Análise da temporada – Evan Turner

Evan Turner disputou sua primeira temporada, sob o uniforme do Celtics, na edição 2014/2015 da NBA. O ala foi anunciado como o mais novo membro celta em 21/07/2014.

O jogador chegou em baixa, em Boston, após passar por maus momentos no Indiana Pacers, sua última equipe. O ala, oriundo da Universidade de Ohio State, nunca se sentiu em casa na franquia de Indiana e saiu de lá sem deixar saudades. O GM celta, Danny Ainge, sempre atento ao mercado, resolveu apostar algumas fichas no jogador, que foi a 2ª escolha-geral do 2010 NBA Draft.

Turner acabou recompensando as esperanças de Danny Ainge e foi bastante útil ao longo da temporada do maior campeão da NBA. O ala assinou um contrato por 2 anos e receberá, na próxima temporada, US$3.425,510.

Notas da equipe:

Daniel Emiliano Fábio Malet Lucas França Rômulo Portugal Thiago Vinícius Matos
B B+ B- B B-

Os pontos positivos:

Evan Turner, até por chegar desacreditado a Boston, não questionou seu papel inicial como reserva em uma equipe que passa pelo rebuilding. Durante a temporada, Turner mostrou-se um profissional dedicado e disposto a comprovar que não fazia jus à má-fama de jogador problemático, que havia herdado durante sua passagem pelo Indiana Pacers.

Após as negociações de Rajon Rondo e, especialmente, de Jeff Green, um novo desafio surgiu para Evan Turner. O camisa 11 não só passou a ser titular, como também passou a ser um dos jogadores mais experientes do elenco, muito embora tenha acabado de disputar apenas sua quinta temporada como profissional. E, mais uma vez, o ala não decepcionou. Turner aceitou todos os desafios que lhe foram impostos e o saldo foi positivo. Vejamos.

Após a ida de Rondo para o Texas, o Celtics precisava de um novo armador. Brad Stevens testou Jameer Nelson, Phil Pressey e, até mesmo, o queridinho da torcida, Marcus Smart. Contudo, sua escolha final foi o camisa 11 de Boston. Turner, embora, em uma definição clássica e estática, seja um jogador da posição 3, atuou, por grande parte da temporada, como o verdadeiro armador de Boston.

Stevens tem a inteligência como a maior de suas qualidades como treinador. O treinador celta, embora busque o desenvolvimento individual do jogador, respeita as características de seus comandados. Durante suas 4 primeiras temporadas, Turner nunca teve a oportunidade de conduzir a bola, seja no 76ers (devido à presença de Jrue Holiday) ou no Pacers (devido a Lance Stephenson e Paul George). O jogador foi escolhido com a 2ª escolha-geral, no 2010 NBA Draft, justamente porque chamou as atenções dos olheiros ao ser um jogador capaz de pontuar, armar e pegar rebotes.

Em Boston, Stevens deu, pela primeira vez, essa chance a Turner de atuar como atuava em Ohio State, e o ala não decepcionou. Em 2014/2015, Turner conseguiu, logo de cara, os 3 primeiros triplos-duplos de sua carreira. O camisa 11 abraçou o papel de líder e conseguiu cestas importantíssimas durante a temporada regular, sendo os game-winners contra Blazers e Hawks as mais lembradas. Outrossim, já nos Playoffs, Turner chamou atenção por envolver-se em jogadas ríspidas com LeBron James, mostrando que estava disposto a fazer o que fosse necessário para alavancar a campanha celta.

Portanto, o jogador que chegou em baixa, como reserva, foi desafiado, testado e aprovado. O camisa 11, que ganhou cerca de US$ 3,2 milhões, em 2014/2015, foi uma aposta de baixo risco e de grande recompensa.

Os pontos negativos:

Muito embora tenha surpreendido, positivamente, em diversos setores, Turner ainda apresentou alguns problemas costumeiros de suas temporadas passadas.

O ala, que acaba de concluir sua quinta temporada, ainda não conseguiu aprimorar seu arremesso de 3 pontos, angariando poucos pontos através de infiltrações e arremessos de média-distância. Ademais, apesar de ter se mostrado capaz de armar o ataque celta, Turner apresentou uma média considerável de turnovers. Em muitos momentos, o camisa 11 não soube dosar a velocidade do jogo e isso trouxe problemas para a equipe. Por ter sido sua primeira temporada, depois de anos, como condutor de bola, isso pode ser relevado, mas é algo para ser observado e mais cobrado no próximo ano.

O ala também merece críticas quanto ao seu desempenho defensivo. Turner, quando disposto, mostrou ser útil na quadra defensiva. O problema é justamente esse: o jogador dispõe de ferramentas físicas para ser um defensor razoável mas peca pela falta de foco na defesa. Em muitos jogos, vimos o camisa 11 desatento e pouco interessado em dificultar a vida do jogador adversário. Nos Playoffs, embora tenha sofrido com LeBron James, Turner mostrou-se mais disposto e, certamente, também causou problemas a James, chegando a tirar do sério o camisa 23 de Cleveland em alguns momentos.

Por fim, apesar dos primeiros triplos-duplos conquistados, Turner decepcionou pela baixa média de pontos em 2014/2015. Para uma 2ª escolha-geral de Draft e, principalmente, para um jogador que tem a bola em suas mãos, é frustrante perceber que o jogador terminou a temporada regular com menos de 10 pontos de média.

Então, para um desempenho melhor em 2015/2016, Turner precisa aprimorar seu arsenal ofensivo, ser mais dedicado na defesa e ser um pontuador mais consistente.

Estatísticas na temporada:

Stats Jogos Minutos FG% 3P% eFG% FT% Reb Ast Stl Blk TO Pontos
Total 82 2.260 42.9% 27.7% 45.1% 75.2% 417 449 83 19 198 779
Média 82 27.6 42.9% 27.7% 45.1% 75.2% 5.1 5.5 1.0 0.2 2.4 9.5
Por 36 Minutos 82 36 42.9% 27.7% 45.1% 75.2% 6.6 7.2 1.3 0.3 3.2 12.4

O que esperar da próxima temporada:

Por ter tido uma temporada eficiente, ressurgindo aos olhos da NBA, não me espantaria se Danny Ainge negociasse o atual camisa 11 de Boston, seja na noite do Draft ou na offseason. Turner, além das qualidades demonstradas, possui 2 bons atrativos: um salário bem baixo para um jogador de seu quilate (receberá US$3.425,510 na próxima temporada) e será expirante em 2015/2016.

Ademais, é um consenso que o Celtics não conta com Evan Turner para ser o titular da posição 3 a médio e longo prazos. Portanto, acho que são boas as chances de Turner ter disputado sua primeira, e única, temporada sob o uniforme celta em 2014/2015.

Entretanto, caso permaneça em Boston, Turner, provavelmente, terá de lidar com algumas mudanças coletivas que venham a impactar seu papel individual na equipe. A primeira reside no fator Marcus Smart. O camisa 36 de Boston disputou 2 temporadas universitárias por Oklahoma State. Na primeira, o armador também não tinha a bola em suas mãos. Um dos fatores para Smart ter continuado na NCAA, no segundo ano, foi a vontade do jogador de desenvolver seu perfil como condutor de bola e criador de jogadas para seus companheiros de equipe. Espero o mesmo cenário em Boston para a próxima temporada. Smart já declarou que passará boa parte de suas férias em Boston, a fim de desenvolver suas habilidades, dentre elas, a de armador.

Fora Smart, o Celtics adquiriu outro condutor de bola ao longo da temporada – Isaiah Thomas. O camisa 4, por ter uma boa média de minutos, também é capaz de fazer o que Turner fez por boa parte de 14/15. Sendo assim, surgem candidatos para exercer a função que Turner desempenhou. Logo, Turner poderá ter de atuar, novamente, sem a bola em suas mãos, algo que o jogador demonstrou, ao longo dos anos, que não é do seu agrado e que não o faz render bem.

Não obstante, o Celtics precisa que Turner pontue mais e seja uma ameaça na área dos 3 pontos, devido ao esquema de jogo montado por Brad Stevens, no qual até big men (como Sullinger, Olynyk, Jerebko e Bass) arriscam de longe. Para manter-se como titular, o ala ver-se-á obrigado a desenvolver seu arsenal ofensivo e a ser um pontuador mais consistente.

Por fim, por ser expirante, em 2015/2016, podemos esperar um Evan Turner determinado a superar o desempenho de 2014/2015, tendo em vista que o jogador buscará não só um novo, como um melhor contrato no ano que vem, quando o jogador será agente livre irrestrito na mesma offseason em que ocorrerá a imensa expansão de folha salarial na NBA.

Melhores momentos na temporada:

https://www.youtube.com/watch?v=B_B96ntnsP0

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Respostas de 8

  1. Em minha avaliação – Nota B

    Esse foi um jogador que superou minhas expectativas.

    Teve momentos muito importantes durante a temporada, e de maneira geral foi um jogador útil na rotação.

    Como citado na matéria o que me irrita nele são os TO e a falta de qualidade nas bolas de 3.

    Não sei se o mercado para ele está em alta, mas acredito que na parada para o All Star, ele seja muito atrativo pq seu salário é baixo e ele é expirante, podendo substituir jogadores da posição 01,02 e 03.

    Não gostaria de ter ele no futuro da equipe, simplesmente pq não gosto de jogadores de perímetro com mal aproveitamento de 3 pontos.

    No lugar dele prefiro o Carrol, que pelo visto deve ganhar algo em torno de 10 milhões, defende muito bem e arremessa com muita qualidade dos 3 pontos, com indico de 40% de aproveitamento.

  2. Pelo que ganha e por ter a vinda dele ter ajudado ao meu ver da saída do Jeff Green mereceria B+.

    Até por ter ajudado a saída do JB, não tenho toda essa certeza que ele irá sair…afinal o empresário é o David Falk, Ainge pode precisar da ajuda dele para atrair Greg Monroe ou Roy Hibbert.

  3. Na minha opinião o Turner tem um problema parecido ao do Sully: precisa tomar uma decisão. O Sully precisa resolver se quer ser All Star ou a lasanha da vovó. O Turner TEM SIM as ferramentas necessárias para incomodar muito mais ao Lebron. No entanto, ele precisar ser na regular season o atleta DETERMINADO que apareceu nos offs. E precisa crescer ainda mais nos offs. Entendo que o Turner tem a técnica e o físico necessários, mas muitas e muitas vezes enxergo nele o ânimo do Green. Se o Turner tivesse passado ao menos 2 temporadas com o KG e PP cobrando foco, desempenho e disposição, estou certo que ele seria outro jogador. Agora? Depende dele. Tem que ser cobrado. Se não responder a altura… out.

  4. Eu gosto do Turner e ele tem matado muitas bolinhas decisivas (embora a galera fã do AB não deve ter visto para chamar o anão de nosso “homem-clutch”) e feito bom jogos incluindo triple-doubles.

    O problema é que ele não é armador de ofício, mas quando tem liberdade para atacar costuma não desapontar – dribles estranhos, é verdade, mas que funcionam.

    Não compromete na defesa, tem certa agilidade e consegue marcar. Eu gostaria que ele permanecesse no elenco (1) pelo acima mencionado (2) pelo quanto ganha. Acho que o Ainge irá segurá-lo.

    Acho que poderia compor uma segunda unidade com muita força – ao lado do Isaiah, consegue boas pontuações todos jogos.

    Do roster atual (minha opinião):
    – Não podem sair de jeito nenhum
    – Thomas – disse e repito, único jogador de verdade de NBA do roster

    Podem sair por uma oferta alta
    – Smart, Young, Zeller – seria prudente mantê-lo ao menos mais uma temporada

    Podem sair por uma oferta razoável
    – Bradley, Turner, Crowder, Sully – acho que nenhum faria falta

    Serão oferecidos de primeira por qualquer coisa
    – GWall, Olynyk – ambos não farão nenhuma falta, com certeza

    Partiu barca, a menos que Ainge ache as exceções marotas para sign-n-trade
    – Jerebko, Datome, Pressey, Babb, Bass

    []s verdes

    1. Aliás, uma curiosidade que sempre tive.

      Quando o jogador assina um sign-n-trade ele sabe que será trocado?

      Fico imaginando a poker-face do GM quando o atleta está assinando o contrato…

      []s verdes

  5. Marcos, alguém comentou que Qdo o atleta assina o contrato, o empresário já deu o ok. Falando em trocas… Sei que é absurdo, mas poderia empacotar o Caleleira, o Turner e duas first picks e algum dinheiro pelo Wings, vai que cola! Se falei besteira podem xingar! Rsrs

  6. Esqueci de comentar, eu não trocaria o Crowder e talvez Jerebco seja útil no banco. Gostaria do retorno do Big All, pelo preço certo e levando em conta que é player option. Acho o Monroe menos difícil de conseguir e concordo com a sugestão do Harris. Também acho que o Ainge deve trazer alguém pronto fazendo trocas no draft.

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