Sessenta jogos e mais de três meses de temporada já se passaram e, com isso, chegamos à metade da temporada 2021-22.
É hora, portanto, de atualizarmos a avaliação dos jogadores que fizemos anteriormente. Preparados?
De longe o jogador mais injustiçado nas votações do All Star Game, Brown continua liderando a equipe celta.
O que mudou nessa parte da temporada, no entanto, é que, se até aqui sua liderança vinha sendo técnica, agora passou a ser de vestiário também.
Segundo palavras de Al Horford, após a difícil derrota de virada para o Knicks em 6 de janeiro, Brown chamou para si a liderança da equipe e se tornou um jogador muito mais vocal no vestiário e dentro de quadra, cobrando e incentivando os companheiros a todo momento.
Não me parece coincidência, mas dessa partida em diante o Celtics mudou sua postura e venceu 16 das 21 partidas seguintes.
Sua pontuação teve uma ligeira queda em 2022, mas Brown ainda contribuiu com mais de 23,3 pontos por partida e possui ótima eficiência no período, se mantendo até o momento como 14ª maior pontuador da liga.
Robert Williams
Robert continua com sua evolução a todo vapor.
Em recente Power Ranking da NBA, foi listado como sexto melhor defensor do ano até aqui.
Atrás de Horford em grande parte da temporada na estatística de tocos, RW já superou seu companheiro e agora só tem Rudy Gobert em sua frente, em toda a NBA.
No ataque, “RW” também vem contribuindo muito com a equipe, se movimentando embaixo do aro e encontrando espaços para receber todo tipo de ponte aérea possível.
Claro, ainda falta ao pivô um pouco de senso de equipe para ajudar os companheiros com screens, mas dado o que ele tem feito em quadra, vamos “passar pano” para esse fator, por enquanto.
Jayson Tatum
Muitos criticam Tatum pela sua irregularidade, mas se tem uma coisa que ele tem feito tão regularmente, que já se tornou previsível para a torcida, é que ele vai começar a temporada jogando abaixo das expectativas e quando chegar janeiro ele vai começar a entregar seu melhor.
Dito e feito: aqui estamos nós em fevereiro presenciando toda a evolução em seu jogo em comparação com a primeira metade da temporada.
Seu até então péssimo aproveitamento nos arremessos subiu e se manteve na faixa dos excelentes 48% nos últimos 20 jogos.
Sua defesa também subiu de nível e isso teve um impacto direto no sucesso defensivo recente da equipe, que praticamente fica sem pontos fracos a serem explorados pelos rivais quando Tatum se dedica dos dois lados da quadra.
Para levar o “A”, ainda falta melhorar seu QI de quadra e saber a hora em que se deve ou não enfrentar a defesa rival em jogadas de isolação.
Marcus Smart
Se nem sempre podemos contar com a inteligência de Smart, parece que descobrimos uma nova forma de fazê-lo render melhor para a equipe. Cutucar o seu orgulho.
Uma avalanche de críticas por parte da torcida e da imprensa local defendia que Smart jamais poderia ser o armador principal dessa equipe e deveria ser trocado, portanto.
Smart parece ter levado as críticas para o coração (demonstrou isso em entrevistas), e parece ter colocado na cabeça a meta de provar para todos que poderia sim ser um armador de qualidade.
Com isso passou a se dedicar muito mais a organização de jogadas e reduziu seu número de arremessos. E Voilà!!! Finalmente tínhamos em quadra o Marcus Smart que sempre quisemos ver.
Não foi pelo motivo certo, não foi por conta de uma autoavaliação e sim por um desejo de calar os outros, mas quem se importa? Nos importamos com a vitória, e essa mudança de Smart ajudou muito o Celtics a alcançar seus objetivos.
Arremessando uma média de apenas 8,5 bolas por jogo no período, seu aproveitamento inclusive aumentou (46,8%) e sua defesa voltou a atingir os níveis de “primeiro time de defesa da liga”.
O impacto dessa mudança foi tão grande que Smart teve um “Plus Minus” médio de 16,3 no período, ou seja, nas últimas 13 partidas, enquanto esteve dentro de quadra, o Celtics fez 212 pontos a mais do que sofreu dos adversários. Um número absurdo!
Grant Williams
Alguém por favor descubra onde Grant Williams treinou durante as férias, e leve todos os demais atletas de Boston para lá.
Entra mês e sai mês, e Grant continua se mantendo entre os melhores arremessadores de toda a liga.
Grant detém até o momento o segundo melhor aproveitamento nas bolas de 3 de toda a NBA e está mais uma vez muito próximo de entrar no “Clube dos 50 40 90”, um seleto hall de jogadores que terminam uma temporada com aproveitamento acima dos 50% nos arremessos de quadra, 40% nos arremessos de 3 e 90% nos arremessos livres.
Já falamos disso antes, mas vale a pena repetir. Esse grupo é tão seleto que conta apenas com 8 jogadores, entre eles Bird, Reggie Miller, Curry e Durant.
Sim, é isso mesmo. Nem Jordan conseguiu entrar em tal clube!
E não é só no quesito arremesso que temos que elogiar Grant. Seu esforço defensivo também tem ajudado bastante a equipe.
Se esperávamos que Nesmith se tornasse um jogador “3D” confiável, foi Grant que tomou esse posto. Uma grata surpresa!
Al Horford
Horford começou a temporada sendo um dos melhores jogadores de Boston, mas então teve uma queda bastante abrupta por algumas semanas.
Bom, parece que o pior já passou e mais uma vez Horford voltou a apresentar um bom basquete.
Ciente de seu papel no time, não vamos ver Horford empilhando números no box score, mas se prestarmos bastante atenção, veremos ele fazendo dezenas de pequenas coisas que fazem esse time muito melhor.
Atual responsável pelo “jogo sujo” da equipe, Horford tem grande papel na evolução defensiva de Robert Williams, sempre cobrindo os espaços deixados pelo pivô e o orientando em relação a posicionamento defensivo e ofensivo.
Horford é hoje o treinador dentro de quadra de Williams e Grant, e não à toa estamos vendo a evolução brilhante dos dois.
Por fim, para coroar os bons desempenhos nessa parte da temporada, Horford teve o prazer de mais uma vez ser titular na posição 5 e repetir seu velho confronto direto com Joel Embiid.
O resultado? O de sempre! Horford mais uma vez mostrou porque é apelidado de “Pai de Embiid” e mais uma vez não deu chances para o Pivô de Philadelphia, que conseguiu converter apenas uma cesta em toda partida quando defendido pelo dominicano.
Aaron Nesmith
Entra mês e passa mês e Nesmith continua sendo uma das maiores decepções da temporada.
Selecionado como um dos melhores arremessadores do basquete universitário, o Ala ainda não encontrou o caminho da cesta na temporada e viu companheiros de posição menos badalados tomarem seus minutos de quadra.
Sem conseguir minutos para pegar ritmo e conquistar confiança, Nesmith teve do meio da temporada até o dia da “Trade Dealine” um bizarro aproveitamento de 11% nas bolas de três, acertando apenas 2 de 18 tentativas.
Veio então a deadline, o Celtics trocou dois concorrentes por minutos de Nesmith (Richardson e Langford) e era esperado que Aaron agora “na marra” recebesse minutos e pudesse buscar uma melhora no seu jogo.
A amostra desde então, foi pequena, apenas dois jogos, mas foi de certa forma animadora.
Nesmith esteve em quadra por um total de 45 minutos, acertando 8 de 13 arremessos, sendo 4 de 7 nas bolas longas, e apresentando uma ótima defesa.
Por hora, sua nota vai ser com base no que ele apresentou por todo esse período, e não apenas nos dois últimos jogos, mas vamos ficar aqui no aguardo para ver se Aaron finalmente consegue se tornar um jogador útil na rotação, ou não.
Payton Pritchard
Ao fim da primeira metade da temporada escrevi que Pritchard parecia estar se recuperando do terrível começo de temporada que ele praticou.
Infelizmente não é o que ocorreu. Seu aproveitamento de arremessos continua abaixo do ideal (42%) e a capacidade de armar que mostrou na temporada passada ainda não deus as caras.
Esperava-se que com a troca de Schroder e Richardson o jovem armador tivesse um aumento nos minutos e com isso melhorasse seus números.
A parte do aumento de minutos realmente aconteceu, e desde então “PP” vem tendo 14 minutos de média, mas a parte da melhora em seus números ainda não ocorreu, pelo contrário.
Desde a “trade deadline”, Pritchard vem tendo um péssimo aproveitamento de 39% nos arremessos, sendo 27% nas bolas de 3.
Se continuar assim, Payton rapidamente perderá todos os seus minutos para o recém-chegado Derrick White.
Derrick White e Theis
Contratados na “Trade deadline”, Theis e White tiveram muito pouco tempo para mostrar seu basquete em Boston, então não creio que seria prático dar a eles qualquer nota nesse momento.
No entanto, o pouco que mostraram já nos deixa animados e com o pensamento de que serão muito úteis para a equipe.
Theis, nas duas partidas que jogou, ainda não teve muito tempo de quadra e nem recebeu muitas bolas no ataque. Nas vezes que recebeu, converteu todas. Foram 4 finalizações certas em 4 tentadas.
Mas não é no ataque que esperamos algo de Theis e sim na defesa.
Na sua estreia, diante do Sixers, Theis mais uma vez recebeu a tarefa de ter que defender Embiid, um dos melhores pivôs da liga, e mais uma vez se saiu bem.
Saindo do banco para substituir Horford, Theis manteve a forte defesa contra o pivô Camaronês e assim como Horford, só permitiu uma única cesta do rival no confronto direto, o que dá ao torcedor a esperança de que, agora sim, a franquia tem um garrafão profundo e de defesa sufocante em tempo integral, com “RW”, Horford e Theis revesando os minutos.
Já White, com 4 jogos realizados, teve uma amostra um pouco maior e um papel também mais observável em quadra.
Contratado para ser um suporte ofensivo e defensivo aos Jay Jay, o ex-comandado de Greg Popovich vem mostrando todo o QI de quadra que aprendeu com seu mestre.
Seu aproveitamento nos arremessos ainda está bem abaixo do ideal, mas isso não o impediu de impactar diretamente no plano tático da equipe em quadra.
Na defesa, vem ao lado de Smart sendo uma muralha e uma dor de cabeça para os rivais. Nos momentos em que esteve em quadra até aqui, o Celtics fez 64 pontos a mais do que sofreu dos rivais.
Respostas de 27
Que análise!!! Excelente, tatum pra mim retomou o papel de principal jogador, mas é inegável a evolução (mais uma vez) do brown, assumindo a responsabilidade fora de quadra
Ótima análise!
Parabéns pelo trabalho..
Let’s Go CELTICS!!!!
Ótima análise! Acredito que Theis e principalmente White ainda vão evoluir seus papéis e se encaixarem ainda melhor no nosso esquema tático. Estamos com uma equipe bem casca grossa de enfrentar nos Offs. Não vai ser fácil bater esse time que e está demonstrando retomar aquele time guerreiro, que entrega tudo em quadra e que gostamos de ver.
Estou de acordo com a sua avaliação, não acho o Brown nota A, vejo ele mais como o Tatum B+, de resto é isso mesmo. Feliz pela sua isenção em reconhecer o RW3 como nota A, realmente esse é um baita steal, Stevens renovou ele a um preço de banana pelo que esta entregando.
Ótimo texto.
E pensar que no lugar do Nesmith poderíamos ter draftado o Cole Anthony, Saddiq Bey, Tyrese Maxey, Desmond Bane,…
Análise bem realista. Parabéns.
Eu cheguei a escrever aqui no blog que ficaria surpreso se a equipe reagisse na season.
Fico feliz com os últimos jogos.
Nem todos foram contra equipes desfalcadas ou enfraquecidas.
Então,.não estamos longe da parte de cima da tabela.
Lets go Celtcs
Não da acreditar mesmo…com aquele péssimo início até uns vinte jogos atrás, o Celtics esta com cinco derrotas a mais que o primeiro só. Tatum melhorou mesmo e pra mim o Smart arremessando pouco, armando e defendendo como esta é a maior surpresa positiva junto com nosso garrafão defensivo que melhorou demais.
Que venha o mando de quadra nos offs!!
Como é bom ver o time jogando mais focado. Antes parecia que tava todo mundo com sono depois da feijoada do almoço.
LETS GO CELTICS!!!
Excelente análise; e como é bom ver a evolução do time!
O Tatum é B+ pq ele “só consegue” manter o 1×1 com Durant e sair com 50+ pontos, quando o importante mesmo é mostrar garra contra o Indiana Pacers rsrs
A janela foi MT boa, analisando após alguns jogos. Surpreendeu geral.
Falta sair o Grant que tá no clube pipipopopó, mas que não intimida mesmo na defesa. Para ser 3D, tem que ter o D.
Pelo salário mínimo e rookie está valendo, mas é liability e isso vai ser explorado nos playoffs (lembrem -se do Hayward).
R. Williams podia desenvolver um jump shot. Viraria all-star. Ele já é um exemplo de draft para os próximos anos – escolher atletas.
Abs verdes,
A melhor coisa de ganhar do Nets e ver a cara de “bunda” do Irving…kkkkkk
Tatum joga demais, simples assim… qualquer melhor ajuste no time e ele só cresce.
Acredito que finalmente Tatum, assim como outros jovens da liga, se adaptou as novas regras “anti-hardem” e a nova boa.
Seu aproveitamento voltou a ser descente. Vejo que ele também tem atacado mais o garrafão, agressividade que faltava em seu jogo.
Quanto ao time, ainda acho nosso banco muito aquém do necessário para brigamos de igual pra igual na offseason, acho que se tivermos um shotter confiável no perímetro e um pontuador que mantenha o time trocando pontos na segunda unidade, acredito que teríamos um time realmente competitivo.
Falta um pouco ainda.
Mas, ao menos deixamos de ter aquela equipe que nos fazia passar raiva só de pensar em ver o jogo.
Melhorou bem.
“Aaron Nesmith ou Saddiq Bey? Aaron Nesmith, é claro!”
(Danny Ainge)
Olynyk ou Giannis? Olynyk, claramente mais jogador (de boliche). Dany Ainge.
Acho que do histórico do Ainge tivemos um draft excepcional (Tatum + combo de roubar pick do 76ers) e um excelente (Rajon Rondo).
Alguns drafts esperados como bons por altas picks (Jaylen), mas de resto… Ė torcer para mudar isso tb com o Stevens.
Ontem:
Sam Hauser (12 minutos).
Aaron Nesmith (0 minutos),
É Aaron, tá osso…
Depois do que vi no início da season, não ouso reclamar de nada. Está muito bom. Estamos perto, perto do topo da tabela. Está tão bom que tenho até medo de estragar.
Estou na mesma. Impressionante como estamos amassando os adversários, inclusive os top contenders. Muita marcação e movimento de bola. Xô isoball no 4o quarto! Aliás, nos últimos quartos o jogo já tem começado decidido! Que mantenhamos a fase até os offs
Aaron Nesmith está na G-league para recuperar condição de jogo. Vamos ver se esse cara consegue aproveitar o bom momento do time para subir um passo na escala de evolução.
Eu tinha esperança dele se tornar o gatilho de três que falta nesse elenco, apesar de que nesse momento para calar minha boca esse cara é o Ariete (grant wilians)
1st seed.
O jogo dos Nets foi mesmo um ponto de virada.
Talvez fosse o caso de reduzir minutos para chegar 100% nos playoffs.
E parabéns ao Ime e comissão técnica que apontaram os caras certos para sair.
Está fazendo 1k vezes melhor que o Brad no 1o ano.
Agora é passar próximo degrau é evitar ser o Raptors do Casey.
Abs verdes,
Quem diria?
Primeiro colocado no leste, quarta melhor campanha no geral, no concorrido leste.
Excepcional.
Quem diria! Eu que estava esperando uma quarta, talvez uma beliscada na terceira colocação… Alguém sabe como está a situação do joelho de RW? Se chegarmos inteiros nos Offs vai ser casca grossa!
A princípio fora por uns 2 meses :/ Foda, mas seguimos firmes. Hoje jogo duríssimo contra o Heat.
Típico jogo de playoff. Bom jogo.
Grant pipipipopopó foi exposto na “defesa” e não pode substituir o Rob.
Ime ainda tem mt coisa para aprender, mas não foi envolvido na defesa zona como o Brad na bolha.
Mas é isso aí: Sem Rob complica bastante qualquer pretensão séria, embora White e Theis são mt melhores que ter o Hayward vindo do banco.
Abs verdes,
Eu gosto muito do jogo do Rob Will, mas ele tem sofre com.problemas físicos.
Esperava que Udoka revesasse o tempo com o Theis.
O alemão vai ganhar muitos minutos.
Mais uma vitória fácil, agora contra o Bulls. Amanhã se ganharmos do Bucks garantimos a 2nd seed. E aí pode vir já o Nets 🤔
Não espero facilidade na primeira rodada dos offs