Mais uma vez, o Celtics Brasil dá espaço para a divulgação das competições entre seleções do mundo FIBA (International Basketball Federation). Depois das coberturas do Eurobasket-2009, da Copa do Mundo da Turquia-2010, da Copa do Mundo feminina da República Tcheca-2010, da Copa América de Mar del Plata-2011 e das Olimpíadas de Londres-2012, o site do torcedor celta inicia, a partir desta quinta-feira (29), a publicação do guia da Copa América 2013, que será disputada em Caracas, capital da Venezuela, e terá início nesta sexta-feira (30).
A competição será disputada por 10 equipes, divididas em dois grupos de cinco. Os quatro melhores times de cada chave se classificam para a segunda fase, onde enfrentarão apenas as equipes da chave oposta, herdando para esta etapa os resultados obtidos contra as equipes classificadas em seu grupo. No fim da disputa, as quatro melhores seleções, na classificação geral, garantem vaga para as semifinais e também para a Copa do Mundo de 2014, que será disputada na Espanha. Depois disso, os quatro finalistas farão o mata-mata (1º x 4º – 2º x 3º) e definir os dois países que decidirão o título no dia 11 de setembro.
Para abrir o guia, trazemos as informações das seleções que irão compor o grupo A: Uruguai, Porto Rico, Jamaica, Canadá e o nosso Brasil, que tentará manter-se como uma das únicas seleções da história a estar presente em todas as edições do Mundial de Basquete. Na sexta-feira (30), dia de abertura do torneio, o Celtics BR trará tudo sobre o grupo B, que conta com a participação da anfitriã Venezuela e da eterna rival Argentina, além de Paraguai, República Dominicana e México.
Sumário
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Posição no Ranking da FIBA: 9º (254 pontos)
Posição no Mundial da Turquia-2010: 9º lugar (eliminado nas oitavas de final)
Posição na Copa América-2011: vice-campeão
Posição nas Olimpíadas de Londres-2012: 5º lugar (eliminado nas quartas de final)
Principais títulos: Dois Mundiais (1959 e 1963), Cinco Pan-Americanos (1971, 1987, 1999, 2003 e 2007) e Quatro Copas América (1984, 1988, 2005 e 2009)
Medalhas olímpicas: Três Bronzes (1948, 1960 e 1964)
Melhor campanha na Copa América: Campeão em 1984, 1988, 2005 e 2009
Destaques: Marcelinho Huertas (Barcelona-ESP), Alex Garcia (Brasília) e Rafael Hettsheimer (Real Madrid-ESP)
Técnico: Ruben Magnano
Como uma seleção que voltou a apresentar bons resultados, participa de todas as competições internacionais importantes, que está com uma base construída e tem uma das camisas mais tradicionais do basquete mundial pode não estar sendo considerada a principal favorita ao título da Copa América? Apesar de contar com sete remanescentes da edição de 2011, em Mar del Plata (Argentina), e metade do time que disputou as Olimpíadas de Londres-2012, o Brasil vai para a principal competição do continente cercado de incertezas e problemas.
Mesmo com a permanência de boa parte dos elencos dos torneios mais recentes, o técnico argentino Rubén Magnano terá de lidar, pela primeira vez, com a ausência de todos os brasileiros que atuam na NBA. E a lista, que já contava com Leandrinho Barbosa, Nenê, Tiago Splitter, Anderson Varejão, cresceu com as dispensas de Lucas Bebê, recém-draftado pelo Atlanta Hawks, e por Vitor Faverani, novo reforço do Boston Celtics. Some-se a isso a lesão de Marquinhos Vieira, melhor jogador do último NBB atuando pelo Flamengo, e se chega à conclusão de que a base que formava a equipe titular nas últimas disputas não existe mais.
Sem os destaques que o ajudavam a montar seu quinteto em Londres e em Mar del Plata, restou a Magnano se contentar com o restante da base, formada basicamente por jogadores tidos como ‘coadjuvantes’. As referências deverão ser Marcelinho Huertas, armador do Barcelona e considerado um dos melhores armadores no basquete FIBA, o ala-armador Alex Garcia, que tem grande qualidade defensiva, e o pivô Rafael Hettsheimer, destaque na conquista da vaga olímpica em 2011 e que não atuou em Londres por conta de uma lesão. O restante do time será completado por atletas que atuam na liga brasileira, como Arthur, Guilherme Giovanonni, Vitor Benite e o americano naturalizado Larry Taylor.
Mesmo com um time titular basicamente pronto, os problemas ficaram bem nítidos nos dois amistosos realizados na Copa Tuto Marchand: uma derrota inquestionável por 90 a 70 e a manutenção da freguesia diante da Argentina (responsável pela eliminação brasileira na Copa do Mundo da Turquia, na final da última Copa América e em Londres-2012) e um insucesso diante de Porto Rico, adversária na primeira fase, serviram para ligar o sinal amarelo na seleção brasileira.
Único país a disputar todos os Mundiais, ao lado dos campeões olímpicos e já classificados Estados Unidos, o Brasil chega a Caracas com uma base construída, mas sem um time inquestionável para tornar a disputa mais tranquila. A certeza, de Magnano e de todo o elenco, é que a vaga para a Espanha-2014 será mais difícil do que todos esperam e que, se ela vier, será mais na base da superação que da organização. O alerta está ligado e todos torcem por uma classificação direta e sem sustos para não depender de um convite da FIBA, que é praticamente certo, mas que não deixa de ser bastante decepcionante.
Jamaica
Posição no ranking da FIBA: Não ranqueado
Posição no Mundial da Turquia-2010: Não participou
Posição na Copa América-2011: Não participou
Posição nas Olimpíadas de Londres-2012: Não participou
Principais títulos: Quatro Caribeanbaskets (1981, 1996, 2006 e 2009)
Medalhas olímpicas:Nenhuma
Melhor campanha na Copa América: Estreante
Destaques: Samardo Samuels (Emporio Armani-ITA), Patrick Ewing Jr (Valladolid-ESP) e Akeem Scott (Pioneiros de Quintana Roo-MEX)
Técnico: Sam Vincent (JAM)
País cuja maior glória no basquete foi a participação de Usain Bolt no All-Star Game da NBA, a Jamaica caminha, a passos lentos, para se tornar uma seleção mais competitiva a nível continental. Saco de pancadas em boa parte dos torneios no Caribe e na América Central, os jamaicanos começam a mudar o cenário desfavorável: classificados para o Centrobasket 2012 após com um terceiro lugar no Caribebasket (apenas com seleções do Caribe), a equipe comandada por Sam Vincent surpreendeu México e Panamá e garantiu a medalha de bronze, que lhe valeu uma vaga para a disputa da Copa América na Venezuela.
Mesmo com o feito histórico, os jamaicanos estão conscientes de que a participação na Copa América será um mero intercâmbio, já que é a primeira vez que a equipe disputa a competição mais importante do basquete nas Américas e todos tem consciência de que Brasil, Canadá, Porto Rico e mesmo o Uruguai tem mais time e mais experiência no torneio. Entretanto, como quatro das cinco equipes da chave se classificam para a segunda fase, os caribenhos sonham com uma vitória contra algum dos seus adversários para arrancar uma histórica classificação, o que já seria comemorado como um título.
Para tentar surpreender em terras venezuelanas, a Jamaica conta com alguns nomes com experiência na Europa ou mesmo na NBA: é o caso de Jerome Jordan, que atuou no New York Knicks e joga agora no basquete filipino, e também de Samardo Samuels, atualmente no Emporio Armani, da Itália, mas com passagem pelo Cleveland Cavaliers. Outros dois nomes são mais conhecidos do público brasileiro: Stephen Toyloy, pivô do Pinheiros, atual campeão da Liga das Américas, e Patrick Ewing Jr, filho do histórico pivô Patrick Ewing, ídolo do Knicks e membro do Dream Team americano de Barcelona-1992. Sem a mesma habilidade do pai, Ewing Jr adotou a cidadania jamaicana e joga profissionalmente na Espanha, após atuar na Liga de Desenvolvimento da NBA e no New Orleans Hornets.
Canadá
Posição no ranking da FIBA: 26º (46.6 pontos)
Posição no Mundial da Turquia-2010: 22º lugar (eliminado na primeira fase)
Posição na Copa América-2011: 6º lugar (eliminado na segunda fase)
Posição nas Olimpíadas de Londres-2012: Não participou
Principais títulos: Não tem
Medalhas olímpicas: Uma prata (1936)
Melhor campanha na Copa América: Vice-campeão em 1980 e 1999
Destaques: Joel Anthony (Miami Heat-NBA), Tristan Thompson (Cleveland Cavaliers-NBA) , Cory Joseph (San Antonio Spurs-NBA) e Andrew Nicholson (Orlando Magic-NBA)
Técnico: Jay Triano (CAN)
Nenhuma seleção no mundo mostra tanta confiança em um futuro próximo como o Canadá. E a equipe vermelha tem motivos de sobra para acreditar em bons desempenhos nas próximas competições: com um bom número de jovens talentosos aparecendo nos torneios do país, na NCAA ou mesmo na NBA, a expectativa de montar uma seleção forte e fazer barulho na Espanha-2014 e no Rio de Janeiro em 2016 é gigantesca. E, mesmo com a ausência de nomes como Anthony Bennett (primeira escolha do NBA Draft 2013), Andrew Wiggins (favorito à primeira escolha do Draft 2014), Kelly Olynyk (draftado pelo Boston Celtics), Robert Sacre (Los Angeles Lakers), Kevin Pangos (Gonzaga Bulldogs) e Tyler Ennis (Syracuse Orange), os The Road Warriors surgem como favoritos a uma das quatro vagas nesta Copa América.
Para a disputa em Caracas, alguns nomes que já despontam no basquete mundial estão confirmados: o armador Cory Joseph, vice-campeão da NBA pelo San Antonio Spurs, o ala-pivô Tristan Thompson, titular em todos os jogos da temporada pelo Cleveland Cavaliers, e o calouro Andrew Nicholson, revelação do Orlando Magic em 2012-2013. Dois jogadores acima dos 30 anos terão a incumbência de auxiliar os novatos: o ala-armador Carl English, que fez carreira no basquete europeu e atua hoje no Estudiantes (Espanha) e Joel Anthony, bicampeão da NBA pelo Miami Heat.
Ao mesmo tempo em que busca se consolidar como uma potência no basquete mundial através de suas revelações, o Canadá quer provar, nesta Copa América, que o passado de resultados ruins ficou para trás: sem contar mais com nomes como Steve Nash, Matt Bonner e Samuel Dalembert, os Vermelhos tiveram um péssimo desempenho na Copa do Mundo de 2010, terminando a competição sem vitórias e com uma derrota para a inexpressiva seleção do Líbano, que garantiu a vaga para o Mundial como wild card. No ano seguinte, nova decepção na Copa América de Mar del Plata, que serviu como seletivo para as Olimpíadas de 2012: com apenas duas vitórias, os canadenses ficaram com a modesta sexta colocação na tabela e não conseguiram sequer uma vaga para o Pré-Olímpico Mundial. Enquanto o passado assusta e o futuro promete, o time ‘do presente’, com a mistura entre essas duas fases de tempo, terá que mostrar que já pode sonhar com degraus mais altos diante dos rivais do continente.
Porto Rico
Posição no ranking da FIBA: 19º (92.6 pontos)
Posição no Mundial da Turquia-2010: 18º lugar (eliminado na primeira fase)
Posição na Copa América-2011: 4º lugar
Posição nas Olimpíadas de Londres-2012: Não participou
Principais títulos: Três Copas América (1980, 1989 e 1995), Dois Pan-Americanos (1991 e 2011) e 10 Centrobaskets (1973, 1985, 1987, 1989, 1991, 1993, 2001, 2003, 2008 e 2010)
Medalhas olímpicas: Nenhuma
Melhor campanha na Copa América: campeão em 1980, 1989 e 1995
Destaques: Jose Juan Barea (Minnesota Timberwolves-NBA), Carlos Arroyo (Galatasaray-TUR) e John Holland (Cajasol-ESP)
Técnico: Francisco Olmos (ESP)
Atual campeão dos Jogos Pan-Americanos e vice do Centrobasket (que reúne seleções da América Central), Porto Rico chega a mais uma edição da Copa América com bastante confiança. Tradicional potência do basquete da América Central e com um grupo bastante experiente (a média de idade passa dos 31 anos), Porto Rico surge, mais uma vez, como candidata não só a garantir mais uma participação na Copa do Mundo de Basquete, o que seria a sua oitava participação consecutiva, mas também ao título.
Motivos para o otimismo dos boricuas não faltam: ainda permanecem no elenco alguns velhos nomes presentes nas grandes conquistas do país, como o pivô Daniel Santiago (com passagens pela NBA e pelo basquete europeu), o armador Carlos Arroyo (ex-Celtics e atualmente na Turquia), o ala Elias Ayuso e o ala-pivô Renaldo Balkman (que atuou seis temporadas na NBA). Os veteranos são liderados dentro de quadra por Jose Juan Barea, armador do Minnesota Timberwolves e pelo novato John Holland, de 24 anos.
Mesmo contando com a força da velha guarda, o treinador espanhol Francisco ‘Paco’ Olmos terá algumas ausências importantes na disputa em Caracas: os armadores Carlos Rivera e Denis Clemente, o pivô Peter John Ramos e o ala David Huertas, destaque na prata conquistada no Centrobasket, não estarão a serviço da seleção, por lesões. As ausências não pesaram na conquista da Copa Tutto Marchand, mas resta saber se esses desfalques farão falta na competição e se os ‘velhinhos’ porto-riquenhos aguentarão o repuxo no duelo ‘para valer’ diante de adversários mais jovens.
Uruguai
Posição no ranking da FIBA: 29º (39.2 pontos)
Posição no Mundial da Turquia-2010: não participou
Posição na Copa América-2011: 7º lugar (eliminado na segunda fase)
Posição nas Olimpíadas de Londres-2012: Não participou
Principais títulos: Nenhum
Medalhas olímpicas: Dois bronzes (1952 e 1956)
Melhor campanha na Copa América: Vice-campeão em 1984
Destaques: Esteban Batista (Efes Pilsen-TUR), Nicolas Mazzarino (Malvin-URU), Bruno Fitipaldo (Malvin-URU) e Emilio Taboada (Universo Goiânia-BRA)
Técnico: Pablo Lopez (URU)
Dono de participações esquecíveis em Copas América (apenas uma medalha de prata conquistada em 14 participações), a seleção do Uruguai deposita, para a edição de 2013, uma confiança jamais vista em disputas passadas. Com um grupo considerado qualificado e contando com os desfalques de outras seleções, os uruguaios acreditam que, desta vez, podem escrever uma história diferente, disputar o torneio continental em alto nível e voltar a disputar um Mundial após quase 30 anos de ausência (a última participação do país em Mundiais foi em 1986, em torneio disputado na Espanha, coincidentemente a nação-sede da próxima Copa).
A esperança é tão grande que, após um longo tempo de ausência da seleção, os veteranos Nicolás Mazzarino (37 anos e uma larga experiência no basquete europeu) e Emilio Taboada (ala de 31 anos, que disputará o próximo NBB pelo Universo Goiânia) resolveram atender ao chamado da Celeste e participarão da disputa em Caracas. Mazzarino e Taboada se juntarão ao armador Federico Bavosi, ao ala-armador Leandro Garcia Morales e ao ala-pivô Reque Newsome, todos acima dos trinta anos, para formar a base da equipe. O pivô Esteban Batista, considerado o craque do basquete uruguaio e primeiro atleta do país a jogar na NBA, e o promissor armador Bruno Fitipaldo, de apenas 22 anos, também estão na lista final e são os atletas de quem mais se espera um ótimo rendimento.
A vida dos platinos, entretanto, não será nada fácil: mesmo com grandes possibilidades de passar para a segunda fase, a Celeste ainda está um nível abaixo de seleções como Brasil, Argentina, Porto Rico, República Dominicana e Canadá, que estarão desfalcadas, mas ainda apresentam um conjunto melhor na briga pelas vagas no Mundial. Além disso, os uruguaios também têm de lidar com desfalques de última hora: o veterano ala Martin Osimani, recém-contratado pelo Brasília, está fora por causa de uma lesão, e o promissor armador Jayson Granger, que atuou pelo Boston Celtics na NBA Summer League, não participará do Pré-Mundial por ter assinado com o Unicaja, da Espanha, que não o liberou.
Mesmo sem dois dos seus principais jogadores, que deixariam a Celeste ainda mais poderosa para tentar bater de frente com as seleções do continente, o técnico Pablo Lopez segue confiante no desempenho de seus comandados. Afinal de contas, com um poderio ofensivo jamais visto no país, a volta de veteranos ao time e uma base sólida, os uruguaios acreditam que, desta vez, a vaga para o Mundial virá. É esperar para ver.
Respostas de 2
Belo post. Vamo Brasil!!!
Com tantas ausências é praticamente impossível ficarmos entre os 4. Sei da importância das equipes e entendo as razões dos atletas. Lastimo que a FIBA não tenha força para que os atletas principais da NBA atuem.