O Celtics enfrenta, atualmente, uma etapa iluminada em sua reconstrução: classificou-se com antecedência aos playoffs, venceu oponentes tidos como mais fortes – vide a vitória recente contra o Golden State Warriors – e hoje é um dos times mais temidos da liga. Grande parte deste sucesso deve-se ao ótimo aproveitamento ofensivo da equipe, o qual é o melhor da conferência leste com 105,9 pontos por jogo – à frente de Cleveland Cavaliers, com 104,2 pontos por jogo, e de Washington Wizards, com 103,8 pontos por jogo.
Todavia, a principal característica do time, e que é tão exaltada em toda a Liga, é sua defesa de perímetro. A equipe celta possui a quarta melhor defesa em arremessos a partir de 15 pés (4,57 metros) – o arco que delimita a pontuação de três está em 7,05 metros – permitindo que os oponentes contabilizem apenas 37% dos arremessos tentados após esta distância. A franquia alviverde está atrás apenas das defesas de Golden State Warriors, San Antonio Spurs e Atlanta Hawks, com 36,7%, 36,8% e 36,9%, respectivamente. Observe também que a diferença percentual que separa as franquias é ínfima.
Os destaques defensivos do perímetro celta são Marcus Smart, Avery Bradley e Jae Crowder – o baixinho Isaiah Thomas tem como principal característica seu desempenho ofensivo.
O PERÍMETRO
MARCUS SMART
Smart permite apenas 37,1% de aproveitamento dos adversários nos arremessos acima dos 15 pés de distância e 35,2% nos arremessos de três pontos. Importante salientar que ele contesta muitos arremessos do perímetro, tendo em média 7,4 chutes contestados por partida.
Smart torna-se a sombra de seu oponente quando está em quadra, sendo um marcador implacável em diversas partes da quadra. Dentro da área pintada, Smart permite que seus oponentes contabilizem apenas 59,9% de seus arremessos e convertam 4,3% a menos do que estão habituados. Em comparação, Amir Johnson, um dos responsáveis por garantir a segurança defensiva na área pintada, cede 60,1% de conversão no garrafão.
Além de ser um jogador de primor defensivo incontestável, Smart ainda se doa de forma impressionante. Mesmo após sofrer uma lesão grave no joelho, em seu retorno, em dezembro do ano passado, Smart “mergulhou” sobre o armador do Nets, Donald Sloan, para forçar um roubo de posse bola.
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AVERY BRADLEY
Bradley é o marcador de perímetro mais efetivo da equipe celta. Tem, em média, 5,3 arremessos adversários contestados do perímetro e seus oponentes alcançam um aproveitamento de 37,7% nessa distância – a partir da linha de três pontos são 35,9% de conversão. Bradley corre a quadra inteira, é incansável na marcação e tem a ingrata tarefa de marcar o principal pontuar de perímetro adversário. Quando não está em quadra, a equipe cede, em média, 5,2 pontos a mais ao adversário.
O camisa zero vem sendo o principal defensor de perímetro de Boston e, inclusive, está sendo citado como um dos principais concorrentes para integrar o primeiro time de defesa desta temporada.
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JAE CROWDER
Se há um jogador que represente a dedicação defensiva na equipe de Boston, esse atleta é Jae Crowder. O camisa 99 é o jogador que mais contesta arremessos entre todos os atletas da equipe, com 11,1, e força seus oponentes a um aproveitamento de 36,6% em arremessos acima de 15 pés de distância. A partir da linha de três pontos, a porcentagem de conversão de seus matchup’s é de 34,9%. Comparando seu desempenho defensivo com Kawhi Leonard, melhor defensor da temporada 2014/15, Crowder tem um desempenho superior nas três estatísticas acima citadas. O astro do Spurs contesta 9,3 arremessos por jogo, cede 37,0% de conversão nos arremessos acima dos 15 pés e 35,0% de arremessos de três pontos.
E, além dessa garra implacável, ainda marca mais de uma posição. Inúmeras vezes é visto marcando jogadores maiores e menores que ele, nas posições 2, 3 e 4, e mantém a mesma eficiência defensiva. Ademais, Crowder está na décima colocação em roubos de bola na liga, com 126 roubos até o momento, e uma média de 1,8 roubos por jogo – maior média de roubos do elenco -, comprovando assim, sua eficácia atacando a linha de passes adversária.
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ISAIAH THOMAS
Você conhece aquele ditado “muito ajuda, quem não atrapalha”? Pois então, este é Isaiah Thomas na situação atual da defesa celta. Thomas não ajuda tanto quanto gostaríamos na defesa, porém também não atrapalha. Apesar de não ter um porte físico que imponha respeito aos seus adversários, ser facilmente deslocado nos bloqueios, ser frágil quando uma marcação de contato lhe é imposta, Thomas não é bobo quando o assunto é defesa de perímetro. Ele limita seus adversário a pontuarem 2,5% a menos do que estão habituados quando seus arremessos se concentram em 15 pés longe do aro.
Agora, quando seu matchup ultrapassa essa linha imaginária, o problema surge. Thomas deixa seu adversário pontuar 3,6% a mais em dois pontos e 8,9% a mais quando a distância de 10 pés é ultrapassada. O sistema defensivo aplicado por nosso técnico tenta de todas as formas limitar essa brecha deixada por nosso armador. Mas nem sempre é possível, e a pontuação torna-se inevitável.
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Infelizmente, essa eficiência defensiva do perímetro não se aplica ao garrafão. Aqui entra o persistente problema da franquia ao longo das últimas temporadas: um protetor de aro. Desde Perkins – sim, Perkins era um excelente jogador defensivo no garrafão celta -, a equipe não conseguiu um atleta que dê a segurança necessária embaixo do aro. A franquia de Boston sofre quando os oponentes exploram esta deficiência e quando o sistema aplicado por Stevens não consegue cobrir as falhas individuais defensivas dos atletas. Fica a expectativa para a próxima agência livre e que Ainge finalmente supra essa carência do elenco.
Respostas de 17
O fato da eficiência do Isaiah cair conforme o adversário se aproxima do aro, tem muita relação com o fato de que não temos nenhum protetor de aro decente.
O dia que o Celtics conseguir um pivô que imponha respeito defensivamente, vou ter até dó dos adversários…rs
Parabéns pela matéria, muito boa. Realmente nossa defesa de perímetro é a marca dessa equipe, gosto muito do Thomas, mas essa sua fragilidade me preocupa em uma equipe que brigue por títulos. Uma idéia que sempre vem a minha mente é a proposta Thomas + Jhonson + 2 First Pick por Wall. Imagina um perímetro com Wall, Bradley e Crowder, adiciona Durant e Horford na FA e somos os favoritos ao título.
Ele só é um defensor “abaixo da média” por causa de sua altura e porte físico, Porém, para algém de sua altura, é um defensor até que sólido e esforçado, e que tenta ajudar pelo menos nos roubos de bola, porém é difícil mesmo defender um outro armador mais alto, perto da cesta.
Aonde assino Renato? Rsrs. Boa matéria! Muito orgulhoso do Celtics!
O nosso perímetro é o fator principal para o sucesso nesta season, Quando enfrentamos equipes com bons big mans, sofremos. Por esse fator, creio que Ainge deva procurar draftar Jaylen Brown, mais um grande defensor de perímetro, extremamente atlético – para dar continuidade ao projeto de recrutar jogadores versáteis.
Show de bola a matéria Tuhã! Como parceiro de engenharia (aliás parecem ter vários engenheiros escrevendo no blog) eu curto muito ver as estatísticas, mesmo sabendo que nem sempre elas conseguem demonstrar toda a realidade. Um exemplo claro é o do Bradley, que como você bem colocou, além de suas estatísticas impressionantes, ele ainda tem a tarefa de marcar o maior pontuador. Então compara-lo com os outros jogadores é por vezes até injusto e mais assim ele se saí acima da média.
Com relação ao Isaiah, sem dúvida um jogador com a altura dele teria obrigatoriamente deficiências defensivas. Ainda assim, ele vem melhorando sistematicamente sua defesa, e dentro do garrafão eu concordo com o Danilo, que é a queda é muito em função da falta de cobertura.
Menção honrosa para o Turner que é também é um grande defensor! E que semelhante ao Crowder, possui um grande versatilidade, geralmente defendendo da posição 1 a 3.
Valeu Lucas, como somos de exatas os números explicam quase tudo, haha. Em relação ao Turner tens razão, ele é realmente um bom defensor, mas ele não chega a ser um stopper do nível do Crowder que limita scorers natos, vimos isso no seu matchup contra o Kobe.
Excelente matéria.
Muito orgulho dessa defesa do Celtics e já explano o porque. Faltou menções honrosas ao Turner, como comentaram, e também ao Rozier, que agora tem sido bastante utilizado. Principalmente no jogo contra o Warriors, deu para ver que ele Usava o Smart + Rozier justamente para descansar o Thomas e o Bradley para enfrentarem o Curry e Thompson, o que deu muito certo. Genio Stevens.
Agora, tirando os números que são absolutos e incontestáveis (Aliás, Bradley precisa e merece ser first tem all defense esse ano), tem outros detalhes da reconstrução que só agora parece começar a fazer sentido.
Celtics, diferente da maioria dos times que draftam fora do top 3, está escolhendo por necessidade e padrão do time e não por talento. Se pegarmos as escolhas desde o Smart, incluindo draft e escolhas de trades, dá para perceber facilmente que o time está sendo montado ao redor do Stevens e seu sistema de jogo.
Analisando a escolha do Smart, por exemplo. Passamos naquele draft alguns jogadores que produzem, em números, mais que o Smart hoje, especialmente o Randle. Mas analisando o sistema de jogo, Randle apesar de ser bem físico, não se encaixaria no sistema do Stevens (Sem arremesso, sem defesa e sem jogo no post).
Young foi escolhido pelo arremesso de longa distância e sua capacidade de espaçar a quadra e não pela sua defesa. Apesar de ele produzir na D-League, ainda não deu certo (Talvez nunca dê), mas draft são sempre apostas. O padrão foi seguido.
Chegada do Crowder, Johnson, Jerebko e Thomas. Ou são especialistas defensivos ou são espaçadores de quadra, podendo arremessar de média a longa distância.
Rozier, por mim contestado muitas vezes (E ainda contesto.), vai se mostrando um excelente defensor e começando a pegar confiança no seu jogo de infiltração e seus arremessos. Bom banco para defender perímetro, no mínimo.
Mickey, especialista defensivo (Precisa de mais chances) e bom espaçador, com arremesso interessante de média e longa distância).
Ou seja, o sistema e o time está sendo montado ao redor e por necessidade do sistema do nosso treinador. Defesa forte, arremesso confiável e raça. MUITA RAÇA. Até o Thomas, que era tido como peladeiro por todo mundo, tá raçudo em quadra, brigando por todas. Sullinger era uma moleza só, tá raçudo demais no garrafão. Zeller, que pra mim era o esteriótipo de um jogador soft, quando entra tá com muita vontade, raça demais. E o maior exemplo de todos: Kelly Olynyk. Olha a diferença desse moleque hoje. Não desiste de nenhuma bola, tá sem nojo do contato, tá evoluindo muito o seu arremesso, finalização no garrafão e sua defesa deixou de ser inexistente e chegou aquela % de vontade, que tanto falam.
Estou gostando do rumo que esse time tá tomando. Se formos ficar com essa escolha, gostaria muito do Ingram, que parece ser um cara mais de grupo, com QI de basquete, sem ser manipulador de bola. Mas o Brown cairia muito bem nesse time. E a pick 3#, faria até uma aposta no Poeltl ou Hield.
Cara, é muito bonitinho ver o Olynyk se esforçar tanto pra pegar uns rebotes e tentar defender bem, até tentando cobrir espaços, pena que o esforço dele não é equivalente ao resultado, mas só de ver ele tentar eu já fico com orgulho haha. Zeller e Sully que me davam raiva vendo-os jogar, hj em dia tão ajudando demais, talvez foi influencia do brad, dos líderes defensivos do time, quem sabe até foi por isso que o Amir foi trazido esse ano.
Verdade Jota, o Rozier vem entrando muito bem na defesa! Pressiona bastante e se posiciona muito bem para pegar rebotes.
Quanto às picks, vi muita gente colocando o Bender como possível 4ª pick, atrás de Labissiere, Simmons e Brown. Por uma questão de posição, se o pegarmos uma 3ª ou 4ª pick, acho que ficaria com Bender ou o Ingram que apesar de ser SF é mais alto que o Crowder e acho que poderia se adaptar a jogar como 4.
Não sei se o Bender supriria nossas necessidades ofensivas, mas acho que ele tem mais a cara do Brad Stevens. Um jogador inteligente, que joga simples, muito ágil, excelente defesa de perímetro (força muitos erros e turnovers) e que recompõe as aberturas deixadas nas transições com muita velocidade.
Rapaz, o Ingram é um palito, e o forte dele são os arremessos, colocá-lo na 4 seria um crime.
So conseguimos ele com pick 1 ou 2, depois disso esquece.
Eu gostaria que Simmons viesse na pick 1 e o Ainge tro casse o resto das picks, pra subir e pegar o Poelt.
Acho que galera não gosta do Bender, 8 dislikes por um comentário que visa só uma discussão…
Enfim voltando ao ponto, eu entendo o seu ponto Francisco, mas a maioria dos jogadores na ncaa são palitos, o próprio Labissiere precisa pegar corpo para jogar na NBA.
Meu comentário é em relação a ter este potencial para o futuro. Ele tem altura, infiltração e abre bem as linhas com seus arremessos. Poderia não ser “O” 4, mas poderia jogar como um 4 quando necessário.
Cara, nem ligue pra esses dislikes.
Entendo sua preferência, mas vejo o Ingram MUITO cru pra jogar na NBA, isso em sua posição de origem, quanto mais improvisado na quadra. Acho q ele vai se monstro, mas so daqui a 2, 3 temporadas.
Quanto ao Bender, so ouço falar bem dele, mas vendo vídeos e analisando números, tenho medo dele ser bust.
Acho q se ficarmos na terceira posição, a escolha certa seria o Brown, atlético e exelente defensor, dificilmente dá bust.
Eu também tenho este medo a respeito do Bender. Ele precisa ficar mais forte para posição ou ele vai sofrer, ao mesmo tempo o ganho de massa pode atrapalhar um dos pontos fortes que é a agilidade… Como falei, eu acho que ele tem cara de Celtics e Brad Stevens, agora se é o cara que eu pegaria, eu realmente não sei…
Quanto ao Brown, eu concordo com você, ele me parece ser o que está mais pronto para já “sair jogando” na NBA. Aliás, neste quesito eu coloco ele a frente do Simmons inclusive, que precisa melhorar muito o jump shot.
O Brown já tem poucas falhas, precisa melhorar um pouco o passe e controle de bola, por comete alguns turnovers bobos, mas nada alarmante. Só tenho minhas duvidas de até onde ele consegue evoluir para realmente se tornar um all star… Mas como sempre digo, não importa o quão bom um jogador pareça ser na NCAA, pick é uma aposta.
Obrigado por voltarem ao velho sistema de comentarios.
Aquele reload do disqus é um inferno.
Creio que Amir Johnson, Jerebko e Sully estão com os dias contados.
Esqueci do Young