O Celtics chagará nessa sexta feira contra o Lakers ao seu 41ª jogo, atingindo 50% de seus compromissos na temporada.
Como todos sabiam desde o início, a atual temporada não era para se pensar em resultados e sim para observar o que cada jogador do elenco poderia apresentar para o futuro da franquia.
Sendo assim, vamos avaliar nome a nome os jogadores que ainda permanecem no grupo, já que nomes como Crawford, Brooks e Lee já ficaram pelo caminho.
Bradley é sem sombra de dúvidas o jogador do elenco que mais ganhou moral nessa temporada.
Após um começo muito ruim atuando como armador da equipe, viu seu desempenho subir assustadoramente após a promoção de Jordan Crawford para a posição 1, o liberando para sua posição de origem, a de SG.
Com a ausência de Pierce, Ray e KG e na falta de alguns companheiros chamarem a responsabilidade ofensiva, Bradley sem o menor problema resolveu assumir o papel de líder dentro de quadra e começou a demonstrar uma característica ainda não vista em sua passagem em Boston. A de criar seus próprios arremessos.
Outrora dependente da armação de Rondo para pontuar, Bradley deu um passo a diante na sua evolução sem seu companheiro e com isso deixou de ser visto apenas como um defensor de perímetro limitado no ataque.
Agora Bradley é uma ameaça na quadra ofensiva, o que pode ter garantido sua permanência no quinteto titular para o futuro de Boston, coisa que até pouco tempo era incerto.
Bradley no entanto ainda precisa rever alguns pontos de sua tão cultuada defesa, como aprender a marcar jogadores maiores e mais fortes e se posicionar melhor para dificultar a linha de passe do adversário.
Bass está longe de ser uma unanimidade em Boston e sempre foi um dos preferidos da torcida quando o assunto era “qual jogador devemos trocar”.
Isso ocorria muito por conta do salário considerado por muitos, alto, e por conta da falta de defesa apresentada pelo atleta.
Essa temporada no entanto, Bass apresentou uma grande evolução no que se diz respeito a sua defesa.
Em uma declaração as rádios de Boston, o treinador Brad Stevens chegou até a se referir a Bass como sua “rolha defensiva”. Pra muitos um exagero, mas quem acompanha o Celtics dia a dia tem que admitir que Bass evoluiu muito sua defesa.
Aos cuidados do treinador defensivo, Ron Adams, Bass parece ter se encontrado no novo esquema defensivo da equipe e raramente erra rotações defensivas como errava sobre o comando de Doc Rivers.
No entanto o que mais tem impressionado é a capacidade de combater jogadores menores e mais rápidos quando por conta de alguns corta-luzes, acaba por tendo que enfrentá-los.
Com uma movimentação lateral e cobertura de espaço muito boas, Bass vem se destacando nesse tipo de defesa.
Contra adversários mais altos dentro do garrafão, Bass que é um pouco baixo para a posição ainda não apresenta uma melhora muito visível, mas de toda forma, se antes Bass era nota 3 na defesa, agora ele é nota 7, e isso é uma evolução enorme, que unida a sua boa capacidade de conclusão de arremessos de média distancia, podem garantir a ele uma vaga no futuro Celta, provavelmente como reserva, já que dificilmente a posição 4 não será ocupada por Sullinger pelos próximos anos.
GWall tem sido um grande problema para o Celtics a temporada toda e de uma maneira bem ampla.
Seu contrato de alto valor e longa duração atrapalham os planos de renovação do Celtics.
Fora de quadra, GWall fez questão de cobrar comprometimento de seus companheiros diante da imprensa, logo nas primeiras semanas, o que foi muito bem visto como uma atitude de liderança. No entanto a cena foi repetida diversas outras vezes e o que antes parecia uma cobrança saudável passou a se tornar um estorvo, o que pode uma hora ou outra até comprometer o ambiente dentro dos vestiários.
Por fim, dentro de quadra, GWall também está longe de fazer por justificar seu salário.
A liderança que aparentemente quer demonstrar fora de quadra não é repetida dentro dela, onde as vezes parece que precisamos rezar para que Wallace arremesse uma bola, mesmo que livre, tamanha a relutância do Ala em concluir jogadas.
Sua defesa ainda é acima da média na NBA e seu esforço e luta dentro de quadra não são discutíveis, mas para um jogador que ganha 10 milhões, fazer 4 pontos de média e pegar 3 rebotes não me parece nem um pouco algo justo.
Infelizmente GWall ainda tem dois anos de contrato pela frente e acho muito difícil ver o Celtics se livrando dele nessa ou na próxima temporada.
Sendo assim, bem ou mau, parece ser um cara que teremos que conviver por um tempo.
Sullinger é quase um calouro, afinal ele só jogou meia temporada no ano passado, e agora está jogando mais meia.
Visto tudo que ele já fez até aqui, podemos dizer que não resta dúvidas de que ele é um jogador muito diferenciado e é de longe um dos maiores “roubos” do draft de 2012, onde foi selecionado pelo Celtics na 21ª escolha.
Obviamente por ainda ser um garoto, está propenso a cometer muitos erros, entre eles, erros de caráter, como os quais ele já foi tema de uma matéria a pouco tempo aqui no Celtics Brasil.
Entretanto não resta dúvidas que além de ser um jogador diferenciado no quesito técnico e de QI de basquete, Sullinger também parece ter espirito de vencedor, algo que deve ter aprendido muito bem seu convívio e aprendizado com KG.
Hoje ao lado de Rondo, Sullinger é provavelmente um jogador inegociável em Boston e que deve naturalmente ter uma carreira como titular da equipe Celta.
Líder em pontuação da equipe, titular absoluto de sua posição e mesmo assim, uma grande decepção. É assim que se resume a temporada de Green em Boston.
Com a ausência de Rondo e a saída de KG e Pierce, não era absurdo dizer antes da temporada começar que o Celtics era agora a equipe de Jeff Green, e que provavelmente ele daria um salto em sua carreira, com possibilidades até mesmo de se tornar um All Star.
Bom, isso claramente não aconteceu. Green tem seu pior aproveitamento de arremessos desde que chegou ao Celtics e sua capacidade defensiva aparentemente deu um passo atrás.
Mas esses estão longe de serem os fatores que mais decepcionaram os torcedores até agora.
O que mais decepcionou a todos é o fato de que Green não parece ter atitude de vencedor e não parece estar disposto a chamar a responsabilidade maior para sí.
Green tem as ferramentas físicas e técnicas suficientes para fazerem dele um jogador quase que dominante no ataque, mas ele simplesmente parece que não quer essa responsabilidade para si.
Por conta disso jogadores como Bradley, Crawford e Sullinger passaram a chamar uma responsabilidade maior que a do camisa 8 que foi diminuindo seu carisma junto aos torcedores pouco a pouco.
Com isso, de uma peça certa no futuro do Celtics, Green passou a ter sua vaga no futuro questionada por muitos que o vem agora como uma moeda de troca ou como um futuro reserva.
É obvio que Green pode dar uma guinada nessa história e voltar a ser um jogador admirado pelos torcedores. Ferramentas para isso ele tem, mas e seu psicológico? vai permitir isso?
Só o futuro dirá.
Bogans está em Boston por um único motivo. Servir de contra peso na troca que levou KG, Pierce e Terry para o Nets, em uma transação que possibilitou ao Celtics receber mais de 10 milhões de exceções comerciais. Um valor importantíssimo para negociações futuras na busca de trazer jogadores de alto calibre para a equipe.
Ninguém esperava que Bogans tivesse minutos de quadra em uma equipe que tinha Bradley, Crawford, Lee e o jovem Brooks atuando em sua posição.
E é isso que ocorreu quase que a temporada toda.
Salvo alguns minutos finais de partidas já perdidas, raramente Bogans entrou em quadra e raramente entrará até o fim da temporada, onde seu contrato deve ser rompido para liberação de CAP.
Uma situação triste sim para o atleta que sabidamente trás uma boa energia para o vestiário, mas que mesmo ganhando turras de dinheiro, não está contente, pois gostaria de jogar ao menos alguns minutos.
De sensação da liga de verão e de titular no começo da temporada para minutos reduzidos vindo do banco.
Nas ultimas 10 partidas, Olynyk não se manteve em quadra por mais do que 15 min, o que é fruto do crescimento de Kris Humphries em Boston.
Draftado pelo Celtics como pivô, Olynyk que tem uma envergadura muito curta e um corpo ainda não preparado para enfrentar os grandes pivôs da NBA, teve que rapidamente ser deslocado para a posição de PF onde mostrou uma inconstância enorme, alternando grandes partidas com outras muito ruins.
A lesão sofrida em Dezembro foi crucial para sua perda de espaço na equipe, já que permitiu mais minutos a Humphries, que aos olhos de brad, parece ter correspondido mais.
Olynyk por hora é uma decepção para muita gente. Eu por outro lado não concordo, pois minhas espectativas sobre ele eram exatamente em cima do que ele vem produzindo.
Olynyk não chegou pronto para a NBA como por exemplo chegou Sullinger, e por isso é normal que ele tenha uma dura temporada de aprendizagem.
Sendo assim, mesmo achando que o atleta ainda não se firmou em Boston, creio que não seja hora de julgar seu futuro na franquia. É um jogador para ser trabalhado, ainda.
Odiado por muitos, querido por poucos. Foi assim que Humphries desembarcou em Boston, sobre as lembranças de uma recente briga com Rondo dentro de quadra e com uma vida pessoal conturbadíssima.
Pesava sobre Humphries também o alto salário injustificável do jogador, o maior de todo o elenco de Boston.
Com tanta carga negativa sobre sua situação, não foi surpresa ver o atleta amargando o banco e tendo poucas ou nenhuma oportunidades de mostrar seu basquete no inicio da temporada.
No entanto, com lesões no elenco e testes sendo feitos por Brad Stevens, Humphries foi ganhando sua chance de mostrar seu basquete e em nenhum momento deixou de corresponder a confiança do treinador.
Por não ter muitos minutos na temporada, os números de Humphries não chamam muita atenção, mas quando igualamos os minutos de quadra de toda a equipe em 36 minutos por partidas, é que vemos o real impacto do jogador em quadra.
A cada 36 minutos de quadra, Humphries faz 14 pontos, pega 10,8 rebotes, e distribui 2 tocos.
Uma média de Double Double e que faz dele o maior reboteiro da equipe, maior numero de tocos e o melhor aproveitamento de arremessos.
Fora isso Humphries tem se mostrado muito importante no trabalho sujo, ajudando os companheiros de perímetro com corta luz, utilizando o corpo para espaçar o garrafão e tentando sempre que possível contestar os arremessos adversários.
Com tudo isso, posso dizer seguramente que Humphries é o atleta mais injustiçado do elenco até o momento, até mesmo pelos torcedores que descontentes com seu salário ou seu passado, acabam não observando a produção do atleta em quadra.
O futuro de Humphries em Boston é incerto. Seu contrato expirante de grande valor é um convite para que o atleta vá embora ao fim da temporada, mas eu particularmente se fosse Dany Ainge, conversaria com carinho com o atleta afim de buscar uma renovação por um salário justo.
Humphries me parece ser um backup muito útil para a equipe. provavelmente mais útil que Brandon Bass.
Pressey parece ser um bom rapaz, esforçado, com espírito vitorioso e tal.
No entanto com o passar da temporada ficou claro o motivo por não ter sido selecionado por nenhuma equipe nos dois rounds do draft.
Um pouco pela sua baixa estatura, outro pouco pela falta de qualidade ou mecânica correta de arremessos, o certo é que Pressey tem hoje o pior aproveitamento de arremessos entre todos os jogadores da NBA que tentaram ao menos 10 arremessos durante toda a temporada.
Pressey até consegue dar uma equilibrada nesse fator negativo de sua ofensividade, ajudando a equipe com um bom número de assistências e um baixo numero de TO.
No entanto é na quadra defensiva que Pressey mais compromete a equipe. Com 1,79 meros e uma composição física franzina, Pressey é presa fácil para gigantesca maioria dos seus adversários que muitas vezes parecem finalizar as jogadas sem ao menos serem incomodados pelo armador.
Como portanto não são só as ferramentas técnicas e sim físicas que limitam o desenvolvimento de Pressey, não é provável que ele tenha uma carreira duradoura na NBA.
A trajetória de Vitor até o momento em Boston pode ser vista como uma montanha Russa.
Após ser contratado e receber muito pouco destaque da mídia no USA, Vitor chegou a ser titular da equipe no começo da temporada e rapidamente se tornou um destaque da liga, chegando até a ser especulado como uma opção para Rookie do ano.
Infelizmente para o brasileiro sua situação em Boston mudou rapidamente e hoje Vitor se quer é a primeira opção de rotação no banco.
Os motivos para isso são claros. Vindo de uma carreira no basquete europeu, Vitor ainda está se adaptando as regras e a forma de se jogar basquete na NBA.
Acostumado a jogar fixo, em baixo do garrafão, Vitor vem encontrando dificuldades para se posicionar em quadra e erros de movimentação e rotação tem sido constantes.
No entanto, assim como no caso de Olynyk, acho que qualquer critica a Vitor é prematura, sendo que em termos de NBA ele ainda é um rookie e pode melhorar sensivelmente o seu jogo caso se adapte melhor ao estilo de jogo da NBA.
Respostas de 10
Ótima Matéria Daniel. Concordo com tudo, só coloco 2 ressalvas:
G Wall e o Green,na minha opinião ambos estão incomodados de jogar para “Tank” e talvez isso justifique sua falta de empenho. Quem sabe em um time competitivo eles possam render mais.
Humpries realmente tem mostrado muito esforço e algum talento, mas precisamos dispensá-lo de qualquer forma para termos CAP para contratos com jogadores All Star.
Daniel, se possível diga sua opinião sobre a trade que nos tirou Crawford e qual você acha que será o próximo jogador a ser enviado para fora da equipe.
bem, execelente materia daniel,eu concordo com renato no caso de green e wallace, estam jogando abaixo que jogam…o resto esta tudo acontecendo na temporada..
De todos os jogadores apenas 2 surpresas ! Bradley indo de criticado por muitos á peça-chave do time e o Green abaixo da média ! O resto tá todo mundo dentro do esperado
Análise muito boa, principalmente no reconhecimento ao crescimento do Humphries. Quanto ao Green, me parece desmotivado. Existem atletas (em todos os esportes) que ficam excessivamente apáticos quando atuam por times sem chances de título e me parece o caso do Jeff. Discordo sobre o Olynyk, para mim não irá longe, no máximo um bom role player, e eu vibrei muito quando o canadense foi draftado.
Por fim, Crawford poderia ter permanecido. Troca sem pé nem cabeça do Ainge. Abrir mão de um jogador em consistente evolução por um ancião e picks que podem nemser de primeiro round.
G-Wall = decepção. Humphries = surpresa. Assino embaixo de tudo o que foi escrito sobre o sr. Menudo Humphries. Mais útil que o Bass e, não acho muito difícil ele aceitar um contrato mais adequado à realidade. Afinal, vai ser um pouco difícil manter (quanto mais melhorar) seus vencimentos em outra equipe. Pelo que sei o Rondo ainda não quis “esquentar a orelha dele”. Então vale a tentativa de conversar com o Humphries.
Sobre a troca não me agradou a perda do Jordan. Mas já foi. A ideia do DA é obter opções para os negócios futuros. Agora é torcer para que ela seja bem sucedido.
e pelo jeito… adeus Keith Bogans … acho que o Brad Stevens so vai trabalhar com jogadores que considere útil para a equipe para o futuro
Faça dessas as minhas palavras!!!
Mt boa análise.
O jogador que mais evoluiu acho que foi o Bradley (sou o maior critíco dele) que continua sendo horroroso na hora de passar a bola, mas melhorou em aspectos fundamentais de arremesso. As vezes é um pouco fominha e acho que precisamos ressaltar os rebotes que tem pegado para puxar o fast-break, mérito para ele e comissão técnica que tem procurado melhorar o baixo IQ treinando mecânica de jogo.
Humpfries melhor que Bass e concordo com o Daniel. Se a renovação fosse por um salário justo (diga-se baixo) gostaria de vê-lo como suplentes na próxima season.
Sully é um craque. É temperamental, mas é um craque. Se o depto. médico colocar ele em forma o garoto vai de double-double (pts + rbts) todo jogo. Ao lado de um Center de verdade ainda vai mitar na Liga.
GWall é broxante e claramente só quer por o salário no bolso. Deve ser a season que ele tem a menor média de pontos.
Os rookies tb deixariam sem nota. A maior discórdia para mim é com relação ao Pressey, que se ganhar massa muscular deve ter uma carreira longa na NBA ao invés de curta como diz o texto. Tem bons passes e poucos TO. O Rubio é um dos piores arremessadores da Liga e um dos PG mais desejados… A visão de jogo do Pressey é melhor do que a de J Crawf, por exemplo. Questão de ganhar massa.
[]’s verdes
Concordo com tudo que foi dito, TUDO! No entanto, apenas uma ressalva: a temporada de verdade começa HOJE A NOITE. O time se divide em com ou sem Rondo. Tudo isso mudará com um passador e defensor de tamanha qualidade em quadra, tenho certeza!