Resumindo a Temporada na pausa do ASG

Olá amigos, esse texto foi feito de torcedor para torcedor, em uma linguagem mais casual e descontraída, na intenção de falar sobre nossa franquia e seu percurso até essa pausa para o AllStar-Game.

O Início

Nossa franquia começou os trabalhos já na off-season, fazendo grandes movimentos para adicionar ao elenco nada mais nada menos que Kristaps Porzingis e Jrue Holiday. Algo que gerou uma divisão na torcida celta, lembrando que para a chegada dessas estrelas, jogadores importantes da nossa equipe foram envolvidos nas trocas, como Marcus Smart, Malcolm Brogdon e o Timelord. Para muitos, nosso banco de reservas ficaria muito enfraquecido. Era o que achávamos.

A pré season enfim começou e nosso banco, apesar de não passar grande confiança, começou a mostrar que tinha alguma qualidade. Payton Pitchard apareceu e nos primeiros jogos da pré season encantou a torcida, com momentos de destaque e muita confiança nos chutes de longa distância, uma de suas principais características. O jovem guard parecia finalmente estar pronto para lidar com aquilo que tanto se espera dele desde que foi draftado: a possibilidade de liderar a segunda unidade. Ainda assim, a qualidade do banco seguiu sendo questionada pela torcida, adicionando o termo “profundidade de elenco” ao debate. Os torcedores questionavam logo de cara a qualidade do banco e julgavam que aqueles jogadores não seriam capazes de ajudar nosso time a alcançar os objetivos, fossem de curto, médio ou longo prazo.

A regular season começou e o Celtics, como previsto, teve excelente início. Apesar da pouca química do time, jogamos um ótimo basquete, porém, quando nossa primeira derrota chegou, muito se falou sobre a questão do nosso banco, que continuou sendo muito questionado após a segunda derrota, na ocasião, para um rival direto: o 76ers.

Soberania

A cada jogo nossa equipe se entrosou mais, mas… e o nosso banco? Jogo a jogo os bancários, liderados por Al Horford, começou a dar ótimas respostas, com gratas surpresas, a exemplo de Neemias Queta, que aproveitou ao máximo as chances que recebeu, além de Sam Hauser inspirado matando suas importantes bolas de 3. Era tudo que a torcida celta queria, nosso time trabalhando de forma concisa, em uma única unidade, em sintonia. O resultado disso foi uma soberania absoluta do Boston Celtics em quadra, com bons recordes de win streak, recordes de vitórias seguidas dentro de casa e números incríveis em praticamente todos os stats relevantes. Nessa altura do campeonato muito já se falava sobre o Celtics ser o melhor time da liga, e o basquete apresentado pela equipe de Joe Mazzulla pouco a pouco foi confirmando essa opinião.

O InSeason Tournament

Infelizmente essa soberania não se fez valer no primeiro torneio da NBA. Apesar dos bons jogos na primeira fase, contando com a heroica classificação em cima do Bulls, nossa equipe não conseguiu fazer um grande jogo em Indiana e acabou derrotado pelo Pacers, em jogo mata-mata onde nossos jogadores entraram muito acomodados. Esse evento deixou a torcida completamente inconformada e novamente em dúvida, mas a resposta veio, e veio dentro de quadra.

Após a desclassificação na Copa da NBA, tivemos algumas sequências brutais de jogos e conseguimos buscar as vitórias mesclando nosso time titular com o banco e, principalmente, mostrando uma mudança de atitude, mostrando novamente que nosso time se adaptou rapidamente e soube sofrer, conseguindo vitórias em jogos muito disputados, contra equipes que certamente brigarão pelo título.

Na noite de Natal, enfrentamos os nossos filhos de Los Angeles, e claro, nosso time nos deu um ótimo presente de Natal, uma vitória imponente em cima das paquitas, em uma noite coletiva em que mostramos a eles porque somos o melhor e maior time da NBA.

O Início de 2024

Começamos 2024 em um ritmo forte, liderando a temporada regular de ponta a ponta. Em relação à conferência leste são 6 vitórias de vantagem para o segundo colocado e ao restante da liga, são 4.5 vitórias de vantagem, ou seja, jogamos um basquete invejável.

Claro que com tantas alegrias até aqui, nossos jogadores também foram recompensados. Jayson Tatum e Jaylen Brown foram selecionados para o All Star Game, que também contou com votação expressiva a favor de Kristaps Porzingis e Derrick White.

White se tornou o queridinho por grande parte da torcida, sendo aquele jogador “pouca mídia e muita bola”, que ajudou e muito sendo um dos grandes fatores para nosso querido Celtics estar onde atualmente está, liderando a classificação com sobras. Em relação a Porzingis, não houve muita diferença. Até aqui na temporada o letão se mostrou essencial para nosso time, contribuindo muito em post ups, sendo uma máquina de gerar missmatches, além de se consolidar como um grande defensor de aro, e exímio arremessador do perímetro. Para quem tinha dúvidas se valeu ou não a troca por Smart, ele rapidamente se tornou nosso unicórnio e um dos jogadores mais queridos do atual elenco.

Jrue Holiday, apesar de um início contestado por alguns torcedores, se mostrou capaz de entregar aquilo que o time precisa, mesmo que para isso precise sacrificar algumas características do seu jogo. Além de ótimo defensor, ele trás junto de si a experiência de ser campeão, mesclada com a vontade de vencer ainda mais, se tornando uns dos nossos principais defensores. Detalhe: até a publicação desse texto, Holiday detém o melhor aproveitamento da liga em bola tripla arremessada do corner. São 63% de aproveitamento da zona morta.

A dupla Tatum e Brown, como dito anteriormente, foi selecionada para o ASG. Brown, no início da temporada, recebeu muito hate por conta de seu contrato exorbitante, que logo foi esquecido a partir do momento em que nosso camisa 7 engatou uma longa sequência de grandes partidas, deixando claro porque ainda é e seguirá sendo considerado um dos melhores scorers da liga. Claro, oscilações e mais oscilações, jogos incríveis outros nem tanto, mas na média daquilo que já nos acostumamos a ver. Tatum, por outro lado, tem demonstrado uma vontade incrível de evoluir seu jogo e aprimorar quesitos que até a última temporada não faziam parte de seu repertório como fazem agora, a exemplo do incremento no número de rebotes e assistências, fazendo com que seu jogo flerte sempre com um triplo-duplo. Ou seja, mesmo atuando no melhor Boston Celtics dos últimos 15 anos, temos um jogador flertando com triplos-duplos, num elenco que conta com Brown, Porzingis, White, Holiday e cia.

A Trade Deadline

Com um elenco tão recheado de jogadores contundentes, a questão sobre a sequência da temporada e, principalmente, sobre os playoffs, recai sempre na qualidade dos jogadores que compõem a segunda unidade. Todos sabemos que nos playoffs raramente vemos em quadra rotações que ultrapassem sete ou oito jogadores. É pé no acelerador e vai que vai. Tendo isso em mente, com Al Horford mantido no elenco e sendo totalmente útil quando necessário, Sam Hauser e Payton Pritchard vindo do banco para botar fogo no jogo com suas bolas de longa distância além de Luke Kornet e Oshae Brissett entrando para dar alguns minutos de descanso, seria natural pensar que a equipe não faria grandes movimentos na trade deadline. Dito e feito. Brad Stevens, que foi muito criticado pelo acúmulo de picks de segundo round ao fim do último draft, logo deixou claro suas intenções, incluindo essas picks em trocas por Xavier Tillman (pivô) e Jaden Springer (ala-armador), se desfazendo de Dalano Banton e Lamar Stevens. Essas duas aquisições, apesar de parecerem simples, dão ao Celtics uma robustez ainda maior no sentido de adicionar fisicalidade ao jogo. Tanto Tillman quanto Springer são jogadores com a capacidade de entrar e botar fogo no jogo, com tocos e rebotes.

Ainda temos uma TPE no valor de 6.2 milhões de dólares, resultado da negociação que enviou Grant Williams para o Dallas Mavericks, ou seja, apesar de completo, o elenco do Celtics ainda pode ser reforçado durante o mercado de buyouts.

Joe Mazzulla e o que esperar da sequência da temporada?

Nós, do Celtics Brasil, sempre falamos que não existe nada mais fácil do que ser um torcedor corneta. Eu mesmo já fui um deles e hoje entendo que são diversos fatores que podem decidir uma partida. Muitas vezes criticamos os jogadores ou o técnico, mas o problema ou o real motivo é muito mais do que conseguimos absorver enquanto assistimos.

Assim como muitos ainda fazem, eu também já coloquei um alvo nas costas do Mazzulla – na época, aderindo aos mesmos argumentos que a grande maioria usava ou ainda usa – chamando o treinador de inexperiente, novato, sem pulso, frouxo, incapaz de controlar o vestiário e sem o devido respeito por parte dos jogadores do elenco (algo sem nenhum fundamento).

Nesse contexto, esqueci, assim como muito ainda fazem pouca questão de lembrar ou muita questão de esquecer, de considerar a bomba que foi jogada nas mãos dele, principalmente na temporada passada, com uma comissão ou o que restou dela, comissão essa que não era a dele e tão pouco queria continuar ali (no caso, a comissão técnica de Ime Udoka, afastado por ser um completo imbecil). Para essa nova temporada foi montada uma comissão especialmente para ele e obviamente Mazzulla nos deu o devido retorno, com uma ótima temporada em andamento. A comissão liderada por Mazzulla está fazendo uma ótima temporada à beira da quadra, o time está fazendo uma ótima temporada em quadra e penso que nesse restante de temporada pós ASG o Celtics irá tirar um pouco o pé, com o objetivo de chegar o mais inteiro possível para os playoffs.

Entretanto, acredito que nossos reforços vão contribuir de maneira efetiva vindo do banco e sinceramente? Penso que terminaremos a regular sendo seed 1 no geral e passaremos das 60 vitórias. Time para isso nós temos, comissão técnica para isso nós temos, apesar de acreditar que vamos tirar o pé, não vejo a equipe relaxando tanto ao ponto de perder tudo que construiu até agora.

Dito isto, encontro vocês no começo dos playoffs, quando teremos outra resenha falando sobe a regular de forma geral e sobre nossos adversários no pega pra capar até o 18° título.

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Texto por Ayran Fernandes | Colaboração de Vicente Kresiak

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Respostas de 3

  1. Excelente matéria! Baita análise. 2024 temos five man incrível e sólido. O que vai definir se seremos campeões serão os bancários ou uma possível lesão. Agora é aguardar o fim da regular season e tentar evoluir ao máximo o time. É a hora do Mazzula fazer os tetes para os offs

  2. Texto muito bacana, o reforço no banco foi para além da quadra com Van Guddy e Sam Cassel.
    Nos play-offs, ainda fica o receio dos momentos nos jogos (e não ENTRE os jogos) onde o Joe ainda é muito abaixo (vide Indiana).
    Mas a esperança para o time é alta.

    Na quadra, a famosa adição por subtração ao sair o limitadíssimo e nada atlético, para não falar baixo e gordo, G Williams e o tomador de decisões questionáveis Not-so-Smart por um super talentoso e dominante Porzingis e um cara mega cerebral e de grupo como Jrue.

    Duas coisas são destaques até aqui: Uma conexão de nível quase que familiar imediata entre Jaylen e Porzingis que gera MT volume no ataque e a presença absurda de D White no garrafão defensivo.

    Vamos buscar o título!
    O banco faz o que o banco faz, com a grata surpresa do Queta e Sam Hauser. O Horford tem que jogar essa minutagem baixa mesmo pra poder entregar.
    É manter todo mundo saudável.

    Abs verdes,

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