Possíveis parceiros comerciais para a “Deadline”: Houston Rockets

No dia 10 de fevereiro, a NBA fechará o mercado para trocas, o famoso “trade deadline”, o que significa que as próximas semanas serão de grandes especulações e talvez muitas trocas por toda a liga.

Pensando nisso, analisei quais são as equipes consideradas “vendedoras” nessa deadline e procurei formas de o Celtics torná-las parceiras comerciais em busca de uma melhora imediata no elenco.
Serão cinco artigos ao todo, sendo um por dia.

Hoje começaremos com o Houston Rockets.

O que o Rockets busca?

Após a saída de Harden a franquia de Houston optou por buscar o “Tank”, dando espaço para jovens jogadores e afastando John Wall, tecnicamente o seu melhor jogador.

O resultado disso é a terceira pior campanha da liga, o que deve render uma boa escolha no próximo draft.

Entretanto, a folha salarial da equipe ainda é muito alta (128 milhões), o que não é ideal para uma franquia que não irá competir seriamente a longo prazo.

Dessa forma é esperado que a franquia busque se desfazer de seus jogadores veteranos em troca por picks ou jovens talentos.

O que interessa ao Celtics?

As necessidades do Celtics a esse momento da temporada são bem claras. A franquia precisa de profundidade no garrafão e um “Floor General”, ou seja, um atleta que domine a condução de bola, arme a equipe e saiba cadenciar ou acelerar o ritmo da partida conforme a necessidade.

Além disso, um ala com capacidade de pontar regularmente da linha dos três também pode ser considerado por Stevens como uma necessidade secundária.

Dito isso, o Rockets tem alguns jogadores que podem suprir essas carências:


Daniel Theis

Constantemente falo que Tatum sente muito a falta dos “screens” de Theis para facilitar suas infiltrações.

O retorno do alemão provavelmente teria impacto de imediato no jogo ofensivo não só de Tatum, mas também de Schroder.

Além disso, sua versatilidade defensiva ajudaria a descansar Williams e principalmente Horford, que parece começar a sentir o peso de uma temporada onde vem jogando mais minutos do que seria prudente para um atleta de 35 anos.


Christian Wood

Descontente por estar em uma franquia em rebuilding, Wood tem sido uma dor de cabeça para a equipe técnica do Rockets.

Inicialmente contratado para seguir a longo prazo com a franquia, diversos casos de indisciplina podem estar abreviando sua estadia em Houston.

Sua recusa em entrar em quadra em uma partida a qual considerou perdida e, recentemente, uma briga física com um companheiro de equipe no vestiário levantaram vários rumores de que o Rockets já começou a ouvir e considerar propostas pelo atleta.

Em quadra Wood é uma força ofensiva que pode ajudar muito no fraco desempenho do ataque celta que, no momento, é o oitavo pior de toda a liga.


John Wall

Wall está completamente recuperado de suas lesões passadas, mas foi afastado pela franquia para não tirar minutos de Kevin Porter Jr e Jalen Green, considerados o futuro da franquia.

O armador de Houston ainda tem 31 anos e pode muito bem ajudar muitas franquias da NBA, inclusive sendo um dos principais atletas do elenco. O Celtics é uma dessas equipes.

Wall é um dos pouquíssimos armadores da NBA que podem fornecer defesa e armação de qualidade.

Seu alto QI de basquete e qualidade no passe poderia resolver muito dos problemas de criatividade e variação de jogadas da equipe.


Eric Gordon

A mão calibrada de Gordon tem sido um desejo antigo dos torcedores celtas. Tão antigo que hoje, com 34 anos, Gordon não pode oferecer muito mais do que uma opção de arremessos na beira da quadra.

A defesa hoje é praticamente inexistente e a capacidade de auxiliar na armação diminuiu muito. Mesmo assim, nesse pouco que Gordon pode oferecer, ele ainda consegue ser extremamente eficiente.

Com muitos garotos para correr por ele, e um papel mais definido e focado, Gordon vem fazendo a melhor temporada em aproveitamento de bolas longas em toda sua carreira, com ótimos 46%.

O que o Celtics pode oferecer?

Como vimos acima, o Rockets não está em busca de jogadores que melhorem a equipe para essa ou a próxima temporada. A intenção é reduzir a folha salarial para a próxima temporada e adquirir picks e jovens jogadores.

Como equipe que busca vencer desde já, o Celtics não deve se importar em ceder escolhas de draft se o retorno for satisfatório, o que coloca as picks de primeiro round dos drafts de 2022 e 2023 à disposição.

Jovens jogadores como Nesmith, Grant e Langford também devem estar disponíveis.

Além disso, o Celtics pode utilizar alguns contratos de veteranos que não parecem ter um papel na equipe a longo prazo, para “bater salário”. Esse seria o caso de jogadores como Horford, Schroder e Richardson.

Uma negociação realista

Embora Wood e Gordon tenham sido listados acima, eu não creio que nenhum dos dois esteja no radar de Stevens. Gordon por ter um salário relativamente alto e com dois anos de duração e Wood porque além dos problemas extra quadra, deve ter um valor de mercado acima do que Boston possa estar disposto a pagar.

Sobram assim Theis e Wall, dois atletas que de fato suprem grandes necessidades da equipe.

O enorme contrato de Wall pode assustar os torcedores a um olhar inicial, mas por conta de ter apenas mais um ano de duração, eu apertaria o gatilho se a troca certa surgisse, sem pensar duas vezes.

O fato aqui é que o Rockets já tentou trocar Wall e não conseguiu, pois, poucas equipes conseguem fazer um pacote que bata salários, de forma que podemos ver o Celtics aqui fazendo quase que um favor a equipe de Houston em levar consigo seu contrato.

Claro que todo favor tem que ter sua contramão, e aí entraria o envio de Theis em um comercio separado, em troca de uma TPE (Exceção comercial) e uma pick de segundo round.

Celtics recebe: John Wall (1 ano de contrato com Player Options)
Rockets recebe: Horford (Parcialmente garantido), Hernangomez (expirante) e Kanter (expirante)

Celtics Recebe: Theis (3 anos de contrato)
Rockets recebe: TPE (8,2 mi) + Pick de segundo Round

Resultado:

Celtics não perde nenhum jogador importante a longo prazo e adiciona dois atletas que podem de fato mudar radicalmente a cara da equipe na temporada, embora a questão de profundidade no garrafão permaneça.

Por outro lado, a franquia adiciona 16,6 milhões a sua já alta folha salarial, o que geraria uma taxa de impostos considerável.

O Rockets, por sua vez, também não perde nenhum jogador com o qual conte a longo prazo e abre mais de 40 milhões na sua folha salarial para a próxima temporada. De quebra, soma mais uma pick de draft.

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Respostas de 5

  1. Entregar o Horford pelo Theis é trocar 6 por meia dúzia, o Richardson sim faria sentido, mas não chegaria a bater salário para a aquisição do wall (essa sim acho válida, 1 ano de contrato e não ferra nosso planejamento pro ano que vem)

    1. Não é sei por meia dúzia não.
      Ano que vem o Horford terá 36 anos, ganhando 15 milhões, enquanto o Theis terá 29 anos, ganhando a metade disso.
      Você tem um cara mais jovem, que vai te entregar por um período de tempo bem maior, e ganhando menos.
      Dessa forma que você pode usar essa diferença de grana em outro lugar

  2. Acredito que adquirir o Theis seria o melhor custo benefício, menos riscos. Ao passo que continuariamos precisando de algo especial pra girar a chave do time e daí acho que uma investida pelo Jeremi Grant pode ser uma boa opção pra “fechar” o elenco.

  3. Se fosse o Ainge ia ser o Gordon: bola de 3 (Só isso tb) e baixinho sem condição atlética nenhuma de defender ou criar.

    Não sei o que esperar do Stevens ou do Udoka. O time tem zero padrão de jogo.

    Se trazer o Wall ele pode implodir o coach novato. Olha o que o Smart ja faz com ele e fez com Stevens.

    Abs verdes

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