Análise | Raptors x Celtics – 11/11/23

O Boston Celtics atropelou o Toronto Raptors no TD Garden.

Vitória pelo placar de 117 x 92, fora o baile. Destaque para Jaylen Brown (de novo), Jayson Tatum e Kristaps Porzingis, com 29, 27 e 21 pontos, respectivamente.

Recorde atualizado – 7-2

PRIMEIRO QUARTO

O Boston Celtics começou a partida arriscando bolas de longa distância e errando todas as tentativas feitas, por Porzingis, Holiday e Tatum respectivamente.

Os primeiros dois pontos do Celtics vieram apenas após dois minutos de jogo, em infiltração de Porzingis. Enquanto isso, os Raptors aproveitaram bem suas decidas, abrindo rapidamente uma vantagem de 12 a 06.

Joe Mazzulla ficou irritado com a sequência de erros da equipe e logo pediu tempo, já que ajustes eram necessários para conter Scottie Barnes, muito incisivo e, principalmente, Pascal Siakam, que deu muito trabalho a Jaylen Brown no início da disputa.

A sequência de tijoladas de longa distância continuou com chutes de Derrick White e Tatum e só foi interrompida com linda conclusão de Porzingis, para o alívio de Mazzulla. A equipe em casa às vezes se comporta de forma quase despretensiosa, demorando a engrenar, talvez por saber que pode entregar mais a qualquer momento.

Os ajustes realizados logo fizeram efeito e a equipe forçou diversas vezes seu oponente e recorrer aos chutes de longa distância. O quinteto simplesmente anulou as ações dos Raptors no garrafão e com baixo aproveitamento da linha de 3, o adversário logo viu sua vantagem de pontos derreter.

O Celtics, por sua vez, passou a explorar justamente o jogo no garrafão, com rápidas investidas de Derrick White e Jaylen Brown. Brown, inclusive, respondeu muito bem às críticas na última partida, contra os Nets e ontem, novamente, veio para o jogo.

Faltando 4 minutos no relógio Joe Mazzulla deu lugar a Horford, Pritchard e Hauser, para as saídas de Tatum, White e Holiday. É importante ressaltar a alta minutagem que o treinador vem proporcionando nesses rodízios, procurando criar mais casca para os jogadores do banco, em uma rotação curta.

Hauser logo cravou uma bola de 3, estabelecendo a virada da equipe ainda no primeiro quarto.

É importante ressaltar que, em qualquer partida, faz uma enorme diferença Kristaps Porzingis permanecer por um bom tempo sem cometer faltas. Não é um equívoco dizer que a segunda unidade, com a presença de KP e Al Horford, é um verdadeiro pesadelo para qualquer outra equipe. Boston encerrou o período com FG de 60% e 3-10 no perímetro.

Fim do quarto, Celtics 30 X 26.

SEGUNDO QUARTO

Boston voltou para o segundo quarto com Pritchard, Holiday, Hauser, Tatum e Al Horford no quinteto titular. No primeiro lance, Sam Hauser matou sua segunda bola de 3 na partida e logo na sequência acertou a terceira, após lindíssima finta. O Celtics abriu 14 pontos de vantagem, obrigando Darko Rajaković a pedir timeout.

O treinador organizou sua equipe e rapidamente, com duas bolas seguidas de longa distância, o Toronto conseguiu encurtar a vantagem imposta pelo Celtics até a metade do quarto.

Porzings retornou no lugar de Al Horford e na primeira jogada meteu um tocaço pra cima de Jacob Poetl. Jaylen Brown pegou três rebotes em sequência, sendo dois deles ofensivos, mas o placar seguiu sem alterações. Foram praticamente dois minutos sem um ponto sequer de ambas as equipes, até arremesso curto de Siakam, que trouxe a diferença para apenas 6 pontos.

Em um sequência incrível, Jrue Holiday girou pra cima de Siakam e cravou a primeira dunk da partida, para depois roubar a bola de Schröder e dar linda assistência para cesta de Jaylen Brown. O que joga o camisa 4 do Celtics não tá escrito. Holiday é um jogador incrível de se ver em quadra. É simplesmente sensacional vê-lo trajando o nosso manto sagrado.

Faltando um minuto para o fim do quarto, o Celtics abriu novamente 10 pontos de frente, após duas faltas seguidas em Jayson Tatum. O desempenho da equipe nos lances livres, com aproveitamento de 66% preocupa para o restante da temporada, é bom ficar de olho.

Fim de quarto, Celtics 55 X 46.

Em entrevista à Abby Chin, Sam Hauser destacou o poder ofensivo do Celtics, quando as bolas de longa distância começam a cair: “é uma arma que precisamos explorar, temos ótimos shooters, temos que continuar chutando”.

TERCEIRO QUARTO

O terceiro quarto começou com duas jogada que vem sendo bastante utilizadas no começo desta campanha: Tatum e Porzingis no pick-and-roll, com Tatum partindo pra bandeja e os mesmos Tatum e KP no pick-and-pop, com Porzingis finalizando para 3.

Darko Rajaković precisou chamar novo timeout, após ponte aérea monumental de Porzingis, em mais uma assistência épica de Jrue Holiday. A diferença subiu novamente para 14 pontos.

Com mais uma sequência insana de turnovers dos Raptors, o Celtics viu sua diferença (que era de 9 pontos no intervalo) aumentar para 21 pontos após duas bolas de 3, uma de Jaylen Brown e outra de Porzingis. O unicórnio é um jogador realmente diferenciado, um two-way clássico, que faz estragos dos dois lados da quadra.

Uma run de 21-9 nos cinco primeiros minutos do quarto fez com que a equipe de Toronto baixasse um pouco sua intensidade, proporcionando uma transição rápida para a equipe de Boston, que espaçou bem a quadra, privilegiando JB e JT, que aproveitaram para amassar mais duas bolas de 3.

A essa altura da partida, o Celtics já havia envolvido completamente a equipe de Toronto, que engoliu outra ponte aérea de Holiday para Porzingis, seguida por mais uma série tenebrosa de turnovers cometidos por seus jogadores. Siakam, sozinho, perdeu a bola duas vezes seguidas de forma bizonha.

Apesar da dominância em quadra, Mazzulla pediu tempo (tá vendo só?) para ajustar o sistema ofensivo. 20 pontos de vantagem? O homem queria mais. E deu resultado, após linda troca de passes que resultou em mais uma bola de 3 de Sam Hauser.

Quando o Celtics ativa o modo avassalador a equipe se torna simplesmente imbatível. É impressionante a capacidade de abrir vantagens absurdas e mantê-las, algo que foi uma dificuldade constante até um passando não muito distante. Nada de terceiro quarto caótico desta vez.

Fim do quarto, Celtics 88 X 71.

ÚLTIMO QUARTO

O Celtics comecou o ultimo quarto com White, Pritchard, Tatum, Horford e Kornet em quadra. White foi peça fundamental na temporada passada e mais uma vez vai dando conta do recado. Seu poder de decisão evoluiu muito desde sua chegada à franquia, sendo hoje um jogador absolutamente capaz de chamar para si a responsabilidade e converter bolas de segurança em momentos cruciais das partidas.

Tatum, com duas bolas seguidas de longa distância levou a diferença para a casa dos 25 pontos, com menos de dois minutos de jogo no início do quarto. Horford, com um belo chute de longa distância decretou o 19° ponto dos bancários na partida, abrindo nova run de 13-2, aumentando a vantagem para 28 pontos com 7 minutos por jogar.

Tatum se tornou o jogador com melhor plus/minus da liga, com +124 até o momento. Será que o cara é importante em quadra? Pois é.

A equipe dos Raptors continuou encontrando muita dificuldade para se defender e atacar. Jaylen Brown, que não tem nada a ver com isso, anotou mais três pontos para Boston, alcançando a marca de 29 pontos na partida. Pritchard, também para 3, colocou os comandados de Joe Mazzulla 30 pontos à frente no placar.

Com 5 minutos no relógio, foi a vez dos bancários receberem mais uma oportunidade para fechar a partida, com Banton, Pritchard, Mykhailiuk, Brissett e Kornet em quadra.

Agora vejam só, Joe Mazzulla, mesmo com sua equipe liderando por 30 pontos, pediu desafio em disputa de bola entre Brissett e Boucher, que acabou com a arbitragem marcando saída de bola a favor do Raptors. Acreditem se quiser, a arbitragem reviu o lance e decretou bola para o Celtics. Denis Schröder não gostou.

O Mazzullismo existe e está aí para quem souber apreciar. Daí pra frente foi aquela pelada saudável, com direito a airball de Dalano Banton, que tentou, mas não foi capaz de tirar o brilho da noite.

Placar final, Celtics 117 X 94

PONTO POSITIVO E DESTAQUE DA PARTIDA

Essa foi a primeira vez na temporada que a equipe de Boston marcou 60 pontos no garrafão. Para quem gosta de criticar por criticar, afirmando que a equipe não tem qualquer variação tática e somente recorre às bolas de longa distância, tá aí o belíssimo diferencial desta partida.

Já o destaque vai novamente para Jaylen Brown. Em um curto espaço de tempo, para ser mais específico, 24 horas, o ala amassou o Brooklyn Nets, liderando a equipe, com 28 pontos e na noite seguinte, anotou 29 pontos, que fizeram toda a diferença em mais uma vitória da equipe.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma coisa parece ficar cada vez mais evidente: outras equipes têm perdido jogos, mesmo com suas estrelas desempenhando pontuações absurdas, a exemplo do Bulls, com Lavine fazendo 51 pontos na derrota para o Detroit Pistons, ou Giannis Antetokounmpo, com 54 pontos na derrota diante do Indiana Pacers.

O Celtics demonstrou mais uma vez ter uma unidade muito perigosa, com um quinteto titular ainda buscando seu jogo ideal, mas que já demonstra dominância e sobretudo, muita solidez como time. Mesmo em noites onde as principais estrelas (Brown e Tatum) estiveram abaixo de suas médias, a equipe soube encontrar formas de se manter na cola dos adversários, vendendo muito caro as derrotas fora de casa, para Timberwolves e 76ers.

Não foi o caso da partida de hoje, onde Brown anotou 29 pontos, fechando o segundo jogo seguido como cestinha da equipe, seguido por Tatum com 27,  Porzingis com 21 e claro, 28 pontos do banco, que segue sendo muito questionado pela torcida.

Não é o ideal? Podemos melhorar? A resposta é sim. E isso é bom, pois significa que equipe ainda tem teto para evoluir e, sem querer ser cubista, mas já sendo, amassar quem quer que cruze o seu caminho. Estamos diante de um ataque peso pesado, e uma defesa que tem tudo para melhorar ainda mais com o passar da temporada.

Esse é o Boston Celtics versão 23-24 montado por Brad Stevens, supervisionado por Jeff Van Gundy e treinado por Joe Mazzulla, Sam Cassell e Charles Lee. Apreciem.

NÚMEROS INDIVIDUAIS

Jaylen Brown | 29 pts | 5 reb | 2 ast

Jayson Tatum | 27 pts | 5 reb | 4 ast | 1 blk | 42 +/-

Kristaps Porzingis | 21 pts | 7 reb | 5 ast

Jrue Holiday | 8 pts | 3 reb | 7 ast | 2 blk

Derrick White | 4 pst | 4 reb | 5 ast | 1 blk

Sam Hauser | 12 pts | 4 reb | 4-6 3pm

PRÓXIMO CONFRONTO

O Boston Celtics volta às ações amanhã, segunda-feira, contra o New York Knicks no TD Garden.

A partida começa às 21:30 (horário de Brasília) e contará com transmissão do NBA League Pass e YouTube da NBA Brasil.

Por Vicente Kresiak

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