Visite nossas Redes Sociais
Curta e siga nossas redes para ter acesso a conteúdos exclusivos, além de manter-se sempre atualizado sobre novos artigos no site.

Análise Offseason 2023-24

Camisas de times da NBA em promoção!

A temporada vai começar e o elenco do Boston Celtics está fechado e pronto para isso. As mudanças que foram feitas já nos dão um direcionamento em relação à qual rumo o time tomará nas próximas temporadas e nós vamos falar sobre isso neste artigo.

Antes de qualquer coisa, vamos listar todas as movimentações do time até o momento.

A saída de Marcus Smart

  • Marcus Smart para o Memphis Grizzlies, Danilo Gallinari e Mike Muscala para o Washington Wizards e adquire Kristaps Porzingis e duas escolhas de primeira rodada.

Os malabarismos de Brad Stevens

  • Após diversos malabarismos de Brad Stevens na noite do draft, a pick 25, adquirida na troca do Smart, é transformada em Jordan Walsh e diversas escolhas de segundo round futuras.

Abrindo espaço na folha salarial

  • Sign and trade de Grant Williams para o Dallas Mavericks, adquirindo duas escolhas de segunda rodada.

O substituto de Marcus Smart

  • Jrue Holiday chega ao Celtics por um pacote envolvendo Malcolm Brogdon, Robert Willians III e duas escolhas de primeiro round.

As pequenas adições

  • Por meio de contratos two-way e pela free agency, o Boston Celtics complementou sua equipe de apoio e vem para a temporada com um banco cheio de pequenos talentos.

Com isso e alguns contratos assinados na agência livre, o elenco do Boston Celtics atualmente se encontra dessa forma:

Guards: Jrue Holiday, Derrick White, Payton Pritchard, Dalano Banton* e Sviatoslav Mykhailiuk*

Forwards: Jayson Tatum, Jaylen Brown, Sam Hauser, Oshae Brisset, Lamar Stevens* e Jordan Walsh

Bigs: Kristaps Porzingis, Al Horford e Luke Kornet*

Além disso, temos três jogadores em contratos two-way: JD Davidson, Neemias Queta e Nathan Knight.

Primeiras impressões

É impossível escrever esse artigo e não começar falando sobre o Brad Stevens. Após alguns anos como técnico principal, ele foi promovido a presidente de operações e desde o primeiro momento vem mostrando que não tem medo nenhum de realizar mudanças. Não importa quem seja o jogador ou qual seja a situação, se ele analisar que algo é melhor para o time ele vai fazer alguma mudança.

Após uma temporada decepcionante em 2022-23 ele afirma por meio dessas movimentações gigantescas que ele não ficou nada satisfeito com o resultado do time e de forma impactante trocou aquele que era considerado o coração da equipe de forma extremamente fria e lógica, e na minha visão, ele acertou em cheio. Marcus Smart é o cachorrão que todo time quer e quase nenhum time tem, mas ele não é imune à defeitos e era um ativo extremamente valioso em um elenco bagunçado e desequilibrado.

Além disso, Brad fez uma noite de draft genial, transformando uma escolha 25 que tinha pouco valor em um bom prospecto, Jordan Walsh, e diversas escolhas de segunda rodada, que na liga atual possuem bastante valor.

Pouco tempo depois, Brad riscou mais um problema da sua lista de tarefas. Grant Willians contribuiu muito na temporada de 2021-22 e durante a temporada regular de 2022-23, chegando a dizer que merecia um contrato de 20 milhões por ano. Bom, nós todos vimos que ele foi escanteado nos playoffs devido ao basquete limitado que estava praticando e claramente não merecia os tão falados 20 milhões por anos. Com isso, Brad Stevens renovou seu contrato e imediatamente trocou o ala-pivô para Dallas por duas escolhas de segundo round.

E em um último ato, por enquanto, Stevens chocou a liga respondendo em alto e bom tom à troca de Damian Lillard para o rival direto de conferência, Milwaukee Bucks, adquirindo Jrue Holiday, peça chave na troca por Lillard. O pacote por Holiday não foi nada leve, envolvendo o 6º homem do ano, Brogdon, e um queridinho da torcida, Robert Willians, além de uma escolha de 1º rodada.

Se você acha que Brad parou por aí, não se engane. O elenco ainda possui duas vagas em aberto, além de contratos não garantidos que podem ou não ser exercidos. Atualmente o Celtics se encontra muito limitado em relação ao teto salarial da liga, mas as mudanças definitivamente não acabaram e até a trade deadline é possível que vejamos mais mudanças.

A inesperada troca de Marcus Smart

A noite do dia 23 de junho de 2023 foi de luto para grande parte dos torcedores do Celtics e de enorme surpresa para o resto dos fãs da NBA, Marcus Smart havia sido trocado para o Memphis Grizzlies após negociações envolvendo Celtics e Clippers pelo armador Malcolm Brogdon falharem. Chegava à Boston o letão Kristaps Porzingis.

Smart era o coração do time de Boston, o jogador com mais tempo de casa e também aquele que mais se identificava com o time, mas isso não apaga alguns fatores importantes em relação ao seu jogo. Sua defesa havia caído de produção, sua eficiência ofensiva era questionável e a grande temporada de Derrick White ofuscou qualquer ponto positivo possível sobre seu jogo. A verdade é que Smart era o ativo mais valioso do Celtics, e o diferencial dele no time já não era tão grande assim.

Na temporada regular e nos playoffs da última temporada, era muito claro o excesso de talentos entre os armadores e a necessidade de aprimorar a qualidade ofensiva entre os bigs, e foi justamente o que a troca de Smart proporcionou ao time, trazendo para Boston um dos melhores jogadores ofensivos da última temporada entre os grandões do garrafão e que ao mesmo tempo supre diversas lacunas na defesa da área pintada. Kristaps Porzingis tem o arquétipo de jogador ideal para se juntar à melhor dupla de alas de liga, oferecendo um jogo forte de pick and roll, um mid-range afiado e uma bola de longa distância letal.

Mas o torcedor não é bobo e sabe que o pivô letão já teve problemas de saúde graves em seus tempos de Nova York e tem toda a razão em duvidar da capacidade de Porzingis de se manter saudável, porém, eu tenho alguns números para tranquilizar parte da torcida: na última temporada, Kristaps jogou mais jogos que Al Horford, Robert Willians e Marcus Smart, além de ter jogado quase o mesmo número de jogos de Jaylen Brown, tudo isso sendo o principal jogador do time de Washington e tendo uma média de 32 minutos em quadra. A tendência é que tendo a bola na mão menos vezes, o letão se mantenha saudável e jogue o máximo possível. Mas a lesão infelizmente é algo imprevisível, então nossa torcida para que todos se mantenham saudáveis é constante.

Em resumo, a troca do Smart foi essencial para equilibrar os talentos de uma equipe que tinha guards muito capazes de realizar diversas funções em quadra mas sentia falta de bigs com alto valor ofensivo e que não fossem um buraco na defesa. Perder o Smart foi doloroso, mas o time melhorou trazendo um talento no nível do Porzingis e certamente está mais preparado para enfrentar as melhores defesas da liga mantendo a qualidade defensiva pela qual o time de Boston é conhecido.

Malabarismo de picks no Draft 2023

Na noite do draft, o GM fez os torcedores do Celtics perderem os cabelos com diversos malabarismos e trocas mirabolantes, mas no final das contas, foi uma noite que na minha opinião pode ser considerada genial. O Celtics entrou no draft com a escolha nº 25, que logo foi trocada pela escolha nº 31 e escolhas futuras de segunda rodada. Essa escolha nº 31 também foi trocada, dessa vez pelas escolhas 34 e 39 do mesmo draft, além de escolhas futuras de segunda rodada. E para a surpresa de absolutamente ninguém, a escolha 34 também foi trocada, dessa vez pela escolha nº 38 e mais escolhas futuras de segunda rodada. E para finalizar a noite, Brad Stevens selecionou aquele que é considerado o “steal” do draft, Jordan Walsh, e trocou a escolha 39 por mais escolhas futuras de segunda rodada.

No final das contas, entramos no draft com uma escolha de primeira rodada e saímos com um bom prospecto e diversas escolhas de segunda rodada, que nas mãos de Brad Stevens certamente têm muito valor. É importante entender que haviam sim diversos talentos na escolha 25 do draft que mereciam uma chance, mas o time se encontra em uma situação que acumular escolhas de segunda rodada para buscar opções e complementar o time durante a temporada é mais importante do que adquirir futuros talentos que precisarão de tempo para se desenvolver. Em resumo, foi uma noite de draft bastante satisfatória.

A troca de Grant Willians

Grant sempre foi um jogador que dividia opiniões entre a torcida celta. Havia aqueles que gostavam do seu jogo, da sua raça, da sua forte defesa e também haviam aqueles que o odiavam devido às suas limitações e aos seus comentários em relação à sua expectativa salarial. Mas é um fato de que o camisa 12 tinha seu valor na equipe do Celtics e deixá-lo sair de graça seria uma perda considerável.

O resumo da obra foi o seguinte: renovamos com Grant Willians por 4 anos e $53mi e imediatamente trocamos o ala para o Dallas Mavericks em um negócio envolvendo também o San Antonio Spurs. Em troca, recebemos duas escolhas de 2º round, dois swaps e uma TPE (Traded Player Exception) no valor de $6,2, um preço ótimo para um jogador que perderíamos de graça.

Essa foi uma troca necessária para que abríssemos espaço na nossa folha salarial e foi a troca que nos permitiu renovar com Jaylen Brown sem estourar o teto de salários.

A chegada de Jrue Holliday

Alguns dias depois da troca de Damian Lillard para Milwaukee, o Boston Celtics fez aquilo que muitos torcedores pediam e abocanhou aquele que é um dos melhores defensores de perímetro da liga há algumas temporadas. Holiday chega como uma presença veterana com a experiência de um campeão da NBA e soma à um elenco extremamente estrelado com seu basquete, mas acima de tudo, seu carisma. Para aqueles que não sabem, Holiday foi considerado o Teammate of The Year (companheiro de equipe do ano) em três das quatro últimas temporadas, o que mostra que além de ótimo jogador ele será uma ótima liderança para a equipe.

A troca por Jrue foi considerada “salgada” por muitos, afinal de contas, envolveu o atual 6º homem do ano e um pivô jovem e muito promissor em um ótimo contrato, além de uma escolha de 1º rodada, tudo isso por um jogador com um contrato perto de expirar e sem garantia nenhuma de renovação. Mas querendo ou não, esse é o preço a se pagar quando o time está competindo ativamente pelo título.

Vale lembrar que quando o Bucks adquiriu o armador em 2020, também pagou caro. Na época, em uma troca quádrupla, o time de Milwaukee enviou Eric Bledsoe, George Hill, R.J. Hampton, duas escolhas de primeira rodada e dois swaps futuros, tudo isso por Jrue Holiday e Sam Merrill. Mas na época, Milwaukee sabia do que precisava e pagou o preço, e o final todos nós conhecemos: um ano após isso, o Bucks foi campeão da NBA.

Essa troca não significa que o Celtics será imediatamente campeão da NBA. mas certamente deixa o time um passo mais próximo do tão sonhado título.

As pequenas adições

Atualmente é muito discutida a importância da profundidade no banco de reservas, que em vezes é levada como uma das características mais importantes para se considerar um time como favorito. Mas o que é essa profundidade?

Ter um elenco profundo não significa ter 15 jogadores que podem contribuir com muitos pontos por jogo ou que tenham potencial para levantar o time, um elenco com profundidade é aquele que possui jogadores que se complementam, que encaixam os estilos de jogo tornando o time mais difícil de enfrentar num geral. Isso é algo que o Celtics alcançou nessa temporada, com um banco bastante diversificado.

Além de peças já conhecidas pela torcida como Sam Hauser, Payton Pritchard e Luke Kornet, o Celtics adicionou durante a offseason o ótimo chutador Svi Mykhailiuk, os alas defensores Oshae Brisset, Lamar Stevens e Jordan Walsh e o jovem armador/ala Delano Banton, que já mostrou suas habilidades na Summer League e na pré-temporada. Essas peças são complementos muito satisfatórios que devem aparecer nos poucos minutos nos quais nossos titulares descansam e certamente possuem as habilidades necessárias para manter o time jogando em alto nível durante a temporada regular. Além disso, temos também três jogadores two-way, ou seja, que jogam tanto no Boston Celtics quanto no Maine Celtics, time associado da G-League, sendo eles o já conhecido J.D. Davidson, o português Neemias Queta e o mais novo integrante Nathan Knight. Esses são nomes que devem ter poucas oportunidades junto ao elenco principal, mas que certamente estão caminhando para buscar uma vaga no elenco fixo, com destaque ao pivô português que já mostrou que tem total capacidade de ganhar alguns minutinhos durante a temporada regular.


Por Daniel Victor Dias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *