O que o Boston Celtics pode aprender com o 3° quarto da partida de ontem contra o Orlando Magic.
O terceiro quarto da partida de ontem entre Boston Celtics e Orlando Magic ofereceu uma daquelas lições que os Playoffs sempre trazem para times que almejam o título. Depois de um primeiro tempo sólido, o Celtics voltou do intervalo desconcentrado, permitindo que o Magic impusesse seu ritmo – mais físico, mais intenso e, principalmente, mais inteligente.
O principal ensinamento? Resiliência e ajuste rápido. RÁPIDO, ouviu Joe Mazzulla? Boston entrou no terceiro período sem a mesma agressividade defensiva que exibiu no início, e Orlando capitalizou com ataques rápidos e movimentação constante sem bola. Uma corrida de 14-0 a favor de Orlando foi suficiente para concretizar um verdadeiro caos. É nítido: quando o Celtics relaxa, mesmo que por poucos minutos, qualquer adversário talentoso, como o Magic, pode conseguir tirar proveito. Não faz sentido deixar o adversário esquentar tanto enquanto nosso time erra, erra e erra. Mazzulla precisa usar definitivamente seus timeouts para buscar soluções ou ao menos não deixar a equipe adversária desgarrar.

Além disso, o ataque celta ficou estagnado. Muitos arremessos forçados, uma série interminável de turnovers e poucas inversões de bola deixaram a equipe fragilizada e previsível. Essa sequência mostrou que, para vencer jogos duros, Boston precisa manter sua identidade ofensiva – rápida circulação de bola, busca constante pela melhor leitura e jogadores se movimentando sem a bola. No caso de um time que se acostumou a buscar o perímetro, Mazzulla tem a obrigação de ajustar a rotação para que jogadores como Tatum, White e Brown possam ter mais arremessos não contestados.
O reflexo dessa queda de desempenho foi emblemático: o Celtics anotou apenas 11 pontos no terceiro quarto, o seu pior desempenho em qualquer quarto durante toda a temporada 2024-25. Um número que acende um alerta claro sobre a importância da consistência e da concentração em jogos decisivos.
No fundo, o 3° quarto de ontem reforça algo que os grandes times já sabem: Playoffs são sobre consistência em cada posse de bola. Um único quarto ruim pode custar um jogo, e um jogo pode mudar a dinâmica de uma série inteira. Não acredito que seja o caso, mas em se tratando de esporte, não podemos dar mole.
Se o Boston Celtics quiser alcançar seu potencial máximo nesta pós-temporada, vai precisar aprender que não há espaço para “desligadas”. Cada volta do intervalo precisa ser encarada como um novo começo – com a mesma intensidade de um primeiro quarto de jogo 7, independente do adversário, do local e até mesmo das condições em que se encontram (fisicamente e mentalmente) os jogadores.


Ontem, para efeito de constatação, Kristaps Porzingis errou praticamente tudo o que tentou. Seu jogo não fluiu, sua busca por rebotes defensivos e ofensivos foi pífia e logicamente, acabou destoando da qualidade que estamos acostumados a ver. Uma noite ruim pode ser encarada como uma noite ruim, é claro, mas num contexto de Playoffs, se o básico não está funcionando, passe a bola para outro companheiro. KP disse ao final da partida que “seu jogo foi uma merda”. E foi mesmo. Mas, seguindo a linha dessa matéria, que ao menos sirva de lição.