Estamos vivos na série! Esse é o sentimento do torcedor do Boston Celtics, em especial dos 18.624 que compareceram ao TD Garden na noite da última sexta-feira, 22 de abril, que viram a equipe de Boston ter uma atuação contundente, resultando na primeira vitória da equipe na série contra o Atlanta Hawks, pelo placar de 111 a 103. O Hawks lidera a série por dois jogos a um, mas com a vitória no último jogo, o Celtics ganha moral na série e garante uma quinta partida no confronto, que voltará à cidade de Atlanta.
A primeira vitória! O jovem e talentoso treinador Brad Stevens adicionou ao seu currículo a primeira – e esperamos, de muitas – vitória em playoffs. Em sua terceira temporada como treinador principal da equipe do Boston Celtics, também sua terceira temporada na NBA, esta é sua segunda série de pós-temporada e, apesar de ser considerado um dos melhores treinadores da liga, e aquele que mostra o maior potencial para o futuro, sua primeira vitória em pós-temporada vem apenas em sua sétima partida no momento derradeiro da temporada.
Que atmosfera! Não há, em toda a NBA, nada semelhante a uma partida de playoff em Boston (seja no atual TD Garden ou no antigo Boston Garden). Não é questão de ser melhor ou pior. A atmosfera que o torcedor e a franquia do Celtics criam em volta de seus jogos como mandante na pós-temporada é algo único. A foto abaixo, reproduzida pelas contas oficiais do Boston Celtics nas redes sociais, que trazia a imagem de todas as cadeiras do TD Garden ocupadas por uma camisa verde, já davam vida ao ginásio e davam mostras do que viria na sequência.
Uma partida histórica! Criticado nos dois primeiros jogos da série, o armador all-star Isaiah Thomas resolveu responder aos comentários negativos com uma atuação de gala. Thomas tomou conta do ataque da equipe de Boston, partiu pra cima como não fizera nas partidas anteriores, teve confiança para tentar arremessos difíceis e saiu de quadra com 42 pontos! Com essa marca, Thomas redefiniu sua maior pontuação da carreira (que era de 38 pontos, conseguidos em três oportunidades). E, ainda, Thomas foi o oitavo jogador na história a entrar em um seleto grupo de jogadores que conseguiram 40 ou mais pontos em uma partida de playoffs, vestindo a camisa do Celtics.
Alterações pontuais! Brad Stevens é sempre muito elogiado pelos fãs de NBA pelo seu vasto conhecimento do jogo, pelo enorme potencial que demonstra e por ser um mestre em identificar as falhas e ajustar bem suas equipes. E não foi diferente nesta partida de playoff. Stevens sacou o bigman Jared Sullinger e o combo guard Marcus Smart da equipe titular e pôs, em seus lugares, o point forward Evan Turner e o combo forward Jonas Jerebko. E essas mudanças não se deram apenas nos nomes, mas também, no estilo de jogo.
Vitória do small ball! Stevens apostou em um small lineup para melhor atacar os pontos fracos do Hawks, tendo em Turner um organizador de jogadas a mais em quadra, tirando um pouco dessa obrigação de Thomas, dando-o mais liberdade para decidir. E estas mudanças deram muito certo. Thomas preocupou-se menos em distribuir o jogo, e, por isso, deu apenas uma assistência. Isto esteve a cargo de Turner, que deu sete passes decisivos. Por outro lado, Thomas teve mais liberdade para decidir, e, com isso, a grande atuação, com 42 pontos, emergiu.
Vida longa ao nosso sueco! Nos dois primeiros jogos da série, viu-se que Crowder estava descontado por causa da lesão que teve no final da temporada, e, estava bastante lento para a marcação de jogadores do perímetro. No entanto, é um jogador tão versátil defensivamente, que vinha limitando bastante o melhor jogador adversário, o ala-pivô Paul Millsap. Por isso, a entrada de Jerebko no lugar de Sullinger fazia bastante sentido. Mas o melhor dessa troca foi o desempenho muito destacado do combo forward sueco. Sua energia, versatilidade, boa defesa e arremesso consistente foram importantíssimos para a vitória.
E no domingo tem mais! Depois da primeira vitória na série, o Celtics volta ao TD Garden para receber o Atlanta Hawks novamente, no próximo domingo, 23 de abril, às 19h. Outra vitória garante o empate na série e também que a série volte a Boston para um sexto embate.
Sumário
ToggleDestaques da Partida
Boston Celtics
Isaiah Thomas: 42 pontos
Jonas Jerebko: 11 pontos, 12 rebotes
Evan Turner: 15 pontos, sete assistências, cinco roubos de bola
Amir Johnson: 15 pontos, sete rebotes
Atlanta Hawks
Jeff Teague: 23 pontos
Kent Bazemore: 20 pontos, oito rebotes
Dennis Schröder: 20 pontos
Al Horford: Oito pontos, 13 rebotes, seis assistências, quatro tocos
Melhores Momentos
https://www.youtube.com/watch?v=eeBDVokg5VA
Respostas de 9
AB pode estar disponível dia 27/04. Não sei se seria melhor preserva-lo. O próprio AB disse que percebeu algo no tendão. Se lesionar o tendão, vai ficar um bom tempo fora.
Em primeiro lugar Parabéns Fábio, no meu entender melhor texto de pós jogo deste ano.
Thomas foi fantástico, mas isso não irá ocorrer sempre, logo temos que ter outras alternativas no ataque, Smart tem que ajudar nesse aspecto, ele pode basta confiar.
Os ajustes para o Small foi a chave do jogo, isso fez com que o desgaste do garrafão do Hawks aumentasse e sendo assim caiu a eficiência, além do que Sullinger era nulo em quadra.
Se o Bradley puder retornar em 27-04, esse jogo de amanhã pode nos dar chances reais de classificação. E não acho que deve ser poupado, se tiver condições tem que jogar playoffs é assim.
Agradeço o elogio, Renato.
Quanto ao Bradley, vejo que isso depende bastante desse jogo 4. O jogo 5 será no dia 26/abril. Se a série estiver 3 a 1 para o Hawks, creio que ele vá pra esse jogo, no sacrifício. Se estiver 2 a 2, talvez seja poupado para decidir os dois últimos jogos que são nos dias 28/abril e 30/abril. Digamos que ele tenha 25% de chances de jogar o jogo 5 e 50% de chances de jogar os demais.
Ótimo texto e jogo sensacional!
Estava vendo o jogo na internet, reproduzido pela ESPN internacional e dois comentários que me chamaram atenção e que concordo plenamente.
Primeiro em relação ao Thomas, chamaram atenção ao fato de que apesar de 1 assistência na partida, este número se deu muito mais a falha do seus companheiros em acertar as bolas que ele passava do que a ele ter procurado “jogar sozinho”.
Segundo, após uma cesta de três do Smart, comentaram que dá a impressão de que o Smart acredita que arremessa muito melhor do que os números mostram. E de fato isto é tanto sua qualidade quanto seu defeito, para o bem ou para o mal ele nunca exita. Só falta aprender a arremessar melhor mesmo.
Valeu pelo elogio, Lucas.
Em relação ao Thomas, isso deveu-se bastante ao fato de o Turner ser o principal condutor da bola no ataque. Thomas quando infiltrava, deixava livre algum jogador no perímetro, e, quando via, passava e esses arremessavam mal como disseste.
Eu particularmente gosto dessa confiança do Smart. Ele se entrega em todos os jogos, tenta de tudo pro time vencer. Ele erra bastantes arremessos, mas é incrível como ele acerta vários no último quarto. A impressão que dá é que ele vai “calibrando a mão” nos 3 primeiros quartos.
Falando do Smart, penso como vocês, Fabio e Fernando, ja reparei que em varios momentos decisivos e que o time realmente precisa, a bola dele cai. Fico imaginado se ele tivesse um Ray Allen do lado dele, o que esse moleque poderia se tornar. Acho que o pior defeito dele é a seleção de arremessos, ele TEM que saber a hora de arremessar e não arremessar, não vejo problema na mecânica e muito menos na confiança, que como o amigo Lucas pontuou, as vezes é excessiva, rs.
O Smart vai amadurecer. Seria mais rápido com alguém experiente ao lado.