Pré-temporada: Boston Celtics x New York Knicks

A nova era da maior franquia do basquete norte-americano continua e ganha mais um capítulo no dia de hoje: o Boston Celtics enfrenta um de seus maiores rivais, o New York Knicks, pela pré-temporada 2014-15 visando se preparar e testar as possíveis formações e rotações de seu elenco renovado.

Por falar em elenco renovado, o período de inter-temporadas foi de movimentação mas ao mesmo tempo frustração para a torcida celta. Isso se deve ao fato de que, apesar de caras novas terem chegado e velhos conhecidos terem saído, o panorama e as expectativas para esta temporada pouco mudaram. O time do treinador Brad Stevens vem sendo projetado pela imprensa americana como um candidato às últimas colocações na conferência Leste, incluindo-se na conta toda a incerteza que ainda cerca o futuro de Rajon Rondo, único jogador com calibre de all-star do time no atual momento.

Sem saber como de fato será o desempenho celta na temporada até lá, resta aos torcedores acompanharem os novos reforços e acreditar em uma evolução do jovem elenco.  No jogo de segunda-feira contra Philadelphia, Evan Turner foi o destaque da equipe com 15 pontos, 10 rebotes e 6 assistências, atuando em muitos minutos como armador e mostrando boa visão de quadra. Outro que se saiu bem em sua estreia foi Marcus Thornton, que com apenas 14 minutos de quadra anotou 14 pontos (4 bolas de 3 convertidas em 8 tentativas) e mostrou exatamente o que pode se esperar dele: energia e pontos vindo do banco.  Há de se destacar também o jogo defensivo de Smart que efetuou 3 roubos de bola, 1 bloqueio e 2 passes desviados.

Como toda pré-temporada, esperamos ver coisas novas sendo testadas, sejam formações diferentes, sistemas defensivos variados etc. Para o jogo de hoje, separo aqui alguns pontos interessantes para se acompanhar:

-Ver Smart infiltrando mais do que arremessando bolas de três (foram 5 tentativas no último jogo para nenhuma convertida). Esse aspecto pode vir mais de uma orientação da comissão técnica do que do próprio jogador, mas é fundamental analisar como o calouro irá se portar ofensivamente em seu início na liga, já que seu jogo defensivo parece bem afiado. Com o que vimos até agora, seria mais inteligente testar as infiltrações e os pick-n-rolls do armador, do que forçá-lo a arremessar de média/longa distância. Um desempenho de 28% de FG na Summer League e mais a atuação no primeiro jogo da pré-temporada com 0-8 em chutes de quadra podem indicar que está na hora de revisar o arsenal ofensivo de Marcus Smart e escolher novas armas enquanto trabalham no seu arremesso.

– Kelly Olynyk e sua defesa. No jogo contra o 76ers, Kelly teve boa atuação ofensiva, o que não é grande novidade, mas surpreendeu pela marcação aos homens de garrafão do adversário. Sabemos que vem sendo feito um trabalho de prepação física intensificado com o jogador, principalmente quanto ao fortalecimento muscular, e seria extremamente animador ver Olynyk melhorando sua defesa e suportando um jogo de maior contato embaixo da cesta. É cedo para afirmar algo baseado em um jogo apenas, mas vamos ficar de olho e acompanhar o que Brad Stevens e a comissão tem feito para ajustar a defesa do jogador.

– O que James Young é capaz de fazer na NBA. Essa é uma questão que provavelmente precisará de um tempo maior para ser respondida. Em seu primeiro ano de liga e com um elenco inchado nas posições 2 e 3, Young certamente verá poucos minutos em quadra, isso se não for utilizado na D-League (liga de desenvolvimento) durante grande parte da temporada. Entretanto, existem alguns aspectos no jogo do calouro que intrigam boa parte dos que o acompanham. Ele sempre se mostrou um jogador capaz de criar o próprio arremesso, o que é bastante raro entre os atuais jogadores do elenco celta. Sabem outra raridade entre os jogadores do elenco atual? Bolas de 3. E sabem do que Young é capaz? Converter bolas de 3. Em sua temporada pela universidade de Kentucky, o jogador constantemente chamava a atenção pelo seu arsenal ofensivo e sua personalidade com apenas 18 anos, o que contribuiu para que muitos na imprensa afirmassem que o Boston Celtics teria conseguido o “steal of the draft” ao selecioná-lo.  Hoje, com 19 anos, James Young é uma jovem promessa que merece atenção da torcida em seu ano de calouro, e que precisa mostrar ao que veio e que tipo de jogador pode se tornar.

O jogo de hoje é o segundo dos oito confrontos que a equipe teve designados para a pré-temporada e a ficha técnica segue abaixo.

Ficha Técnica

Local: XL Center (Hartford)

Horário: 21h30 (horário de Brasília)

Transmissão: @Celtics_Brasil

Boston Celtics: Marcus Smart, Avery Bradley, Evan Turner, Jared Sullinger e Kelly Olynyk. T: Brad Stevens

New York Knicks: Tim Hardaway Jr., J.R. Smith, Carmelo Anthony, Andrea Bargnani e Samuel Dalembert. T: Derek Fisher

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Respostas de 14

  1. A observação inicial sobre o Marcus Smart foi excelente: ele precisa MESMO começar a trabalhar seu jogo de infiltração. Por mim nem precisa forçar tanto o arremesso para ganhar confiança, mecânica e etc. Sendo um defensor acima da média e um bom bandejeiro com seus 15 pontos já é o suficiente pra mim. É claro que ele precisa melhorar seu arremesso, mas o Rondo jogou praticamente sua vida toda no Celtics sem ter um e isso não o impediu de ser um homem double-double.

    Olynyk eu tenho gostado muito de vê-lo jogar, desde o final da temporada passada e nesse começo. Doutrinou na Summer League no ataque e fez isso no primeiro jogo contra o 76ers. Acho que ele vai ser tranquilamente um steal no pick. Tem passadas largas e habilidade acima da média na bandeja. Tem, incrivelmente, um bom finisher. Arremessa bem também. Se melhorar sua marcação vai ser o futuro do Celtics tranquilamente. nosso Dirk.

    Sobre o James Young… Eu deixaria ele no time principal. Celtics não está aspirando ir aos Playoffs, então estamos jogando nossa “D-League”, ou seja, estamos desenvolvendo nossos jogadores. Deixa o moleque jogar, ganhar experiência, viajar com o time, sentir os vestiários, ser marcado pelos melhores da NBA, ter que criar situações de mudanças de arremesso, infiltrar, enterrar… Deixa o cara desenvolver. Jogadores novos são mandados para D-League para não atrapalhar o time principal e desenvolver. Em que o Young pode nos atrapalhar? A chegar ao título? Brigar por playoffs? Então deixa o cara jogar.

    Grande teste hoje. Vai ser difícil ganhar com esse time ainda testando posições, mas definitivamente vai ser divertido.

  2. Bom teste para ver como o Turner irá se virar marcando o Carmelo.

    Bom duelo também a defesa do Smart x a habilidade do Hardaway Jr.

  3. rolando chicago x cavaliers e hoje eu acabo de conhecer o James Posey e Tyronne Lue… dois ex-celtas!!!

  4. Foi um jogo bem interessante, especialmente a primeira metade. Os Knicks mostraram que vai ser um ano beeeeeem complicado para o Derek Fisher. O time estava quase sempre desconjuntado. E embora vencer o NY seja sempre bom, dava até pena de ver o Fisher sentado com cara de bunda (mentira, dava pena nada).

    Enfim, vamos à labuta:

    – Uma reclamação a fazer: foi frustante o Stevens ter limitado tanto o tempo de quadra dos principais jogadores do time. Entendo que a partida já estava ganha, só que em pré-temporada tanto faz, o que importa é gastar os tênis dos caras; entendo também a importância de dar tempo para a turma do Gatorade, só que, catzo, o que ganhamos dando TANTO tempo pr’aquele pessoal que só está ali para fazer número no camp?; no último quarto e meio o Brad perdeu uma chance de dar um pouco mais de minutos a Smart, Bradley, Turner e Olynyk. Desculpem o desabafo, mas é que até metade do terceiro quarto o jogo estava bem empolgante, depois desceu ladeira abaixo.

    – Sullinger monstro. Melhor em quadra disparado. Arremessou bem, pegou rebotes, estava atento. Sério, se ele se dedicasse a perder um pouco de peso o tanto que tem se dedicado a melhorar na linha de 3, seria um all star facilmente. Se mantiver o talento e emagrecer, com certeza pode ser o 4 do futuro time já reconstruído para conseguirmos o banner 18. Um dos melhores momentos do jogo foi quando o Sully ameaçou enfiar mais uma de 3 mas deu uma assistência.

    – Smart e Bradley vão infernizar todas as defesas na temporada regular. Os caras não deixaram os armadores jogar. O Smart é particularmente assombroso. Não só em roubadas de bola e desvios, mas também por cercar os adversários incansavelmente e arruinar os arremessos.

    – Falando em arremesso, Smart foi muito melhor hoje. Parecia mais tranquilo, embora de vez quando dê a louca e ele tente umas penetrações meio kamikazes. Sou meio old fashioned, tenho dificuldade com point guards que não são pass first, mas admito que o Smart foi dos mais interessantes do jogo.

    – Olynyk deixou a mesma impressão do jogo de segunda. Muito potencial para ser um “Dirk sexto homem”. Pena que ele continue tendo que começar na 5, por falta de opção. KO precisa ser o cara para entrar no lugar do Sullinger quando precisarmos de arremessos de fora e de alternativa para passes de fora para dentro em relação aos armadores.

    – Bass e Thornton despertam em mim reações ambíguas. Por um lado, acho que não se encaixam no momento de rebuild, já que não darão contribuições lá na frente, mas por outro lado são reservas muito sólidos, o Bass pegando rebotes e fazendo arremessos de garrafão, o Thornton chutando de fora e roubando bolas. Embora em alguns momentos achei que o MT foi fominha…

    – Dwight Powell é outro baita defensor. Roubou algumas bolas (depois quero espiar os números consolidados do jogo), deu tocos. Só achei afobado lá na frente, errou uns arremessos tranquilos.

    – Pressey é um ótimo terceiro armador, e não digo isso com ironia. Ele é contagiante, muito bom de se ter no elenco.

    – Evan Turner foi inferior ao jogo de segunda, mas ainda assim foi bem. É um cara que vai pra cima sem medo, e temos poucos jogadores assim no elenco. Porém sofreu com o pouco tempo em quadra, poderia ter mostrado mais.

    Foi um bom jogo, em suma. O fato de a consistência não ter caído muito nem quando os reservas estavam em quadra dá sinais de que o Brad tem conseguido implantar bem o sistema tático. Vai ser uma temporada muito mais interessante do que a passada, principalmente quando estivermos com nossos dois melhores jogadores, Rondo e Green.

    Agora: mancada do Young não ter avisado a comissão técnica de que estava sentindo dores no jogo contra o Philly. Virou lesão. Tomara que não seja nada grave. Faverani, por outro lado, preocupa. Ainda sente dores e tem inchaço no joelho. Está fazendo ressonâncias, torçamos…

    1. Mais algumas:

      – Tem que consertar no lance livre, tá louco. Erraram vários. Na temporada regular pode fazer muita falta.

      – Zeller foi um pouco melhor hoje. Ainda não supre nossa necessidade de um pivô, mas ajuda, sobretudo se der para tirar o KO da 5.

      – Vai ser chato se as pessoas se empolgarem com duas vitórias de pré-temporada e recomeçarem com o corinho de chato de “troquem Rondo e Green”. Eles ainda são fundamentais para nós.

      1. Que trocar o Rondo, vc é louco? O Green até pode se pensar se chegar um pivô, pq temos o Turner e o Wallace, mas o Rondo deixa o futuro ai.

  5. O potencial defensivo dessa equipe tem me impressionado nessa pré temporada.

    Esse sucesso defensivo é mérito da dupla Smart e Bradley que induzem o adversário a erro o tempo todo, nosso ponto fraco ainda é o garrafão, mas com essa dupla a frente, a equipe fica muito mais sólida.

    Ofensivamente também estamos muito melhores este ano, já que temos mais opções de pontuação com Thorton e Turner.

    Ainda vale ressaltar que estamos sem Green e Rondo, em teoria nossos 2 melhores jogadores.

    Essa temporada pode nos trazer surpresas positivas e acelerar de vez nosso rebuild.

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