Suns 109 x 106 Celtics

No começo da noite do último domingo, 5 de março, o Celtics visitou o Phoenix Suns, terceira pior campanha da NBA, em busca de mais uma vitória em sua excursão de seis compromissos como visitante na parte ocidental dos EUA. E o triunfo esteve na mão de Boston nos segundos finais da partida, só que uma sequência de erros da equipe pôs tudo a perder. Com menos de onze segundos para o término do confronto, e sem tempo técnico para pedir, o Suns conseguiu igualar e virar o marcador, decretando o placar final de 109 a 106 em favor da equipe do Arizona.

O primeiro quarto de partida foi de um nível técnico bastante pobre. As duas equipes tiveram bastante dificuldade de converter seus arremessos, mesmo sem grande atuação defensiva de parte a parte. O Celtics terminou este período de jogo com 6 arremessos convertidos em 22 tentados, totalizando um aproveitamento de 27,3%. O Suns foi um pouco melhor, acertando 8 em 22 tentativas (36,4%). No placar, no entanto, houve vitória parcial do Celtics, pelo placar de 22 a 19. Os 10 pontos de Isaiah Thomas no período e as 4 conversões de três pontos do Celtics são dois dos motivos da vitória parcial da equipe.

No segundo quarto, eis que surge aquele que viria a ser o “grande” protagonista da noite em Phoenix: o armador do Suns, Tyler Ulis, calouro de Kentucky e de 1,78m de altura. Ulis jogou todos os 12 minutos do período e anotou 15 pontos, acertando 6 dos seus 7 arremessos neste ínterim. Já o outro “anão” da partida, o armador do Celtics, Isaiah Thomas, de 1,75m, não foi bem no período: 4 pontos, 3 faltas cometidas (que acabaram encurtando sua participação no quarto) e apenas 1 arremesso convertido em 5 tentados.

A diferença de atuação dos “pequenos caras” de Boston e Phoenix acabou por ditar o desempenho de suas respectivas equipes no segundo quarto: o Suns venceu a parcial do período pelo placar de 30 a 20, levando uma vantagem de 7 pontos sobre o Celtics para os vestiários. Este acabou sendo o único quarto de jogo vencido pelo Suns, mas que acabaria decidindo o placar ao final do confronto.

Abaixo o inusitado e descontraído jumpball (“pula-dois”) entre Isaiah Thomas e Tyler Ulis no segundo quarto de partida. Apesar de três centímetros mais baixo, o armador do Celtics levou a melhor sobre o calouro do Suns.

Na volta do intervalo, a equipe do Celtics voltou com ímpeto ofensivo e mostrou claras melhoras ofensivas em relação ao primeiro tempo. O Suns também mostrou evolução em seu desempenho e o nível técnico da partida acabou crescendo consideravelmente. Enquanto Boston buscava tirar a diferença imposta por Phoenix no placar, a equipe de Arizona respondia com grandes jogadas, aproveitando-se, principalmente, da fragilidade do garrafão do Celtics para manter a vantagem construída nos dois primeiros quartos.

Apesar da boa partida de Amir Johnson, dando ótima resposta para a sentida ausência do pivô dominicano Al Horford, seus companheiros de garrafão não conseguiam desempenhar bem para ajudar o Celtics na recuperação do placar. Titular na partida, na vaga de Horford, Jonas Jerebko teve uma atuação que beirou o ridículo: 1 ponto, 0/4 em arremessos e 5 rebotes em 20 minutos de quadra. Kelly Olynyk, por sua vez, conseguiu ser ainda mais patético: com seu desempenho horroroso característico na defesa, Olynyk foi facilmente batido por qualquer que fosse o jogador marcado por ele. No ataque, onde geralmente compensa as corriqueiras falhas defensivas, o canadense conseguiu ser ainda pior: 0 ponto, 0/5 em arremessos e 3 desperdícios de bola em 22 minutos. Isso para não falar em Tyler Zeller, que conseguiu ter os mesmos 3 desperdícios de bola de Olynyk em 6 minutos de quadra.

Percebendo a situação caótica de seu garrafão, o treinador do Celtics, Brad Stevens, resolveu colocar o jovem Jordan Mickey na fogueira, testando-o em uma situação adversa para ver se o mesmo poderia dar uma resposta positiva e resolver o problema da equipe naquele momento. E Mickey entrou com bastante energia, defesa e participação nos dois lados da quadra: com 6 minutos em quadra, Mickey já havia ajudado o Celtics a pulverizar uma diferença de 9 pontos que o Suns havia colocado no placar no terceiro quarto. Não por acaso, Mickey terminou a partida como segundo melhor jogador no índice de eficiência da partida (“plus-minus“): +5, atrás apenas de Amir Johnson, com +8.

Jogando com formações mais baixas, e com boas atuações de Amir Johnson e Jordan Mickey no último período, o Celtics conseguiu chegar à liderança do placar com 5 minutos restando no relógio da partida. O “Rei do Quarto Quarto”, Isaiah Thomas, também apareceu bastante no último período de partida, e adicionou 14 pontos ao placar neste ínterim.

Só que, quando o Celtics parecia que dispararia na liderança do marcador, rumo mais uma vitória na temporada, Brad Stevens tomou uma terrível decisão: tirou Amir Johnson de quadra, o bigman mais regular da equipe no confronto e que vinha em ótima atuação e colocou o canadense Kelly Olynyk, de atuação tenebrosa. Com Olynyk em quadra, o bigman reserva do Suns, Alan Williams, dominou o garrafão nos dois lados, mantendo a partida em equilíbrio e dando novas oportunidades em rebotes ofensivos ao Suns.

Mesmo com a decisão questionável de Stevens, o Celtics, liderado por Isaiah Thomas nos minutos finais, mantinha-se na partida, trocando lideranças com o Suns. Até que, faltando 48 segundos para o término da partida, Amir Johnson volta a quadra com o Celtics perdendo por 1 ponto (102-101). No ataque seguinte, o Celtics volta à liderança, por 2 pontos (104-102), com ótimo lance de Jae Crowder, que faz a bandeja e converte o lance livre de bonificação da falta sofrida.

Em ótima defesa do Celtics, o ala-armador do Suns, Devin Booker, erra um arremesso com 21 segundos restantes no relógio. No rebote, Jaylen Brown sofre a falta. Com problemas nos lances livres na partida inteira (terminou o confronto com 50%, acertando 5 de 10 arremessos livres tentados), Brown converteu apenas um de seus arremessos livres, deixando a diferença em 3 pontos a favor de Boston (105-102). No ataque seguinte, o armador do Suns, Eric Bledsoe, faz uma bandeja me diminui a diferença para 1 ponto (105-104). Na saída de bola, Isaiah Thomas sofre falta de Tyler Ulis e tem direito à dois arremessos livres, sobrando 11 segundos no relógio.

Neste momento que entram os 11 segundos de erros e vitória desperdiçada do Boston Celtics. O quarto melhor arremessador de lances livres da NBA, com aproveitamento superior a 91% no quesito, Isaiah Thomas, estava perfeito na linha de lance livre até então na partida: 9 arremessos livres convertidos em 9 tentados. E não é que Thomas acerta apenas um de seus lances livres, e deixa a liderança do Celtics em apenas 2 pontos (106-104).

Com 11 segundos no relógio, e sem tempo técnico para pedir, o armador do Suns, Eric Bledsoe, sai em disparada ao ataque, ganha de Crowder na velocidade, e faz a bandeja que empata o jogo (106-106), restando 4 segundos no relógio. Ao Celtics, também sem tempo para pedir, bastava cuidar da bola nestes 4 segundos, e tentar um dificílimo arremesso no estouro do cronômetro. Só que Boston esqueceu da parte de “cuidar da bola”. Em um passe arriscado de Jae Crowder na saída de bola, e um descuido inaceitável de Thomas ao receber o passe, o ala-pivô Marquese Chriss, de destacada atuação defensiva na partida, rouba a bola do Celtics e serve a Tyler Ulis. E o baixinho de 1,75m agigantou-se na hora certa, e com o cronômetro estourando, converteu um arremesso de três pontos para ganhar o jogo. Um final de jogo frenético (que pode ser visto no vídeo abaixo), em que a equipe do Celtics teve a vitória na mão, mas viu-a escorrer por entre os dedos e cair de presente, no colo do Suns.

Depois da decepcionante derrota, o Boston Celtics não tem muito tempo para lamentar. Nesta segunda-feira, 6 de março, a equipe de Boston visita o Clippers, em Los Angeles, naquele que será o último confronto do grande astro da história do Celtics, Paul Pierce, contra a equipe na qual o camisa #34 eternizou-se. Já o Suns joga novamente em casa, quando recebe o Washington Wizards, na próxima terça-feira.

Destaques da Partida

Phoenix Suns

Eric Bledsoe: 28 pontos, 9 assistências, 6 rebotes
Tyler Ulis: 20 pontos, 5 assistências
Devin Booker: 16 pontos, 5 rebotes
T.J. Warren: 14 pontos, 7 rebotes, 2 tocos
Alan Williams: 11 pontos, 15 rebotes, 2 roubos
Marquese Chriss: 10 pontos, 6 rebotes, 5 tocos

Boston Celtics:

Isaiah Thomas: 35 pontos, 5 assistências, 2 roubos
Jae Crowder: 16 pontos, 10 rebotes
Amir Johnson: 13 pontos, 8 rebotes, 3 tocos
Terry Rozier: 14 pontos (4/5 em bolas de três)
Jaylen Brown: 14 pontos, 6 rebotes
Marcus Smart: 11 pontos

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Respostas de 6

  1. eu tava assitindo meu deus quase fui expulso de casa de tanto que xinguei o thomas kkkkkkkk perdemos por burrada pqp

    Incopetencia (nao estou exagerando) do garrafao celta pqp senhor jerebko , olynyk e zeller que nem sei por que esta ai ainda

    espero ver coisa melhor contra o clippers .

  2. Considerando as óbvias diferenças, esse momento épico do Celtics (às avessas, naturalmente) fez-me lembrar o Reggie Miller destruindo os Knicks, com direito a “mandar um chuuupppaaa” na cara do Spike Lee… Lembrei-me disso na mesma hora!

  3. Sem acrescentar quase nada, só lembrando que nesse jogo me pareceu que a arbitragem favoreceu o celtics, nem assim saíram vitoriosos.

    É torcer agora para que o time não derrape e perca a chance de chegar a mais de 50 vitórias, e assim conseguir manter pelo menos a terceira posição e ter um confronto mais simples para ir as semis.

    Depois esperar zizic, sorte nas bolinhas, atrair alguém na FA etc.

  4. Uma curiosidade o David Sparks, diretor Celtics Analytics do Celtics, segue o Andrew Johnson que foi quem calculou (e divulgou) a transposição dos números do Zizic para NBA.

    Ele (Spaks) tem um podcast no celticsblog.

  5. Aquelas derrotas estranhas de sempre…

    As contusões,concussões, resfriados, dores de barrigas, porradas no nariz, etc… estão nos matando.

    Vamos torcer para sobreviver a essa viagem (3/2 ou 2/3) e depois disso nossa tabela e mais fácil da que do Wizard. Essa segunda posição seria muito importante p irmos mais longe nos offs.

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