Tudo sobre a venda do Boston Celtics

A temporada de 2024-25 da NBA começa em menos de um mês e o Boston Celtics, atual campeão, vai voltar com praticamente todos os jogadores do time vencedor.

No entanto, durante os playoffs dessa temporada, é esperado que o Boston Celtics já esteja sob nova direção, ou ao menos com a mudança encaminhada.

Poucos dias após o desfile de comemoração, Wyc Grousbeck anunciou que sua família está colocando à venda sua participação majoritária nos Celtics. Quando o negócio for concluído, será a primeira troca de comando em um dos grandes times de Boston desde 2002, quando Grousbeck e seus parceiros compraram os Celtics e John Henry, Tom Werner e Larry Lucchino assumiram o Red Sox.

Com o time voltando para as quadras nesse mês, aqui vai um panorama sobre o que está rolando no processo de venda, que promete ser um dos assuntos mais comentados da nova temporada.

Por que a venda?

O grupo de Grousbeck, Boston Basketball Partners LLC, divulgou que a decisão de vender foi motivada por questões de “planejamento patrimonial e familiar”.

Em várias entrevistas, Grousbeck destacou que essa escolha envolve a família, especialmente considerando que seu pai, H. Irving Grousbeck, parte do grupo de proprietários, completou 90 anos este ano.

“Não é minha participação majoritária que está sendo vendida”, disse Wyc Grousbeck em uma entrevista à CNBC em julho. “O controle do time pertence à minha família. Já estamos com os Celtics há 22 anos, então tivemos discussões sobre como planejar o futuro da família.”

Ele ainda acrescentou: “A gente ama os Celtics, mas depois de tanto tempo, pode ser a hora de passar o bastão para alguém com energia nova e comprometida. Vamos buscar o comprador certo.”

Com o valor da franquia disparando nos últimos anos, vender agora faz todo sentido. Os Celtics, comprados por US$ 360 milhões em 2002, estão hoje avaliados entre US$ 4,7 e 5 bilhões, segundo a Forbes e a Sportico. E isso antes mesmo de levar em conta o impacto do último campeonato.

Se a venda for fechada por esse valor, os Celtics vão quebrar o recorde atual da NBA, estabelecido quando Mat Ishbia comprou o Phoenix Suns por US$ 4 bilhões em 2022.

Em outra entrevista, Grousbeck revelou que espera vender 51% da franquia “em breve” e que prevê uma disputa acirrada entre os interessados. Então, o que vem a seguir?

Quando vai acontecer?

A resposta é “nos próximos meses”, mas também “nos próximos anos”. O plano do grupo de Grousbeck é vender a maior parte da franquia até o final de 2024 ou início de 2025, com o restante finalizado até 2028, com o fechamento do balanço fiscal.

Para gerenciar a venda, eles contrataram os serviços da BDT & MSD Partners e do J.P. Morgan.

Mesmo com a venda, Grousbeck pretende continuar chefiando a equipe, representando os Celtics no Conselho de Governadores da NBA até o fechamento completo da venda. Isso significa que ele ainda teria participação na operação da franquia, mesmo após a saída da família como controladora majoritária.

Essa ideia de vender em etapas não é novidade, mas nem sempre dá certo. O Minnesota Timberwolves tentou um esquema parecido e acabou envolvido em uma batalha judicial que já dura anos. Além disso, os novos donos podem preferir assumir o controle total sem a influência de Grousbeck.

Os prós e contras de comprar os Celtics

Nos últimos tempos, várias equipes da NBA mudaram de dono. Mas é raro um time com o peso histórico do Celtics estar à venda, ainda mais quando o time está jogando em alto nível.

O Celtics vem de uma temporada espetacular, com um recorde de 80 vitórias e 21 derrotas, além de uma campanha de 16-3 nos playoffs. E eles vão manter quase todo o elenco. Quem comprar a franquia terá uma chance real de erguer o troféu Larry O’Brien logo nos primeiros meses.

Além disso, a NBA assinou um contrato de direitos de mídia de 11 anos, o que significa que muito mais dinheiro vai circular entre as franquias.

O lado ruim? Esse elenco de estrelas vai ficar bem caro. Projeções apontam que os Celtics de 2025-26 podem ser o time mais caro da história da NBA, com uma folha salarial perto de US$ 500 milhões, incluindo as multas por exceder o teto. Ou seja, os novos donos vão ter que abrir a carteira ou enfrentar a fúria dos torcedores se resolverem cortar gastos.

Outro detalhe: o Celtics não é dono do TD Garden, a arena onde jogam. Ela pertence ao Boston Bruins, o que significa que eles pagam aluguel e não lucram com outros eventos realizados no espaço. O contrato de locação dura mais 12 anos, mas pode ser que os novos proprietários considerem a ideia de construir um novo ginásio, como Steve Ballmer fez ao comprar o Los Angeles Clippers.

Quem está de olho?

Até agora, só uma pessoa confirmou publicamente seu interesse em comprar os Celtics: Steve Pagliuca, um dos atuais donos minoritários do time.

“Ser co-investidor e sócio-gerente dos Celtics foi uma grande honra e um trabalho feito com paixão”, disse Pagliuca, que está com o time desde 2002 e também é dono de parte do clube de futebol italiano Atalanta. “Quero continuar fazendo parte dos Celtics e estou ansioso para participar do processo de licitação.”

Se Pagliuca vencer a disputa, seria a forma mais tranquila de garantir uma transição suave, mantendo o padrão de gestão responsável que a franquia construiu. Mas ele vai enfrentar concorrência pesada.

O Fenway Sports Group, de John Henry, e o fundador da Amazon, Jeff Bezos, foram citados como possíveis interessados, embora algumas fontes tenham minimizado o envolvimento deles até agora.

Por enquanto, o grupo que controla os Celtics não fez mais comentários sobre o andamento da venda.

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