Análise | Celtics x Knicks – 25/10/23

Primeiras impressões para a Temporada 23-24. Uma análise abrangente após o primeiro jogo!

COMEÇOU A TEMPORADA! E o Boston Celtics venceu o New York Knicks no Madison Square Garden, em Nova York por 108 x 104, com atuação de gala de Jayson Tatum e uma estreia histórica de Kristaps Porzingis.

Alguns números interessantes da partida foram:

  • Jayson Tatum
    • 34 pontos
    • 11 rebotes
    • 4 assistências
    • 4 turnovers
    • 13/22 – 59% FG
    • 3/8 – 37,5% 3PT
  • Kristaps Porzingis
    • 30 pontos
    • 8 rebotes
    • 4 blocks
    • 8/15 – 53,3% FG
    • 5/9 – 55,6% 3PT
  • Jaylen Brown
    • 11 pontos
    • 6 rebotes
    • 5 assistências
    • 4/11 – 36,4% FG
    • 0/4 – 0% 3PT
  • Jrue Holiday
    • 9 pontos
    • 4 rebotes
    • 2 assistências
    • 3 blocks
    • 4/10 – 40% FG
    • 1/5 – 20% 3PT
  • Derrick White
    • 12 pontos
    • 6 rebotes
    • 2 assistências
    • 2 roubos de bola
    • 1 block
    • 4/6 – 66,7% FG
    • 1/3 – 33,3% 3PT

Kristaps Porzingis

O assunto principal dessa estreia só pode ser um: KRISTAPS PORZINGIS!

Com a maior pontuação em uma estreia na história da franquia, batendo os 25 pontos de Dominique Wilkins em 1994, também contra o Knicks, o letão fez uma partida impressionante pelo Celtics, mostrando tremenda dominância tanto dentro do garrafão quanto no perímetro, algo que dele já se esperava. O alto nível de intensidade dentro da área pintada e a movimentação e dinamismo saindo para o perímetro, trabalhando em situações de pick and roll e pick and pop e até mesmo criando seus próprios arremessos tornaram essa estreia extremamente animadora para a torcida.

Um dos maiores questionamentos em relação ao pivô foi como funcionaria seu encaixe no time, e a resposta para isso não poderia ter sido melhor. Tatum e Porzingis jogaram como uma unidade em situações de pick and roll, fazendo parecer que ambos jogam juntos há anos, de uma forma simplesmente natural. Isso foi reverberado pelo ótimo aproveitamento de quadra da dupla, ambos se mantendo acima dos 50% de FG em um volume altíssimo.

Além disso, a defesa do letão foi extremamente bem aproveitada pelo técnico Joe Mazzula. O time jogou boa parte da partida realizando trocas na marcação entre as posições 1 e 4 e deixando Porzingis “livre” no garrafão para contestar infiltrações e disputar rebotes. Essa era uma situação que tanto Ime Udoka quanto Joe Mazzula fizeram com Robert Willians diversas vezes, mas nunca com uma efetividade tão grande quanto com Kristapis (esse é o ponto positivo de ter um pivô de 2,21m de altura e 2,29m de envergadura). Mas não se deixe enganar, Porzingis não foi um cone no garrafão durante os quase 38 minutos de quadra. O pivô também teve situações nas quais teve que marcar o perímetro, principalmente quando dividiu quadra com Luke Kornet, e deu conta do recado.

Em resumo, foi uma atuação de gala que deixou quase nada a desejar. É claro que foi apenas o primeiro jogo, mas se os próximos seguirem esse padrão, a torcida pode sim se animar muito para essa temporada!

Jayson Tatum

É oficial: Jayson Tatum quer ser MVP!

Em uma atuação invejável, o nosso franchise player fez uma partida quase perfeita. Vimos nesse jogo um Tatum extremamente agressivo em ambos os lados da quadra, buscando os espaços, procurando os companheiros, pegando rebotes, atacando o aro, chutando de meia distância e matando bolas de 3 pontos fatais.

O camisa 0 foi líder em pontos, rebotes, roubos de bola e FG% na partida, tendo também 4 turnovers (algo comum para jogadores com tantas oportunidades com a bola). Definitivamente o Tatum que queremos ver daqui para frente já começou a temporada calando qualquer um que quisesse criticá-lo.

O papel de Jaylen Brown

Uma característica que vimos em alguns jogos de pré-temporada e, principalmente, nesse primeiro jogo da temporada regular é um Jaylen Brown um pouco perdido nas rotações da equipe, o que é absolutamente comum quando times se modificam de forma tão gritante igual o Celtics fez nessa offseason. O seu jogo, que tanto nos habituamos a ver,  simplesmente não funcionou com Porzingis em quadra. Isso significa que eles não podem jogar juntos? De forma alguma!

Jaylen já mostrou diversos estilos de jogo nos seus anos como jogador do Celtics. Na última temporada, apesar de apagões mais comuns do que gostaríamos, Brown se mostrou capaz de criar o próprio arremesso em situações de ataque à meia quadra, mas se sobressaiu principalmente no jogo de transição, jogando em alta velocidade. Essa é uma característica bastante diferente do jogo apresentado pelo Celtics contra o Knicks, tendo a equipe de Boston se apresentado como um time que trabalhou muito a bola, criando diversas jogadas coletivas.

Em situações como essa, Brown já se mostrou extremamente útil jogando offball, ou seja, sem ser o ball handler primário ou secundário. Na temporada 2021-22, na qual o Celtics chegou à final da NBA, Jaylen teve uma eficiência de 54,6% sendo um spot up shooter. Isso significa que quando recebia a bola parado para um arremesso, ele demonstrou extrema eficiência. Em 2020-21, essa eficiência foi de 64,7%.

O que isso quer dizer é que o jogo de Brown pode sim encaixar com o estilo proposto nessa primeira partida, mas ele certamente irá precisar demonstrar uma mudança de postura. Ele ainda terá oportunidades de ser um ball handler primário ou secundário em minutos limitados junto com a segunda unidade, mas se Jaylen conseguir se tornar essa ameaça sem a bola e derrubar algumas dessas bolas, definitivamente será uma ajuda enorme para um time já muito potente.

Jrue Holliday

Para todos aqueles que se preocuparam quando Marcus Smart foi trocado, se acalmem… Jrue Holiday mostrou que vai suprir TODAS as lacunas deixadas pelo cachorrão.

Em uma atuação extremamente dominante defensivamente, Holiday mostrou a todos os motivos pelos quais foi contratado. O armador limitou Jalen Brunson à 0-4 arremessos em 17 posses e Julius Randle a 1-10 arremessos em 23 posses. Com 3 blocks e diversas posses defensivas com sucesso, Holiday foi peça chave para a vitória do Celtics.

Entretanto, como nem tudo são flores, foi visível o principal ponto fraco de Jrue nessa partida. Assim como Smart, o armador tentou diversas bolas de longa distância de forma acelerada e com tempo no relógio. Essas tentativas dispensáveis por diversas vezes tiraram o ritmo ofensivo do time e auxiliaram na perda da vantagem em alguns momentos. É algo para ficarmos de olho.

Atuação dos bancários

  Foi uma noite no mínimo interessante para os bancários do Celtics. Como de costume, Al Horford fez um jogo no altíssimo níve, assumindo a bronca na defesa, matando bolas de 3 pontos importantes e pegando muitos rebotes (7 no  total, sendo 3 deles ofensivos). Al teve uma atuação extremamente sólida, apesar de ainda ter cometido 3 turnovers.

Já não podemos dizer o mesmo sobre o resto dos que jogaram. Em uma partida porca, Sam Hauser saiu zerado e teve uma atuação defensiva mediana; Luke Kornet jogou 8 minutos, nos quais o garrafão do Celtics se mostrou extremamente exposto às tentativas de ataque nova-iorquinas e, por fim, Payton Pritchard não demonstrou quase nada de positivo, além dos lances-livres cobrados no final da partida.

Infelizmente, devido ao altíssimo nível do confronto, não pudemos ver nomes interessantes como Delano Banton, Oshae Brisset, Svi Mykhailiuk e Jordan Walsh, mas durante a temporada regular, provavelmente veremos esses e mais alguns tendo oportunidades de mostrar para que foram contratados.

Considerações importantes

1. Preocupação no banco, perdemos de 38 a 12 em termos de pontos vindo do banco, em comparação aos Knicks.

2. Falta de rebote ofensivo e presença no garrafão tanto ofensivo quanto defensivo, o New York Knicks acumulou 10 rebotes ofensivos a mais do que o Celtics.

3. Celtics demonstrou mais experiencia no último quarto, mesmo quando estava perdendo por 6 pontos conseguiu recuperar e terminar o jogo com uma run de 13-2. Palmas para Mazzula, que usou o segundo timeout para avançar quadra de forma inteligente, tendo em vista que tínhamos somente 3 segundos para avançar a bola. Arriscar ali seria muito complicado.

4. Escolha do arremesso foi um problema, no último quarto o Celtics marcou apenas 1 cesta dentro do garrafão e isso mostra uma fadiga em relação a fisicalidade no late game.

Para concluir…

Em um jogo de muitos altos e alguns pontos baixos bem perceptíveis, o torcedor do Celtics pode sim se animar com a equipe. Tivemos um jogo extremamente competitivo, contra um adversário forte, jogando em sua casa e mesmo assim saímos por cima em praticamente todos os atributos.

Claro que ainda é muito cedo para cravar qualquer coisa, mas o sentimento deve ser de esperança para a torcida. O time inicial parece melhor do que o da última temporada e deve nos proporcionar uma jornada bastante animadora.

E vocês, o que acharam da partida e quais são as suas expectativas para a temporada?


Por Daniel Victor Dias | Contribuição de Giovanni Sillas

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Respostas de 4

  1. Para uma primeira partida o time foi bem. Claro que há algumas coisas que vão melhorar, mas me preocupa a falta de profundidade no banco. Espero que o Lamar e o Brisset possam ganhar minutos e acho que o Hauser e Kornet jogaram através da “méritocracia”, pois estão há mais tempo.

  2. Começar a temporada com vitória é sempre importante, nos vimos ontem um time em quadra com grande potencial, mesmo não sendo o melhor jogo de alguns, sabemos do potencial desse time, e é animador.

  3. No Celtics é normal ter inicios de temp abaixo. Tatum já fez inicios ruins também. Brown vai achar seu jogo.

  4. Excelente início de partida. Nada melhor como começar com uma vitória, ainda mais fora de casa. Vários pontos positivos como bem salientado pelo artigo. Único ponto negativo realmente é a falta de impacto do banco, mas acredito que vai melhorar. A mentalidade defensiva é o que realmente surpreendeu. Ano passado o time praticamente não marcava, era passivo. Muito animado pra essa temporada!!!

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