Devemos aposentar o número de Al Horford?

O título do Celtics veio para gerar diversas narrativas: Tatum é sim um jogador decisivo, Jaylen Brown sabe ganhar jogos, Joe Mazzulla é um excelente técnico, e Brad Stevens é o melhor GM da liga. Mas agora que o título veio, um personagem e outro debate começam a surgir:

Al Horford merece ter a camisa aposentada no Boston Celtics?

Al Horford carrega, talvez, o título de maior dominicano da história do basquete e também pode ser considerado o caribenho não naturalizado de maior sucesso na história da NBA. Outros nomes como Tim Duncan, das Ilhas Virgens Americanas, e Patrick Ewing, da Jamaica, sempre defenderam as cores da seleção americana no basquete.

Desde sua entrada na NBA, Al Horford sempre se destacou por seu jogo atlético e versatilidade, adaptando-se ao jogo atual da NBA. Um exemplo disso é seu jogo como Stretch (jogador da posição 4 ou 5 que tem a capacidade de espaçar a quadra), que começou a aparecer somente em seu último ano em Atlanta (2016-17) e se tornou fatal no Boston Celtics sob o comando de Brad Stevens.

Seu arremesso de três pontos evoluiu tanto que, em 3 de suas 6 temporadas com a franquia de Boston, ele figurou entre os arremessadores de elite da NBA.

  • 2018-19: 42,9% com 1,3 cestas por jogo
  • 2022-23: 44,6% com 2,3 cestas por jogo
  • 2023-24: 42% com 1,7 cestas por jogo

E o que jogaria a favor de Al Horford ter seu número aposentado pelo Boston Celtics?

1. Identidade com a franquia

Al Horford sempre se mostrou um profissional exemplar e elogiou consistentemente os técnicos que o treinaram no Boston Celtics. Além disso, o atleta deixou evidente o desejo de renovar com a franquia celta quando se transferiu para o Philadelphia 76ers. Quando retornou ao Celtics, disse que estava voltando para casa e deixou claro que queria que Boston fosse seu último ciclo na NBA.

2. Sua entrega nos dois lados da quadra

Em sua volta, “Big Al” demonstrou ser extremamente eficiente em ambos os lados da quadra. Seja com o já citado aproveitamento acima da média da liga na bola de 3, seja no lado defensivo da quadra. Em seu ano de retorno, Horford teve um dos 10 melhores DRTG (defensive rating) da NBA, com incríveis 103.4, ficando na frente de jogadores como Rudy Gobert e Bam Adebayo.

3. Suas médias com a camisa celta
  • 6 temporadas – 405 jogos
  • 11.6 pontos
  • 6.9 rebotes

Médias superiores às de alguns jogadores que têm seu nome hasteado no alto do TD Garden, como:

44 – Danny Ainge

  • Pontos por jogo: 11.3
  • Rebotes por jogo: 2.8
  • Assistências por jogo: 4.4

25 – K.C. Jones

  • Pontos por jogo: 7.4
  • Rebotes por jogo: 3.5
  • Assistências por jogo: 4.3

16 – Satch Sanders

  • Pontos por jogo: 9.6
  • Rebotes por jogo: 6.3
  • Assistências por jogo: 1.1

4. O título de 2023-24

É fato inegável: Al Horford foi essencial para o 18 título do Boston Celtics.

O dominicano contribuiu com 9 pontos, 7 rebotes e praticamente um roubo e um toco por jogo durante a campanha de 16-3 que levou a equipe ao título. Além disso, o “Big Al” foi peça necessária para suprir os minutos sem Kristaps Porzingis, pivô titular do Celtics. Quando esteve em quadra, contribuiu para o ataque com um ORTG (Offensive Rating) de 118.0, o maior do elenco nos playoffs.

Tudo isso ajudou Horford a se tornar o primeiro dominicano campeão da NBA.

Agora, vamos aos pontos que jogam contra a aposentadoria de Al Horford.

1. Tempo na franquia

Atualmente, Horford tem 6 anos de Boston Celtics e seu contrato termina no final da próxima temporada, o que resultaria em 7 anos. Todos os jogadores que tiveram seus números aposentados jogaram pelo menos 8 anos pela franquia de Massachusetts.

2. A queda das médias

Hoje, Al Horford inicia seus jogos no banco. Suas médias têm caído ano após ano, e ele não consegue ter uma boa sequência de jogos com boas pontuações, volume em rebotes e stocks (steals e blocks). Acredita-se que sua média com a camisa celta, ao fim da próxima temporada, estará na casa dos 10 pontos por jogo, o que, na NBA atual, é uma baixa média de pontuação para uma estrela em um recorte de 7 temporadas.

Devemos também levar em consideração que seu auge, seu prime, de fato, aconteceu com a camisa de Atlanta e não com a camisa de Boston.

3. Falta de marcos históricos com a camisa do Celtics

Danny Ainge, K.C. Jones e Satch Sanders têm algo em comum: assim como todos os outros que tiveram suas camisas aposentadas, foram destaques ou pioneiros em algo relacionado ao Celtics ou à NBA em geral.

Pegando o recorte dos três jogadores:

  • Danny Ainge foi multicampeão, All-Star e um dos principais arremessadores de sua época, em uma época onde o arremesso do perímetro ainda não era tão valorizado.
  • K.C. Jones é Hall of Famer e foi 8 vezes campeão da NBA na época de ouro do Boston Celtics. Além de ser um dos primeiros jogadores negros de destaque da liga e um dos baluartes na luta contra a segregação racial e o racismo que existia na época.
  • Tom “Satch” Sanders, também Hall of Famer, foi um precursor na luta contra o racismo e, assim como K.C. Jones, foi 8 vezes campeão da NBA e 1 vez All- Defensive (1968-69) na primeira vez que a NBA começou a montar times ideais de defesa da liga.

Conclusão

Sabemos que Big Al é um dos grandes nomes e um dos mais carismáticos do time de Boston. Sabemos também que o Celtics é um time com uma quantidade vasta de ídolos e também seleciona a dedo jogadores que têm seus números aposentados.

Jogadores que foram All-Star, campeões ou All-Defensive não tiveram garantia de número aposentado. Vemos casos como Rajon Rondo, que já teve seu número utilizado até mesmo por Brad Wanamaker, e Ray Allen, que já teve seu número utilizado por Moritz Wagner, entre outros jogadores.

Mas na sua opinião, o número 42 deve ser aposentado pela franquia celta ou Al Horford não figura no panteão dos ídolos imortais da franquia?

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