Avaliação individual – 2ª Fase do Playoff 2022-23

No duelo entre duas das equipes favoritas ao título da temporada, não poderia faltar emoção, e claro, um jogo 7!

Abaixo vamos fazer uma avaliação individual dos jogadores que atuaram na série.

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Smart foi, disparado, o melhor jogador da série e acho que poucos discordaram de mim.

Ao contrário dos demais jogadores do time, que oscilaram muito durante a série, principalmente em relação ao fator emocional, Smart esteve sempre sendo um líder em quadra.

Na defesa, esteve em todos os lugares da quadra, sempre dando suporte e dobrando a marcação com quem quer que estivesse defendendo Harden e Embiid, e no ataque esteve muito acima da média de seu padrão.

Sempre afirmei que Smart é um dos jogadores mais clutch de Boston, e os números sempre corroboraram comigo. Smart tem, em sua carreira, um aproveitamento 15% melhor no clutch time do que nos demais períodos, sendo um caso raro de jogador que eleva o aproveitamento nessas ocasiões (e não eleva pouco).

Nessa série, Smart mais uma vez provou isso, muitas vezes sendo inclusive a melhor válvula de escape de pontuação nos minutos decisivos, sendo o segundo jogador do Celtics que mais pontuou nos quartos finais dos jogos na série, o que é impressionante, considerando que o Celtics possui duas superestrelas e um sexto homem para desempenharem essa função.

Médias na série: 15,1pts – 4reb – 5ast

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Entra ano e sai ano e lá está o dominicano para dominar Embiid na defesa e acabar com os sonhos do Camaronês. Embiid tanto sabe disso que já chegou a pedir a contratação de Horford, só para tira-lo de seu caminho. Não adiantou. O bom homem a casa tornou e aqui estamos mais uma vez falando do desempenho de Horford em uma série que colocou fim ao sonho do atual MVP.

Claro, não se para um jogador do porte de um MVP sozinho, é preciso ajuda dos companheiros, e temos que reconhecer isso. Mas também temos que estar cientes de que se essa ajuda conseguia chegar a tempo, muito se deve à forma brilhante como Horford atrasa toda a movimentação de Embiid e impede sua progressão até o garrafão.

Os números não mentem. Embiid, quando defendido por qualquer outro jogador celta, teve um aproveitamento de 56% nos arremessos. Quando defendido por Horford, esse aproveitamento foi de patéticos 36%. Uma redução absurda de 20% na eficiência!

No ataque, Horford não foi bem. Pontuou pouco e teve um aproveitamento muito abaixo. Mas só a defesa que apresentou na série toda, e principalmente no jogo 7, faz com que ele esteja acima de todos os demais, exceto Smart.

Médias na série: 7,3pts – 7,6reb – 2,7ast

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Ao contrário da série contra o Hawks, onde foi o melhor celta, Brown viu outros jogadores se destacarem mais nessa série, mas nem por isso deixou de ser extremamente sólido, entregando sempre bons jogos, boa eficiência nos arremessos e boa defesa.

Com White tendo uma série abaixo do esperado, Mazzulla em certo momento da série deu a Brown o trabalho de defender Harden, e esse foi um dos pontos-chave para a virada de chave na série.

Claro, Brown cometeu um erro individual na marcação de Harden que custou uma derrota para a equipe, mas pareceu determinado a se redimir com a equipe dali em diante, tendo dois jogos com aproveitamento de 25% e 27%, somando apenas 11 pontos de média.

Até por conta de toda essa energia gasta na defesa de Harden, é por isso que Brown não foi no ataque o destaque maior da equipe, mas não tem problema, pois outros jogadores estavam lá para auxiliá-lo.

Médias na série: 22,9pts – 5,3reb – 3,7ast

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Tatum teve uma das maiores histórias de redenção da temporada.

Até os últimos 5 minutos do jogo 6, Tatum era, com sobras, um dos piores jogadores de toda a série e estava sendo chacota mundial.

Mostrando grande instabilidade emocional e muitas vezes falta de inteligência para escolher os melhores arremessos, Tatum por muitas vezes sabotou a equipe e foi responsável por algumas derrotas.

Nas redes sociais, era quase um consenso entre os torcedores que pediam para Mazzulla tirá-lo de quadra, mas o treinador acreditou em sua estrela até o fim e foi recompensado. Faltando poucos minutos para o fim do jogo 6, que se encaminhava para uma eliminação celta, Tatum começou a acertar todo tipo de bola imaginável, marcado em cima, com dupla marcação, com tripla marcação, não importava. Parecia não existir nada que o Sixers pudesse fazer para pará-lo. E não existiu.

Veio o jogo 7, e parecia apenas uma continuação dos minutos finais do jogo 6, e Tatum, imparável, carregava o ataque celta nas costas para realizar a maior pontuação da história em um jogo 7 de playoff.

No meio de tantos altos e baixos, de ser responsável por vitórias e derrotas, Tatum vai ficar com a nota B. Mas a última impressão foi animadora. Quem sabe esse não será o Tatum que passará por cima da defesa do Heat? Não custa sonhar.

Médias na série: 29pts – 11reb – 5ast

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Robert Williams é um jogador que teve altos e baixos na série.

Embora sua eficiência ofensiva tenha sido boa nos primeiros jogos, sua defesa sobre Embiid não foi nada boa.

Atuando como defensor da sobra, Robert é disparado um dos melhores da NBA, mas quando é exigido para ser um defensor no mano a mano embaixo do aro, aí seu desempenho cai de forma assustadora. Falta-lhe movimentação lateral, falta-lhe QI defensivo e falta-lhe serenidade para não cair facilmente em arremessos fakes.

Sabendo disso, Mazzulla até tentou emparelhá-lo com Horford em alguns momentos nos jogos 3 e 4, mas o time foi castigado com bolas de 3 livres na zona morta que Harden encontrava com facilidade.

Foi preciso primeiro corrigir a marcação em Harden, para que Williams pudesse voltar ao quinteto titular e fazer seu papel. Isso foi alcançado com sucesso lá pelo meio do jogo 5, com a mudança no marcador de Harden, o que possibilitou a mudança no quinteto inicial para o jogo 6.

Uma vez titular e com a marcação mais apertada em Harden, Robert Williams pode finalmente brilhar. Como homem da sobra, inibiu quase todas as infiltrações de Harden e deu mais liberdade para Horford jogar de forma mais física contra Embiid, e o resultado todos conhecemos: duas vitórias imponentes e a classificação para a final do Leste.

Médias na série: 5,1pts – 5,3reb – 1ast

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Brogdon foi melhor na série contra o Sixers do que contra o Hawks, e mesmo assim vou dar uma nota inferior para ele aqui do que dei na série anterior. Contraditório? Sim! Sei explicar isso? Não. Mas vou tentar!

Na série contra o Hawks, eu sabia que Brogdon iria enfrentar dificuldades, por se tratar de uma equipe que joga com dois armadores extremamente velozes, apostando na correria o jogo todo. Por mais que Brogdon tenha atuado abaixo do que atuou na temporada regular, eu reconheci seu esforço ali.

Para essa série, no entanto, eu esperava mais dele, então a régua era mais alta. O Sixers é um time bastante cadenciado em comparação ao Hawks e não possui nenhum armador defensor de elite como Dejounte Murray para dificultar as coisas. A maior prova disso é a ótima série ofensiva que Smart teve!

No entanto, Brogdon mais uma vez parecia um pouco inseguro e nervoso com a intensidade dos playoffs e muitas vezes deixou de aproveitar espaços claros que se abriam. Além disso, muitas vezes mostrou medo de infiltrar em um garrafão que tinha Embiid e se desfazia da bola.

Brogdon conquistou o prêmio de sexto homem justamente graças à coragem que mostrou em invadir garrafões e pontuar, e eu espero que ele leve isso em consideração para a série contra o Heat, pois jogando contra uma defesa por zona, precisaremos de alguém que “ataque as linhas”. Aliás, é exatamente por isso que Brogdon foi contratado, para ser um manipulador de bola que melhore o ataque celta contra a zona, que sempre foi muito ruim. Ou seja, sua prova de fogo está por vir!

Médias na série: 16pts – 4,4reb – 3ast

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White foi a grande surpresa da série contra o Hawks, e agora é a grande decepção da série contra o Sixers.

Sua queda de desempenho foi tão grande que chegou ao ponto de inicialmente ter que ser remanejado para defender outro atleta diante da dificuldade em marcar Harden, e culminou posteriormente até com seu rebaixamento para o banco de reservas.

Se me contassem antes da série que isso ocorreria, eu não acreditaria, já que White foi o ano todo o melhor defensor de Boston, e conquistou inclusive uma vaga no segundo time de defesa da NBA!

Mas aconteceu, e o motivo é até difícil de explicar. Tão difícil que eu vou ficar devendo essa para vocês! Não tenho explicação tática e técnica para essa queda, a não ser a falta de confiança. Essa falta de confiança se refletiu também no ataque, onde White caiu de uma média de 17,3 pontos contra o Hawks para 9 pontos contra o Sixers, além de uma queda de 16% no aproveitamento de arremessos.

Seja o que for, esperamos que White recupere o jogo de antes, pois enfrentaremos uma equipe muito bem organizada taticamente e que conta com Jimmy Butler. Portanto, é fundamental uma melhora no jogo de White para sonharmos com a final da NBA.

Médias na série: 9pts – 2,6reb – 1ast

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A série de Grant Williams se resumiu positivamente basicamente ao jogo 2, onde aproveitou os minutos que lhe foram dados executando uma boa defesa em Embiid (dentro do possível) e acertando algumas bolas de 3 que desempenharam um papel importante no resultado da partida.

Nos demais jogos, Grant não repetiu o mesmo desempenho, as bolas não caíram, acertando apenas um arremesso por todo o restante da série e sendo presa fácil para Embiid na defesa. Com isso acabou ficando sem espaço na rotação e se quer fez parte da rotação da equipe nos dois jogos finais.

Médias na série: 2,3pts – 1,7reb – 1,2ast

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Para a série contra o Sixers, Hauser quase foi deixado para fora da rotação, tendo minutos de quadra apenas quando algum jogador de perímetro cometia excesso de faltas.

Sua participação nesses momentos foi pífia, no entanto. Foram apenas 6 tentativas de arremessos na série e apenas 1 convertida. Na defesa foi explorado por Maxey sempre que possível e com isso ajudou pouco a descansar os jogadores pendurados.

Médias na série: 0,8pts – 0reb – 0,3ast

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Mazzulla teve uma série difícil. Embora Doc não seja lá um grande treinador, ele conta com 2 jogadores de calibre MVP, e nunca é fácil parar tamanho poderio.

Não se marca Embiid com um único jogador, e não se pode deixar Harden livre por conta desse foco na defesa em Embiid.

Um torcedor mais casual irá ignorar essas dificuldades, mas não é nada simples. Chegar ao patamar da defesa realizada nos dois últimos jogos requer bastante ajustes táticos, e não só uma troca no quinteto inicial como alguns possam imaginar.

Os ajustes poderiam ser feitos antes? Pode ser que sim, mas Mazzulla não contava com a péssima apresentação defensiva de White na série e optou por dar-lhe chances. Com Tatum funcionou, com White não.

Já no ataque, Mazzulla esteve um passo à frente de Doc por toda a série, de forma que o Sixers nunca encontrou respostas para o ataque de Boston, que, independentemente dos jogadores presentes em quadra, sempre achava uma forma de pontuar, diluindo bem a pontuação entre vários jogadores.

Destaque para o jogo 7 onde Mazzulla observou a vantagem que Tatum levou sobre Embiid nos minutos finais do jogo 6 e com isso promoveu algumas mudanças na movimentação ofensiva, realizando screens para explorar melhor esse embate. O resultado, nós vimos de camarote!