Quinze dias se passaram desde a estreia do Celtics na temporada 2014-15.
Foram 8 jogos, sendo 3 vitórias e 5 derrotas em um aproveitamento de 37,5%, 7% a mais do que o aproveitamento final na última temporada.
Mas esse aproveitamento é só uma curiosidade e não vamos nos apegar a ele já que a amostragem ainda é muito pequena para uma temporada que possui 82 jogos.
Mas algumas coisas podemos tirar desse aproveitamento, já que tivemos uma das tabelas mais complicadas dentre todas as equipes nesse inicio de temporada.
Logo de cara coube ao Celtics enfrentar os dois líderes de conferencia até o momento (Rockets e Raptors) e outros dois favoritos a título (Cavaliers e Mavericks) e embora não tenha conseguido vencer nenhum deles, fez jogos extremamente duros contra 3 desses, com o jogo sendo decidido nos detalhes, nos segundos finais.
Das quatro equipes que não são favoritas a título que enfrentou, o Celtics venceu três o que da alguma esperança de buscar um aproveitamento de vitórias ao fim da temporada muito maior do que as míseras 25 vitórias da última temporada.
Abaixo vou fazer algumas observações que pude constatar nessas duas primeiras semanas de NBA:
Sumário
ToggleAdeus defesa, olá ataque!
Se você acompanhou o Celtics na ultima década, sabe que estamos falando de um time com tradição defensiva.
Nos últimos anos vestiram essa camisa nomes como KG, Perkins, Tony Allen, Posey, Rondo, Bradley, Pietrus, Lee, Jermaine, GWall e outros.
Durante toda a era Big 3 o Celtics foi uma equipe que buscava suas vitórias na base da defesa, já que no ataque sempre dependeu de 2 ou 3 jogadores para pontuar.
Isso mudou drasticamente após a reformulação do elenco e hoje o Celtics embora conte com especialistas de defesa no perímetro (Rondo, Bradley, Smart e GWall), é uma equipe com uma fragilidade incrível no garrafão, sendo talvez a pior defesa de post da NBA.
O ataque por outro lado vem brilhando jogo a jogo. Com homens de garrafão se movimentando o tempo todo e se mantendo longe do aro, essa equipe do Celtics mostra uma capacidade enorme de abrir buracos na defesa adversária e sempre encontrar homens livres para o arremate.
Não por acaso o Celtics é até o momento a equipe que mais da assistências, a segunda equipe que mais fez pontos na temporada e é a terceira no quesito aproveitamento de arremessos.
Até os lances livres, velho calcanhar de Aquiles da equipe deixou de ser um problema, com a equipe sendo listada como quarto melhor aproveitamento nesse quesito.
Imparável próximo a cesta, terrível longe dela.
Ver o aproveitamento de arremessos de 3 pontos do Celtics revela o quanto a equipe é boa jogando a média e curta distancia.
Porque eu digo isso? Simples!
O Celtics é até o momento a quarta equipe que mais tenta arremessos de 3 na temporada. São incríveis 25,4 tentativas por partida, quase um terço das finalizações tentadas.
No entanto o Celtics tem o segundo pior aproveitamento de arremessos de longa distancia com terríveis 30% de aproveitamento.
A matemática não mente. Se você arremessa 10 bolas de 3pts com aproveitamento de 30%, você converte 9 pontos, ou seja, 0,9 pontos por ataque.
Já se você arremessa 10 bolas de 2pts com um aproveitamento de 55,2% que é o que a equipe faz a média e longa distancia, você faz 11 pontos 1,1 pontos por ataque.
Um ajuste para baixo na proporção desses arremessos de longa distancia poderia portanto facilmente render ao Celtics uma média de 4 a 6 pontos a mais por partida, o que ao final da temporada com certeza resultaria em umas vitórias adicionais.
TO são falta de experiência e entrosamento
Os 27 TO contra o Raptors foram alarmantes e com certeza custaram naquele momento uma vitória tranquila contra o então líder da conferencia.
Desperdícios de posse é um acontecimento para lá de normal em uma equipe como o Celtics que é forrada de jovens e inexperientes jogadores, e que possui um elenco totalmente reformulado onde os jogadores ainda mau se conhecem e não estão totalmente adaptados ao esquema tático.
Mas é curioso analisarmos as estatísticas e ver que o Celtics é a 4 equipe que menos é desarmada por roubos de bola.
Isso significa que os erros tem vindo por intermédio de “andadas”, passes errados e outras infrações que não necessariamente sejam forçadas pela marcação adversária.
Você pode interpretar isso como quiser. Eu particularmente acho bom ver isso pois mostra que os condutores de bola estão protegendo bem ela e que os desperdícios devem diminuir com o tempo, conforme os jogadores forem se acostumando com o esquema tático e saibam melhor onde seus companheiros estão posicionados.
Fim do tormento dos rebotes
Outro grande calcanhar de Aquiles da equipe parece ter seus dias contados.
Conhecida por falhar muito nos rebotes, o Celtics até o momento vem levado vantagem sobre seus adversários.
O número de rebotes conquistados até o momento não impressiona. O Celtics é apenas a 16ª equipe nesse quesito, mas quando olhamos a taxa diferencial de rebotes, que mede os rebotes da equipe vezes os rebotes de seus adversários, vemos que o Celtics se coloca na quarta posição, pegando em média 4 rebotes a mais que seus adversários. Na tabua ofensiva o desempenho é ainda melhor e o Celtics figura em terceiro.
Um banco que pontua muito!
Em uma equipe notada pela ofensividade, o banco de reservas também da as suas cartas.
São nada menos do que 42,6 pontos de média por partida com aproveitamento de 47,7%, quase que idêntico ao aproveitamento da equipe titular.
Rajon Rondo está de volta!!!
Para quem deveria perder os 10 primeiros jogos por conta de uma fratura na mão e não participou de nenhum treino com bola e jogo de pré-temporada, Rondo vem fazendo um início de temporada incrível.
O armador Celta lidera com folga a tabela de estatística de assistências na NBA, com média de 12 ast por partida.
Entre os armadores da NBA é hoje também o que mais pega rebotes (8,1 por partida) quarto que mais rouba bola (1,9 por partida).
Isso jogando em média de 4 a 5 minutos a menos por partida do que jogava na época de Doc Rivers, em uma clara preocupação do treinador Brad Stevens de não forçar fisicamente seu atleta que ainda não está 100% recuperado de suas últimas lesões.
Respostas de 13
A despeito de alguns resultados frustrantes em jogos que podíamos ganhar e não o fizemos por desleixo no final, como o de ontem, vejo de maneira extremamente positiva o início de temporada. Ora, nosso time está em desenvolvimento, e nesse caso o que importa nem é tanto os números de vitória na tabela – mesmo porque meses atrás ninguém apostaria que teríamos como ir aos playoffs, e agora todo mundo concorda que a chance existe -, e sim o fato de que o time tem força para brigar até o fim contra contenders da importância de Dallas e Cleveland, além de derrotar Chicago.
Uns doidos aí comparam com Philadelphia… os Sixers estão em um caminho arriscadíssimo com esse tank explícito. Sim, terão um monte de escolhas de loterias nos próximos anos, mas correm o risco de criar um grupo de jogadores perdedores. Carter Williams deve vencer o quê?, 50 jogos nas TRÊS primeiras temporadas de carreira? Eles realmente acreditam em juntar um bando de calouros e moleques que vão entregar o ouro durante meia década e de repente, quando estiverem todos juntos, aprender do nada a ter força de campeão? Fora que me dá um nojo tremendo ver a torcida deles comemorando as derrotas.
Não é nosso caso, concordam? O time está brigando muito, vai amadurecer com essas derrotas no final.
Comentários sobre os jovens jogadores do elenco:
– gosto do Smart, embora não tenha o otimismo de alguns colegas aqui (repito, preferia Stauskas ou McDermott). Ainda acho que será um Tony Allen, o que obviamente não é ruim, só não é franchise player. Vivemos uma era de jovens armadores pontuadores, como Irving, Lillard, Bledsoe, Wall, Lowry, embora ainda tenhamos alguns bons pass firsts, e o Smart não é uma coisa nem outra. No fim da temporada temo que ele possa ser obscurecido na comparação com Exum e Payton. AINDA ASSIM, quero ver o Smart evoluir e melhorar muito ainda, e acho que ele tem potencial para tanto. Só não acho que seja a solução e que podemos portanto nos livrar do Rondo;
– o Young é que está com pouca moral, e foi mandado para Maine hoje. Nos minutos que vi dele em quadra, me pareceu completamente perdido na defesa. Mas assim, completamente, sem saber quem marcar, para onde ir. E só quica a bola com a mão esquerda, se não aprender a driblar com as duas não vai ter jeito. Só que tem personalidade forte, e acabou de fazer 19 anos, é jovem demais, vai crescer muito. Me parece frio, no bom sentido, de scorer que assume a responsabilidade de um arremesso no final, coisa assim.
– Olynyk é muito promissor, sério. Só precisa parar de jogar de pivô e revezar posição com Sullinger. Aí basta o Brad ir mantendo cada um de acordo com as características dos adversários que estão em quadra, ambos se completam bem.
– Bradley evoluiu na parte ofensiva. Porém involuiu na defesa, rouba cada vez menos bolas, não tem aquela garra que tinha no passado. Espero que se inspire na defesa impecável do Smart.
– óbvio que ainda não temos o rim protector dos sonhos. Mas por Júpiter, Brad, deixe o Zeller ficar mais tempo em quadra, o rapaz é razoável, pode ficar mais. O Rondo sempre consegue dar uns bons passes a ele.
– o Brad é quem tem me decepcionado mais, com essa vocação irritante para Professor Pardal. Mexe DEMAIS no time durante o jogo, e quando uma formação está bem, pegando ritmo, botando vantagem, ele muda. Não sou dos que pede a cabeça, longe disso, acho que ele será o técnico em um vindouro Banner 18, mas assim como alguns jogadores pode amadurecer e melhorar.
Estamos no caminho certo, gente. Com um bom pivô na FA, outro no draft, e mais algum jogador acima da média, viramos contenders.
Boa garoto, tirou as palavras do meu teclado.
Sou otimista tbm
A deficiênia no garrafão é evidente, mas ontem/hoje tbm ficou evidente q precisamos de um scorer, um especialista em bolas de 3, que fez tanta falta no fim do jogo ontem.
Acho q + 2 jogadores nivel all star, um pivo e um ala pontuador,Rondo, Bradley e Sully, com um banco com Smart, Olynyk, junto com Turner, Green…..Acho q viramos contenders (usando suas palavras)
OBS: Tbm preferia ver o McDonalds no Celtics e nao no Bulls
Com mais 2 all stars, um bom pivo e um bom ala pontuador até o sixers vao buscar o titulo
Ótima analise Daniel, parabéns!
Análise sensacional, Daniel!
Eu acho q podemos ter um bom pivô é só mandar esse G. Wallace pra rua, o cara só faz ganhar grana fácil, fácil!!
Prezados, há alguns posts lancei a ideia e gostaria da opinião de vocês. Pode parecer bobagem. Examinemos: Cabeleira e Sully nos propociam melhor resultado na 4. Precisamos de um 5 defensivo, certo? Precisamos de alguém para brigar nas tábuas. Que tal jogar o G-Wall na 5? Lutar pelos rebotes ele vai. Qualidade defensiva tem.
Gwall é um BAITA defensor.
Embora sua ofensa cause criticas de muitos, na defesa ele é capaz de marcar jogadores da 1, 2 ,3 e 4.
Mas na 5, não tem como.
Ele não tem força, peso nem altura pra isso.
Ele seria uma presa extremamente fácil e faria 5 faltas em coisa de 5 minutos.
Não tem como colocar ele alí não.
Ótima análise, eu só acrescentaria também o Bulls como um dos “favoritos” ao título. De resto, texto sensacional, parabéns! 🙂
Ótimo texto!!!
Sou otimista também, claramente estamos no caminho certo. Os jogos estão divertidos, mesmo sofrendo em quase todo final..
Quanto KO e Sulli na 5, é oblívio que os cabeças do Celtics sabem que não é a deles. Mas tem o fator desenvolvimento, nessa decisão de KO sair na 5. O Sulli sofreu ao passado na 5 e ta fazendo uma ótima temporada! Hj e o cara q usa melhor a bunda na NBA desde Barkley ( vi isso em site americano, achei legal e concordo).
Acho o time muito fraco, não consigo ver o maior da NBA com um time tão fraco sem ficar triste.
Tomara que na próxima temporada consigamos evoluir os rapazes e trazer jogadores de ponta.
Bom, quando comecei a acompanhar a NBA tive que escolher um time, o time do momento era o Miami Heat por causa do Lebron, porém, escolhi o Boston, é um time que tem uma história incrível na Liga, grandes jogadores: Bill Russell, John Havlicek, Bob Cousy, Larry Bird….., estamos em um processo de restruturação, tendo como jogador principal, “Rajon Rondo”, que sou fã de carteirinha, o time é jovem e tem muito que crescer…..Vamos que Vamos “Celtics” o maior de todos!!!!
Também comecei a acompanhar a pouco tempo a NBA, nem curtia muito basquete, via mais futebol americano. Única coisa que eu sei é que não gostava do Lebron, não sou muito fan até hoje, ai quando vi o Garnet e o Rondo chutando a bunda deles em uma série de playoffs virei fan dos caras, infelizmente Lebron arrebentou no jogo 6 em Boston e Miami fechou a série no jogo 7 em casa, mas me tornei um Celtic. Sou grande fan do Rondo tb, espero que ele continue no Celtics e eu possa presenciar ele nos liderando a mais um conquista.