deste crescimento dos dois”, disse Walker a Jay King, do The Athletic.

Os mais otimistas já ousam dizer que a passada do bastão da liderança para Jayson Tatum acontecerá em breve. E, sinceramente, tratando-se dos personagens citados, creio ser algo muito possível que aconteça bem antes que a grande maioria imagina.

Evolução dos demais jogadores

Seria uma heresia dizer que apenas Kemba Walker é responsável pela evolução de Jayson Tatum porque “dá a bola pro menino arremessar”. Vale lembrar que, assim como o jogador de 21 anos, outros jogadores também estão demonstrando uma evolução gigantesca.

O primeiro exemplo é Jaylen Brown, que foi de jogador mais inconsistente de 18/19 a melhor jogador do time no início de 19/20. Tornou-se um pilar para o sistema de Brad Stevens, sendo muito mais ativo durante o jogo e até chegando muito perto de ter sido nomeado como um All-Star já nessa temporada. Ele e Tatum são a única dupla de jovens com 23 anos ou menos a terem mais de 20 pontos por jogo cada um, o que é incrível para dois colegas de time tão jovens.

Além disso, não se pode passar despercebida a importância de Gordon Hayward para o time hoje. Hayward serve como um complemento que dá equilíbrio ao time. Se falta alguém pra pontuar, ele pontua; se falta rebote, lá vai ele com os rebotes; se falta defesa, bola de 3 ou infiltração, idem; e assim, ele vai justificando os 32 milhões anuais que recebe. Também não podemos esquecer de Marcus Smart, que melhorou e muito ofensivamente, mostrando ser altamente capaz de ser um escape para pontuar em jogos parelhos, algo essencial na fase de playoffs.

Assim, somando Kemba Walker, podemos dizer tranquilamente que Boston possui 5 jogadores capazes de fazer mais de 20 pontos em uma noite. Isso não traz a pressão aos jovens, como Tatum, de terem a obrigação de pontuar muito em todas as noites. Haverão jogos em que as coisas podem não dar certo para o ala, e ele encontra a segurança de que, quando isso acontecer, outros podem cumprir o seu papel.

E dessa forma, o aprimoramento de pontos fracos com calma, a liberdade do líder do time em poder enfim ser destaque em boa quantidade de jogos e a tranquilidade em não precisar arrebentar todas as noites vão fazendo com que, aos poucos, sem precisar pular etapas, Jayson Tatum se torne a referência esportiva da cidade de Boston em poucos anos. Anotem o que eu digo.

11 comentários

  • Demais.. uma das coisas que me conectaram com o Celtics desde 2008 foi esse site e a profundidade com que as análises e vivências do time chegam pra mim e alimentam a expectativa, simpatia, gosto e paixão pelo Celtics e pelo basquete. Parabéns!

  • Parabéns pela matéria! Tô impressionado com a riqueza de detalhes da off season de Tatum. Desde o ano retrasado que ele é o meu jogador favorito e é muito bom ver sua evolução! Acho que esse garoto tem plenas condições de nos liderar na busca de mais um título.

  • Otima materia. Tatum e um cara que sempre confiei, e aquele tipo de jogador que dava pra ver que seria grande ainda quando era novato, e acredito que sera um superstar.
    Apenas uma ressalva, Hayward e seus 32 milhoes. Para fazer trabalho sujo e tatico temos o Smart ganhando 12, para ganhar 32 quero alguem que assuma o jogo quando o Tatum e o Brown nao estiverem bem, e Hayward muita das vezes e omisso a essa postura protagonista.

  • Eu achava q o kyrie tava fazendo aquilo pra sair do time. Mas vejo q hj no brooklin é exatamente o mesmo cancer. Ele e duran reclamam pedindo bola mesmo qdo sao sozinhos nos times, vai faltar bola qdo o durant voltar. Ja percebi q o deandre jordan ta de saco cheio ja. Ele deiza o kyrie falando sozinho varias vezes. E o horford foi pro 76ers pra roubar jogadas do embid q ta insatisfeito. Ja o morris foi pra ny e demonstrou toda sua insanidade com declaracoes bizarras e agora foi pro clippers.esse ultiko é o menos pior, mas no geral acredito q apenas jogamos o lixo fora na offseason. Se o tatum se manter nesse nivel pode ser um belo atrativo para futuros bons negocios.

    1. Assino embaixo.

      DA e Stevens fizeram a faxina.

      Quem falou demais, saiu.

      Talvez AH esteja fora da turma faladora. Mas também não tomou as rédeas das mãos de KI.

  • Matéria muito legal.

    Só acho que Tatum nunca foi coadjuvante: desde que chegou sempre foi um dos 2 ou 3 melhores jogadores do time.
    No papel Al e Hayward seriam melhores, mas na prática…

    Abs verdes,

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