Dando continuidade ao Guia do Mundial de Basquete de 2014, que será disputado na Espanha e terá início neste sábado (30), detalhamos, agora, as seleções que compõem o grupo C do torneio, que conta com 24 seleções participantes, divididas em quatro grupos de seis equipes. Os quatro melhores times de cada grupo seguem para a fase final do torneio.
O grupo C terá todas as suas partidas disputadas na Biskaia Arena, em Barakaldo, no País Basco. A arena de Biskaia, que fica na grande Bilbao, é a maior entre as quatro sedes da primeira fase e a terceira do Mundial, com capacidade para 15.414 torcedores. O cabeça de chave do grupo é o poderoso time dos Estados Unidos, que enfrentarão Finlândia, Nova Zelândia, Ucrânia, Turquia e República Dominicana.
O favoritismo, não só para o grupo C, mas para toda a competição, é do time dos Estados Unidos, que conta com um time jovem, repleto de craques da NBA. Favoritos para conquistar as outras três vagas, Turquia, Ucrânia e República Dominicana devem fazer uma disputa acirrada pela vice-liderança, enquanto Nova Zelândia e Finlândia tentarão apenas surpreender e beliscar alguma vitória. Confira a análise das seleções do grupo C.
Sumário
ToggleEstados Unidos
Posição no Ranking da FIBA: 1º lugar (940 pontos)
Como chegou ao Mundial: Campeão Olímpico
Posição no Mundial 2010: Campeão
Posição nas Olimpíadas de Londres 2012: Campeão
Principais Títulos: 14 Olimpíadas (1936, 1948, 1952, 1956, 1960, 1964, 1968, 1976, 1984, 1992, 1996, 2000, 2008, 2012), 4 Mundiais (1954, 1986, 1994, 2010) e 6 Campeonatos das Américas (1992, 1993, 1997, 1999, 2003, 2007)
Destaques: Stephen Curry (Golden State Warriors), Derrick Rose (Chicago Bulls), James Harden (Houston Rockets) e Anthony Davis (New Orleans Pelicans)
Desfalques: LeBron James (Cleveland Cavaliers), Kevin Durant (Oklahoma City Thunder) e Carmelo Anthony (New York Knicks)
Técnico: Mike Krzyzewski
Inventores do basquete, donos de quase todos os títulos olímpicos e da melhor liga do mundo, sem falar na conquista do último título mundial, mesmo com o desfalque de boa parte de seus astros. É inevitável falar da seleção de basquete dos Estados Unidos e não mencionar a sua superioridade diante das demais seleções, até mesmo quando os atletas de maior destaque não comparecem para atuar. Na Espanha, mais uma vez, o ‘Dream Team’ aparece como franco favorito e sem nomes como LeBron James e Kevin Durant, mas com uma base renovada e promissora.
Para buscar o quinto título mundial e o segundo de forma consecutiva, os Estados Unidos levam um time de média com média de idade baixa, apenas 24 anos, sendo que o mais velho é o ala Rudy Gay (atleta do Sacramento Kings, 28 anos). Entretanto, a idade baixa não significa falta de talento: na armação, Kyrie Irving e Stephen Curry prometem infernizar os adversários, Kenneth Faried e Anthony Davis fizeram bons jogos na pré-temporada e os ‘rodados’ Derrick Rose e James Harden podem dar o suporte necessário nos momentos de maior pressão. Com um time muito talentoso e uma rotação praticamente impecável, os americanos acreditam que o título pode ser conquistado sem maiores problemas. A primeira fase, sem equipes de maior tradição no esporte, promete ser apenas um treino.
Apesar de todo o favoritismo, o técnico Mike Krzyzewski já fez algumas declarações de preocupação quanto ao desempenho do time norte-americano. Os Estados Unidos, aliás, pode contar com uma pedra gigante no caminho rumo ao título: o time da Espanha. Os anfitriões, atuais vice-campeões olímpicos, contam com força máxima e a força de sua torcida para fazer história e conquistar o seu primeiro título mundial.
Finlândia
Posição no Ranking da FIBA: 39º lugar (20 pontos)
Como chegou ao Mundial: Wild Card (Convidado pela FIBA)
Posição no Mundial 2010: Não disputou
Posição nas Olimpíadas de Londres 2012: Não disputou
Principais Títulos: Não tem
Destaques: Hanno Mottola (Torpan Projat-FIN) e Petteri Koponen (Khimki-FIN)
Técnico: Henrik Dettmann
Para os mais fanáticos por basquete, a participação da Finlândia é uma grande surpresa. E não deixa de ser. Afinal de contas, como uma seleção que participou de apenas duas Olimpíadas, nunca chegou entre as quatro melhores equipes da Europa e sequer disputou um Mundial pode estar confirmado na disputa? A resposta é: Wild Card. O convite da FIBA aos finlandeses, que pagaram a cota de inscrição com a ajuda da Rovio (produtora do famoso game Angry Birds), pegou o mundo de surpresa. Mas é isso: a Finlândia vai disputar o Mundial de Basquete, enquanto seleções tradicionais como Rússia, China e Itália terão que acompanhar pela televisão.
Apesar do fraco desempenho em competições, a Finlândia surpreendeu no último Europeu de basquete, quando conseguiu vitórias sobre as tradicionais Rússia, Grécia e Turquia, com quem reencontrará na fase de grupos do Mundial. As esperanças em um bom desempenho estão no armador Petteri Koponen, no experiente ala-pivô Hanno Mottola (primeiro finlandês a jogar na NBA) e em Erik Murphy, norte-americano naturalizado, cujos direitos pertencem ao Cleveland Cavaliers. No banco de reservas, o experiente Henrik Dettman, que levou o time da Alemanha ao terceiro lugar no Mundial de 2000.
Nova Zelândia
Posição no Ranking da FIBA: 19º lugar (102 pontos)
Como chegou ao Mundial: Vice-campeão da Oceania
Posição no Mundial 2010: 12º Lugar
Posição nas Olimpíadas de Londres 2012: Não disputou
Principais Títulos: 3 Campeonatos da Oceania (1999, 2001, 2009)
Destaques: Kirk Penney (Trabzonspor-TUR) e Tai Webster (Nebraska Cornhuskers-NCAA)
Técnico: Nenad Vucinic
Maior equipe do mundo no rugby e conhecidos pela sua ‘haka’, os neozelandeses chegam ao seu quarto Mundial seguido, graças ao regulamento da FIBA. Afinal de contas, o campeonato da Oceania só conta com a Nova Zelândia e o time da Austrália, sendo que as duas equipes já estão automaticamente garantidas como representantes do continente nos torneios mundiais.
Com uma base que atua na própria Oceania, a Nova Zelândia terá que se apegar aos atletas ‘de fora’ para tentar algum grande feito no Mundial. O ala-armador Kirk Penney, que já atuou na NBA e joga no Trabzonspor, da Turquia, é o grande nome, tendo como auxiliares os jovens Isaac Fotu, Rob Loe e Tai Webster, que estão no basquete universitário dos Estados Unidos.
Presente na seleção desde 2001, quando era apenas auxiliar, o técnico Nenad Vucinic espera que o time da Nova Zelândia surpreenda e conquiste uma das quatro vagas para as oitavas de final, assim como foi em 2010, na Turquia. Entretanto, na ocasião, os Tall Blacks contaram com um grupo mais tranquilo e tiveram que eliminar Líbano e Canadá para avançar. Desta vez, a missão será mais difícil.
Ucrânia
Posição no Ranking da FIBA: 45º lugar (15 pontos)
Como chegou ao Mundial: 6º lugar no Campeonato Europeu
Posição no Mundial 2010: Não disputou
Posição nas Olimpíadas de Londres 2012: Não disputou
Principais Títulos: Não tem
Destaques: Eugene Jeter (Shandong Lions-CHN), Slava Kratsov (Phoenix Suns-NBA) e Sviatoslav Mykhailiuk (Kansas-NCAA)
Técnico: Mike Fratello
Apesar de não ter grandes desempenhos em competições europeias, ser estreante no Mundial e nunca ter disputado uma edição das Olimpíadas, assim como a Finlândia, a equipe da Ucrânia aparece como uma das principais candidatas a surpresa no Mundial da Espanha. Além de ser parte da antiga União Soviética, os ucranianos contam com um time bastante entrosado, com um grande destaque no banco de reservas: Mike Fratello.
Aos 67 anos, Fratello é um dos grandes comentaristas da NBA e um dos 20 treinadores com mais vitórias e jogos na maior liga de basquete do mundo, chegando a conquistar o prêmio de técnico do ano em 1986 e tendo passagens por Atlanta Hawks, Cleveland Cavaliers e Memphis Grizzlies. Com toda essa experiência, Mike Fratello assumiu a Ucrânia em 2011 e, desde então, vai transformando a seleção local em uma equipe sólida, que conseguiu derrotar a tradicional Itália, em um confronto direto pela vaga no Mundial.
Mesmo tendo um jogador de NBA no elenco (Kratsov, que atua no Phoenix Suns), o time da Ucrânia aposta no armador Eugene ‘Pooh’ Jeter, que é americano naturalizado ucraniano, para brigar de frente com seleções mais rodadas, como Turquia e República Dominicana. Na reserva, uma promessa: Sviatoslav Mykhailiuk, de 17 anos, que está no basquete universitário dos Estados Unidos e tem boas médias nos torneios da FIBA.
República Dominicana
Posição no Ranking da FIBA: 26º lugar (47.2 pontos)
Como chegou ao Mundial: 4º lugar no Campeonato das Américas
Posição no Mundial 2010: Não disputou
Posição nas Olimpíadas de Londres 2012: Não disputou
Principais Títulos: Não tem
Destaques: Francisco Garcia (Houston Rockets-NBA), Jack Martinez (Trotamundos-VEN) e Eulis Baez (Gran Canaria-ESP)
Técnico: Orlando Antigua
36 anos após a sua primeira participação em Mundiais (nas Filipinas, em 1978), a República Dominicana está de volta e promete fazer um bom desempenho nas arenas espanholas. Embalado por duas ótimas campanhas nos torneios das Américas, chegando sempre entre as quatro melhores equipes, o time dominicano almeja, em seu retorno ao Mundial, garantir uma classificação para as oitavas de final e conquistar algumas vitórias expressivas, o que não foi possível em sua estreia no torneio.
O principal trunfo da República Dominicana para fazer uma boa campanha no Mundial está na experiência de seu elenco, que tem uma das maiores médias de idade da competição. Entre os ‘velhinhos’, estão o ala Francisco Garcia, que atua na NBA, e o ala-pivô Jack Martinez, que teve médias expressivas no último FIBA Americas (12 pontos e 9,4 rebotes). Outros atletas que podem auxiliar são o ala-pivô Eulis Baez e o armador Ronald Ramon, atleta que joga na liga brasileira.
A missão de comandar os experientes dominicanos está nas mãos do novato Orlando Antigua. Aos 41 anos, o ex-atleta dos Harlem Globetrotters e atual treinador do South Florida Bulls, da NCAA, tentará transmitir, ao seu elenco, todo o aprendizado que teve com John Calipari, treinador de Kentucky. Calipari foi o responsável pelo crescimento da República Dominicana no cenário continental, graças aos seus dois anos no comando da equipe.
Turquia
Posição no Ranking da FIBA: 7º Lugar (294 pontos)
Como chegou ao Mundial: Wild Card (convidado pela FIBA)
Posição no Mundial 2010: Vice-campeão
Posição nas Olimpíadas de Londres 2012: Não disputou
Principais Títulos: Não tem
Destaques: Omer Asik (New Orleans Pelicans-NBA) e Kerem Tunçeri (Besiktas-TUR)
Técnico: Ergin Ataman
Anfitriões do Mundial de 2010, os turcos encantaram o mundo com um basquete de pura raça e uma torcida bastante vibrante, que levaram a sua seleção ao inédito vice-campeonato mundial, perdendo apenas para a fortíssima e favorita equipe dos Estados Unidos. Em 2014, porém, a missão promete ser bem mais difícil para a Turquia, que não terá alguns destaques do elenco responsável pela prata no torneio anterior e estará distante de seus fãs.
A primeira grande mudança do time turco foi realizada no banco de reservas: o lendário Bogdan Tanjevic deu lugar ao jovem Ergin Ataman, que também acumula o cargo de treinador no tradicional Galatasaray. No elenco, apesar da manutenção de oito dos 12 atletas vice-campeões mundiais, nomes como Ersan Ilyasova, Hedo Turkoglu e Semih Erden não estarão na Espanha. Resta aos turcos se apoiar nos atletas que ficaram, como o pivô Omer Asik e os armadores Kerem Tunçeri e Ender Arslan.
O grande problema da Turquia, aliás, ficou bem evidente na disputa do Campeonato Europeu, que serviu como seletivo para o Mundial. No grupo da morte, com seleções tradicionais como Grécia, Itália e Rússia, o time vermelho e branco conseguiu apenas uma vitória sobre a fraca Suécia e conseguiu ser derrotada até pela inexperiente Finlândia, com quem se reencontrará em Barakaldo. Salva pelo convite da FIBA, a Turquia tenta, através de seus atletas experientes e das lembranças da prata em 2010, voltar a fazer bonito em um Mundial.
Tabela de Jogos
30 de Agosto | |||
---|---|---|---|
08h30 | Ucrânia | x | República Dominicana |
11h | Nova Zelândia | x | Turquia |
16h30 | EUA | x | Finlândia |
31 de Agosto | |||
07h30 | República Dominicana | x | Nova Zelândia |
11h | Finlândia | x | Ucrânia |
16h30 | Turquia | x | EUA |
2 de Setembro | |||
10h | Ucrânia | x | Turquia |
12h30 | EUA | x | Nova Zelândia |
16h30 | Finlândia | x | República Dominicana |
3 de Setembro | |||
10h | Nova Zelândia | x | Ucrânia |
12h30 | Turquia | x | Finlândia |
16h30 | República Dominicana | x | EUA |
4 de Setembro | |||
10h | Finlândia | x | Nova Zelândia |
12h30 | Ucrânia | x | EUA |
16h30 | Turquia | x | República Dominicana |
Uma resposta
Excelente texto, mas é estranho ver que teve jogador que não foi por causa dos estudos da Universidade acredito o caso mais conhecida seja o Karl Towns e outros não.