Contra racismo e violência, Celtics protesta durante hino dos Estados Unidos

Antes da partida contra o Philadelphia 76ers, disputada na terça-feira (4) e válida pela pré-temporada da NBA, os jogadores e a comissão técnica do Boston Celtics fizeram um protesto contra os sucessivos casos de violência e assassinatos de jovens negros pela polícia dos Estados Unidos. Durante o hino nacional norte-americano, os celtas ficaram em silêncio, de cabeça baixa, com as mãos dadas e os braços cruzados, em ato que remete ao elenco campeão em 1960/1961, que também fez esse gesto para promover os direitos civis no país.

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No final de agosto, antes de um jogo amistoso da National Football League (NFL), o quarterback Colin Kaepernick, do San Francisco 49ers, não se levantou quando o hino dos Estados Unidos foi tocado e iniciou a série de protestos contra o abuso policial. As manifestações de Kaepernick e outros jogadores da NFL chegaram à NBA neste início de pré-temporada: equipes como New York Knicks, Houston Rockets e Toronto Raptors também fizeram protestos, e jogadores como Stephen Curry, James Harden, Dwyane Wade, Rajon Rondo, Russell Westbrook e Carmelo Anthony apoiaram a atitude de Kaepernick.

Equipe adepta da igualdade desde a sua fundação, o Boston Celtics foi o primeiro time da NBA a contratar um jogador negro (Chuck Cooper, em 1950), a ter um técnico negro (Bill Russell, em 1966) e a iniciar uma partida da liga com cinco atletas negros. Mais recentemente, em abril de 2014, os proprietários do Alviverde de Massachusetts criticaram as declarações racistas de Donald Sterling, então dono do Los Angeles Clippers, e apoiaram a atitude do comissário Adam Silver, que baniu definitivamente Sterling de qualquer atividade que tenha ligação com a NBA. Em suas redes sociais, o Celtics divulgou um vídeo, intitulado “#unity” (união, em inglês), onde seus atletas pedem justiça nos casos de assassinatos de negros.

Depois da partida contra o Philadelphia 76ers, o ala Jae Crowder falou sobre o protesto e pediu igualdade nos Estados Unidos. “Apenas queremos ter certeza que todos estão no mesmo ponto, e que todos podem falar sobre aquilo em que acreditam. Precisamos de mudança no mundo, e precisamos fazê-la juntos. Não apenas um indivíduo, precisa ser um acordo entre equipes, uma unidade. Qualquer que seja a mensagem, ela precisa ser sobre união e tornarmos apenas um”, comentou Crowder.

O técnico Brad Stevens, assim como Crowder e os demais atletas, lamentou a onda de violência contra jovens negros nos Estados Unidos e elogiou o elenco do Boston Celtics pela atitude. “Nós tivemos uma série de discussões sobre esse gesto. Tivemos algumas reuniões depois dos treinamentos, em alguns momentos os jogadores se reuniam sozinhos, a comissão técnica também se reuniu, foi algo bem planejado. Nossos jogadores estão focados na união, no progresso contínuo. Quando você entra em um assunto impactante, as conversas se tornam especiais, pode existir desconforto ou tensão em torno disso, mas acho bonito que todo mundo realmente apoia um ao outro neste elenco”, destacou Stevens.

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