Prévia – Final Mundial

 

Saiba tudo sobre a grande decisão do Mundial da Turquia 2010.

Finalmente o grande dia chegou. Agora é a hora da decisão, o duelo final que vai definir a melhor equipe de basquete do planeta.

Veja abaixo como cada seleção chegou até aqui.

E.U.A.

Campanha: 5 V – 0 D (1° lugar no Grupo B)
Oitavas de final: EUA 121 X 66 Angola
Quartas de final: EUA 89 X 79 Rússia
Semifinal:  EUA 89 X 74 Lituânia
Títulos: Tricampeão Mundial (1954, 1986 e 1994); 12 vezes campeão olímpico (1936, 1948, 1952, 1956, 1960, 1964, 1968, 1976, 1984, 1992, 1996, 2000 e 2008)
Destaques: Kevin Durant (22.1 pontos, 6.2 rebotes, 2 assistências), Chauncey Billups (10.5 pontos, 3.2 assistências) e Russell Westbrook (8.6 pontos, 2.4 rebotes, 2.5 assistências)
Desfalques: LeBron James, Kobe Bryant, Dwyane Wade, Chris Bosh, Dwight Howard, Chris Paul, Deron Williams, Carmelo Anthony, Carlos Boozer, Amar’e Stoudemire, David Lee, Tyreke Evans, Brook Lopez e Rajon Rondo.
Técnico: Mike Krzyzewski

Os EUA estão em busca de um título que não conquistam há 16 anos. Desde 1994 a seleção americana não levanta o caneco. Para isso, não demonstram tanto interesse assim, já que trouxeram um time B para a Turquia. Mas com os jogadores da NBA é possível montar cerca de dez seleções, sendo todas de grande nível.

O diferencial de fato desta equipe é um só: Kevin Durant, o cestinha mais jovem da NBA. Desde a temporada passada, quando liderou o Thunder (que chegou a complicar o campeão Lakers nos playoffs), Durant vem realizando grandes apresentações, sempre marcando muitos pontos, de vários locais da quadra, seja no garrafão ou no perímetro. Durant vem sendo suficiente até aqui, mas será que na decisão será o bastante?

Para isso vai contar com boas atuações de um companheiro de clube e do líder da atual seleção: Russell Westbrook e Chauncey Billups. Westbrook e Durant são companheiros de Oklahoma City Thunder. Ambos são muito jovens e muito habilidodos, se conhecem muito bem e podem trabalhar uma jogada característica da NBA: pick and roll. Quando o jogador “quica” a bola para seu companheiro dentro do garrafão.

Além da dupla dinâmica do Thunder, os EUA têm uma arma mortal: o experiente Chauncey Billups. Billups é um armador frio, que sabe decidir uma partida, e já mostrou essa qualidade em vários jogos pelo Pistons e agora no Denver Nuggets. O armador possui uma cesta mortal de três pontos, além de ser o principal garçom dos EUA.

A seleção americana joga com dois armadores entre os titulares, além de ter bons atletas para fazer o “jogo sujo” (uma forte marcação): Lamar Odom e Andre Iguodala. Será que Turkoglu dará conta de jogar bem com dois armadores no time adversário?

Turquia

Campanha: 5 V – 0 D (1° lugar no Grupo C)
Oitavas de final: Turquia 95 X 77 França
Quartas de final: Turquia 95 X 68 Eslovênia
Semifinal:  Turquia 83 X 82 Sérvia
Títulos: Nenhum
Destaques: Ersan Ilyasova (14.3 pontos, 7.1 rebotes), Hedo Turkoglu (11.9 pontos, 3.9 rebotes, 3.8 assistências), Omer Asik (9.4 pontos, 7.2 rebotes) e Semih Erden (9.1 pontos, 4.9 rebotes)
Desfalques: Mehmet Okur
Técnico: Bogdan Tanjević

A seleção turca já pode se orgulhar por ter chegado pela primeira vez em uma final. Mas a Turquia vai tentar até o último segundo ser campeã do mundo pela primeira vez, assim como ocorreu ontem contra a Sérvia: uma luta incessante até o final.

No duelo contra os adversários, a Turquia chegou a cometer erros precipitados durante a partida, mas na hora da decisão mostrou ter a cabeça no lugar. Resta ao técnico Tanjevic arrumar o time e conversar com os jogadores para que eles não cometam mais erros bobos, pois os EUA não vão perdoar (podendo até abrir uma grande vantagem).

Quem liderou a Turquia até aqui é um ala multifuncional que vem jogando como armador: Hedo Turgoglu. Turkoglu é o principal jogador turco na competição, e sabe muito bem liderar o ritmo de jogo de sua equipe.

O garrafão turco também é muito forte e até “versátil”. Ersan Ilyasova, Omer Asik e Semih Erden são os homens que jogam embaixo da cesta, e vem exercendo um bom papel até aqui, convertendo muitos pontos e defendendo muito bem também. Cabe aos seus companheiros fazer a marcação em Durant, já que eles são jogadores de conclusão. Claro que podem marcar o ala dos EUA também, aliás, devem. Mas esta função caberá de fato aos “coadjuvantes”, os jogadores que não aparecem tanto, mas que são fundamentais na defesa, como era Tony Allen no Boston Celtics.

A Turquia possui o melhor aproveitamento em cestas de três pontos do mundial, com 43.2% de acerto. O arremessador com mais acertos é um ala-pivô: Ersan Ilyasova, que acertou até aqui 16 em 30 tentativas, um aproveitamento de 53,3%. Ou seja, se marcarem Ilyasova no garrafão, ele também pode chutar de três. E quando estiver marcado no perímetro, toca para Erden ou Asik no garrafão. Muito cuidado Mike.

Para levantar o caneco de fato, a seleção turca tem de eliminar seu principal erro: o aproveitamento pífio em lances livres. Até agora é de apenas 59,7%, muito pouco para quem quer ser campeão. Se acertar a defesa, não cometer mais erros bobos, as cestas de três caírem e os lances livres também, a Turquia pode ser sim campeã do mundo.

OBS: Se os EUA venceram será bom para nós, já que é um candidato a menos a brigar pela vaga nas olimpíadas durante o pré-olímpico das Américas. Não entendeu? È porque o campeão garante vaga na olimpíada. Já o Pré-olímpico das Américas dá apenas duas vagas. Com um candidato a menos, é mais fácil conseguir a vaga, já que disputar a “repescagem”, com seleções do mundo todo é bem mais difícil.

Mesmo assim, por conta da história de superação e do duelo Davi e Golias, torcerei pela Turquia. E você caro leitor, quem você acha que ganha o mundial?

Por: Flávio Catandi

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