Avaliar as atuações com tão poucas partidas disputadas é algo bastante ingrato, ainda mais quando falamos de uma equipe que está em repentino papel de mudanças, com troca de corpo técnico, lesões por ausências e chegada de novos jogadores.
Entretanto, não vamos nos furtar de dar nossas primeiras impressões e tentar entender melhor como esse novo Celtics vem se comportando em quadra.
Então acompanhe abaixo as avaliações individuais, e depois deixe seu comentário!
Sumário
ToggleJayson Tatum A
Em se tratando de Jason Tatum, existe uma máxima que nunca falhou nos anos anteriores; “- Ele vai iniciar a temporada jogando muito mal e lá para final de janeiro, ou fevereiro vai começar a jogar como um Super Star”
Quem é torcedor do Celtics sabe disso e já está acostumado. Mas não meus amigos, não dessa vez!
Para a surpresa de todos, Tatum deu início a temporada jogando em modo MVP.
Muito criticado nas finais da temporada passada, o ala parece disposto a provar do que é capaz e vem fazendo apresentações ofensivas impressionantes.
São 30 pontos de média, com aproveitamento de arremessos acima de 50% e uma seleção de arremessos bem equilibrada.
Na defesa, Tatum não tem mantido a mesma qualidade, porém. Jogando grande parte dos minutos na posição 4, o ala não consegue dar a proteção ao garrafão que o time precisa. Falta físico, falta peso e às vezes falta vontade. Mas com a ofensa que está apresentando, e tendo em vista que está em uma posição diferente, vamos passar pano para isso, ao menos por hora.
Jaylen Brown A
Após uma confusão com Joel Embiid no jogo de estreia, Brown concedeu entrevista afirmando que nessa temporada o Celtics não estaria aceitando qualquer tipo de desrespeito. O recado estava dado, Brown estava iniciando a temporada pilhado e com sede de vingança.
Com 26 pontos de média, mesmo sendo na teoria a segunda opção ofensiva da equipe, Brown é hoje um dos maiores pontuadores do jogo, estando a frente de gente como Lebron, Harden, Beal e companhia.
Na defesa tem feito seu papel, tendo sua maior taxa de tocos na carreira, até aqui, e sendo um dos que mais tem se dedicado na defesa de transição.
Caso mantenha esse desempenho, poderá pela primeira vez na carreira brigar não para ser um All Star, mas sim para ser titular no jogo das estrelas.
Malcolm Brogdon B
Fiquei em dúvida entre uma nota B ou B+ para Brogdon. No fim acabei escolhendo a nota B por conta do seu tempo um pouco limitado, mas creio que se estivesse tendo mais tempo de quadra, sua nota certamente seria B+, se não A.
O fato é que Brogdon está colocando Mazzulla em uma posição difícil. Seu desempenho defensivo tem sido muito próximo, se não melhor do que o de Smart nesses jogos iniciais. Sim, Smart é um Dpoy e pode tranquilamente ser um defensor melhor, mas não está sendo (falaremos disso mais adiante).
Já no ataque, existe uma clara e larga diferença de patamar entre os dois. Mesmo jogando em média 11 minutos a menos que Smart, Brogdon está pontuando mais. Caso jogasse os mesmos 35 minutos que Smart, provavelmente estaria contribuindo com mais de 20 pts de média.
Tudo isso coloca uma pressão para que ele tenha mais minutos ou até que se torne titular, algo que seria bastante complicado para Mazzulla, que assumiu o time “ontem”, fazer.
Para o torcedor é muito fácil querer e pedir esse tipo de coisa, mas Smart é o líder e jogador mais “velho de casa”. Tem apoio incondicional dos “Jays”, e algo assim pode causar desconfortos internos.
Dito isso, ainda é muito cedo para pensarmos em nos arriscar a fazer esse tipo de movimento, mas caso a situação se mantenha assim por um bom tempo, algumas mudanças podem estar por vir em Boston.
Grant Williams B-
A extensão de contrato com Grant era difícil e todos sabíamos disso.
Em uma liga onde o salário dos jogadores é baseado em porcentagem do “CAP”, e que o CAP aumenta a todo ano, extensões de contrato significam quase sempre que o jogador está aceitando perder dinheiro em troca de uma estabilidade.
Grant confiou no seu jogo e resolveu esperar, ciente de que pode fazer uma boa temporada e com isso conseguir uma renovação com um valor melhor. Por hora me parece uma decisão acertada.
Sua pontaria parece mais afinada do que nunca. São 63% de aproveitamento nos arremessos, sendo incríveis 57% na linha de 3 até aqui.
A falta de opções defensivas de garrafão no elenco atual tem obrigado o ala a jogar até de pivô em alguns momentos. Jogar em 3 posições diferentes tem custado algum preço na sua defesa, fazendo que confunda o posicionamento em algumas ocasiões. Entretanto, sua vontade e esforço é perceptível e imagino que com o passar dos jogos seu posicionamento irá melhorar.
Derrick White C+
White está tendo um começo de temporada bastante oscilante e igualmente na temporada anterior, parece que o Celtics ainda não sabe qual papel deve ser dado para o atleta.
Em algumas partidas ele é claramente um jogador mais focado em defender e organizar, enquanto em outras se torna uma válvula de escape ofensiva.
Da mesma forma que seu papel no time varia, a qualidade com que ele cumpre esses papéis também oscila bastante. Em um dia ele faz uma partida defensiva digna de aplausos, para no dia seguinte errar diversas rotações. Em um dia contribui com 27 pontos, para no seguinte converter apenas dois arremessos.
O curioso é que no Spurs ele era totalmente o oposto disso, sendo um jogador sólido e discreto em todos os sentidos.
Nos resta, portanto, aguardar por mais jogos para saber que White teremos, se é o mesmo do ano passado ou se é o que jogava no Spurs. De toda forma, sendo um jogador linear ou de picos, White é uma boa peça para se ter no elenco, e seu aproveitamento de 42% nas bolas de 3 até aqui, é algo que nos deixa um alento.
Sam Hauser C+
Hauser não passa, não pega rebotes, não rouba bola, não defende, não infiltra. Ok, mas quando ele se juntou ao elenco, todos nós já sabíamos disso.
O que todos esperavam do Hauser era uma única coisa, que ele se posicionasse para arremessar de 3 e fosse mortal quando ela chegasse para ele. E meus amigos, como ele é mortal nessa situação.. hahaha
Larry Bird..ops… digo… Hauser é um “gatilho” como a tempos o Celtics não tem. Talvez seja o melhor arremessador de 3 da equipe desde a saída de Ray Allen, e isso não é um exagero, é uma constatação.
Infelizmente a deficiência em todo o resto do jogo impede que ele fique muito tempo em quadra, mas é bom saber que temos essa opção para entrar alguns minutos e castigar alguns adversários que estejam focando demais em defender o garrafão e com isso estejam deixando espaços na linha dos 3.
Al Horford C
O início de temporada de Horford em 2021 foi brilhante. Naquele ano, ele e Brown carregaram o Celtics nas costas para muitas vitórias. Infelizmente esse início de temporada parece um pouco diferente.
Horford nunca esteve tão lento como tem estado nesses jogos iniciais e isso cobra um preço enorme a defesa de Boston.
Com a lesão de Robert Williams e a troca de Theis, uma boa atuação defensiva de Horford seria fundamental nesse início de temporada, mas não é o que vem ocorrendo. O garrafão celta hoje é terra de ninguém e todos os adversários exploraram isso.
O motivo dessa queda de rendimento repentina do dominicano nós não sabemos. Será apenas um começo ruim que melhorará conforme a “ferrugem” do início de temporada for sendo tirada? Será que é algum tipo de lesão limitando os movimentos? Ou esse será o Horford que veremos sempre daqui em diante?
Se for, temos problemas sérios!
Em sua defesa, fica a constatação de que aos 36 anos, cuidar praticamente sozinho de um garrafão, já que Tatum pouco tem o auxiliado nisso, é uma tarefa bastante injusta.
Talvez jogar mais minutos com um companheiro mais qualificado defensivamente o faça retornar aos melhores dias.
Mazzulla sabe disso e tem feito testes, mas lhe falta material humano para colocar em quadra. Talvez uma conversa com Stevens, para pressioná-lo a reforçar o setor, seja a solução.
Marcus Smart C-
Smart definitivamente não começou bem a temporada.
Erros de posicionamento, dobras afobadas e erros de troca de marcador tem sido uma constante, algo que não é aceitável para um jogador que acabou de ser eleito melhor defensor da liga.
No lado ofensivo, a afobação se repete. Escolhas de arremessos totalmente descompensadas, péssima pontaria, tentativas de passes perigosos, e todo aquele pacote de show dos horrores que já conhecemos bem.
No fim, parece que Smart está sentindo a pressão de ter novamente um jogador de qualidade fazendo sombra sobre si (Brogdon).
Luke Kornet C-
Kornet em alguns momentos dos últimos jogos tem sido o melhor pivô celta em quadra. Isso diz mais sobre a total carência do Celtics no setor, do que propriamente um elogio ao atleta.
Não consigo fazer críticas ao Kornet nesse momento. Ele está sendo colocado em uma posição que não deveria estar e está fazendo o possível para não decepcionar. Sua defesa no perímetro e em transição não existe, mas quando confrontado em baixo do aro, oferece um grau de dificuldade para os adversários.
No ataque a contribuição é quase nula, se resumindo a receber poucas bolas em baixo do aro quando a marcação adversária falha.
Jogou melhor que Vonleh e Grffin na posição 5, mas como dito, isso pouco diz. Uma equipe que quer brigar seriamente pelo título tem que ter Kornet como quarta ou quinta opção para o setor e não como segunda.
Blake Griffin D
Aquele Griffin All Star e dos torneios de enterrada não existe a anos e todos sabíamos disso.
Sua contratação foi feita para fechar um elenco, ou seja, se esperava que ele fosse um terceiro reserva, tendo alguma importância em alguns jogos específicos, mas nada além disso.
De qualquer forma, não posso negar que esperava um pouquinho mais.
O que vimos até aqui é um Griffin lento, pesado, que parece estar pesando 200 quilos e com a bola pegando fogo em suas mãos.
Por outro lado, temos que ser justos em lembrar que ele foi contratado em cima da hora, portanto não fez uma pré-temporada completa com a equipe, o que cobra um preço tanto no entrosamento quanto na preparação física.
Também temos que lembrar que devido à deficiência do elenco da equipe na posição 5, Griffin teve que ser testado na posição, uma posição que nunca jogou na vida, e que acho que dificilmente ele ser adaptará.
Payton Pritchard D
Pritchard teve um excelente primeiro ano em Boston e as expectativas para seu jogo eram enormes. Infelizmente já no ano passado vimos seu jogo ter uma queda de qualidade, e com isso uma redução na sua minutagem.
A falta de defesa fez com o Celtics fosse atrás de White na temporada passada, reduzindo ainda mais seus minutos, e nessa temporada tivemos a chegada de Brogdon, o que praticamente enterrou suas chances de fazer parte da rotação regular da equipe.
Resta-lhe, portanto, realizar boas apresentações durante os “garbage time”, para tentar cavar novos minutos, mas o que vimos até aqui não dá indícios de que isso vá acontecer. Nos raros minutos que entrou, “PP” foi pouco agressivo, e nas vezes que tentou concluir jogadas, foi mal, tendo aproveitamento de 28%.
Noah Vonleh D
Eu não sei o que Vonleh apresentou nos treinos da pré-temporada para garantir a vaga no elenco a frente de Caboclo, mas é bom que ele apresente isso logo se quiser continuar tendo emprego nos próximos meses.
Poucas vezes vi um defensor tão afobado e cometendo tantas faltas e erros defensivos em tão pouco tempo.
Na partida contra o Bulls, por exemplo, Noah conseguiu o incrível feito de cometer 4 faltas em 5 minutos de partida, tudo isso somado a um plus minus de -16.
Vamos aguardar para ver se essa afobação passa e ele começa a ter melhores desempenhos daqui para frente, mas até agora a primeira impressão é a mais negativa possível.
Joe Mazzulla C+
Mazzulla tem em suas mãos uma das mais difíceis tarefas que um treinador da NBA já enfrentou, a de ser um jovem de 34 anos, sendo alçado a treinador principal em uma equipe de ponta, sem ter tempo de preparação para tal.
Vamos lembrar que Udoka assumiu o Celtics 5 meses antes de uma temporada começar, o que lhe deu bastante tempo de fazer um planejamento, de criar um esquema, de planejar isso com os jogadores, de fazer testes. Além disso, tinha menos pressão sobre seus ombros, pois o que se esperava era um trabalho de um ano para “arrumar a casa”, para no segundo começar a pensar em algo mais sério.
Mazzulla não tem nada disso. Tendo que assumir o cargo repentinamente, a poucos dias do início da temporada, não teve tempo para realizar um planejamento. Os testes estão tendo que ser feitos dentro de quadra, e a pressão por resultados é infinitamente maior.
Além disso, Mazzulla tem que enfrentar algo que seu antecessor não teve, o fato de hoje existir um rombo em uma posição do elenco.
Com Williams machucado, Theis trocado e Horford com início extremamente lento, Mazzulla viu a defesa do Celtics naufragar por falta de material humano qualificado para defender o garrafão.
Por ali já foram testados Noah, Griffin, Kornet e até mesmo Grant. Mas todos sabemos que nenhum é o ideal, e que por hora esse problema parece ser “insolucionável”.
Sendo assim, eu me recuso a colocar em Mazzulla a culpa na queda acentuada que a defesa do Celtics nesse início de temporada. Para mim isso é mais uma falha de montagem de elenco, por parte de Brad Stevens, do que qualquer outra coisa.
Já o ataque do time melhorou muito, e o dedo de Mazzulla é perceptível nisso.
Hoje o Celtics atua com uma velocidade muito maior, apostando bastante na transição e pegando defesas adversárias desarrumadas, resultando em Tatum e Brown realizando números ofensivos incríveis, e com aproveitamentos excelentes.
Mas se o ataque melhorou muito e a defesa não é culpa dele, porque eu só dei nota C+?
Simples, porque como todo treinador novato, falhas técnicas e comportamentais sempre surgirão.
Os pedidos de tempos tem sido um problema para Mazzulla, assim como a falta de desafios técnicos em algumas jogadas bem claras.
Perder a cabeça com a arbitragem e conseguir ser ejetado já no seu quarto jogo pela franquia também lhe cobra uma redução de nota. O Celtics é uma equipe que tem mostrado muita instabilidade emocional nos últimos anos, e tudo que não precisamos é de um treinador embarcado nessa instabilidade.
De toda forma, ao contrário de parte da torcida, o começo de Mazzulla no comando do Celtics me agrada, sabendo das dificuldades que ele vem enfrentando por coisas que estão acima do seu poder.
Se ele será o treinador ideal para o Celtics nos anos futuros, daí é muito cedo para saber, mas eu lhe darei uma boa margem de tempo para que ele demonstre do que é feito, antes de lhe fazer um julgamento mais criterioso.
Respostas de 4
Excelente análise. Brogdon realmente tá pedindo passagem.
Na moral, ainda não consigo acreditar que o Celtics dispensou o Bruno Caboclo pra ficar com o Noah Vonleh. O “Cablock” foi MVP do NBB e da Champions League, e ainda fez uma boa Summer League pelo Utah Jazz. Não sei o que o Vonleh fez na China, mas tenho certeza que não chega nem perto do que o Caboclo conseguiu. O próprio brasileiro disse essa semana que o Celtics ainda está de olho nele, então seria uma boa hora para o time de Boston consertar essa burrada, antes que a situação do garrafão comece a se tornar um problema ainda maior.
O Noah Vonleh é nativo de MA, em cidade bem próxima de Boston. Foi por isso que foi escolhido no lugar do Caboclo.
Não foi boa escolha, mas é o que aconteceu.
Mas acho que o Vonleh é muito mais útil e melhor jogador que Kornet, só está fora de ritmo, claramente.
Os problemas defensivos devem terminar com a volta do GlassLord. É torcer para nosso departamento médico não prejudicar mais ainda o roster como tem feito nos últimos 20 anos.
Ime era melhor que Stevens e Joe também será. Achei que ele está tentando criar um estilo de ataque mais veloz, para suprir as deficiências que vimos contra GSW.
Abs verdes
Minha única preocupação no momento é procurar um reserva ao Lord.
Este jogador não está na equipe.